Perda de produção de alimentos, abortos de animais, extinção de abelhas, pesca prejudicada e sumiço de aves são denunciados por agricultores familiares que convivem ao lado de parques eólicos
A instalação de parques eólicos tem demonstrado que o conceito de “energia limpa”, é, no mínimo, contestável. É o que mostramos nesta quarta reportagem da série sobre a instalação de parques eólicos no Brasil, especialmente no Nordeste. São diversas denúncias de perda de plantações, mortes de animais e prejuízos à saúde para as pessoas que convivem perto dessas torres de energia.
O Rio Grande do Norte deve receber em torno de 500 parques eólicos que pelo tamanho do estado terá um impacto imensurável do ponto de vista turístico e estrutural e ambiental. Além desses parques estão planejadas a construção de torres de energia offshore (no mar) ao longo da margem Equatorial, o que vai afetar ainda mais a pesca e, consequentemente, a sobrevivência dos pescadores artesanais.
Somente em Serra de Santana, na região de Seridó (RN), foram desativadas 1.920 propriedades rurais para a instalação das torres, denuncia o Movimento dos Atingidos pelas Renováveis (MAR).
Além do fim da produção de alimentos, os agricultores familiares lamentam que o barulho e o vento durante 24 horas têm provocado o aborto em animais de criação, como ovelhas e caprinos, a extinção de diversos tipos de abelhas, essenciais para a polinização e sobrevivência da humanidade, e o sumiço de pássaros silvestres, como as corujas.
Toda essa tragédia vem sendo acompanhada e debatida pelo MAR, movimento de articulação horizontal, sem hierarquia. Maria das Neves Valentim, a Nevinha, uma das coordenadoras do MAR explica que existe uma formação continuada e multiplicadora sobre esses temas da questão das mudanças climáticas, como elas estão nos afetando.
Fonte: https://www.bancariosrio.org.br/