quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Portaria Prorroga cessão de servidores de Lagoa Nova para o TJRN, custando mais de R$ 148 mil /anuais ao município

A recente Portaria nº 0645/2024, emitida em 14 de agosto de 2024, que prorroga a cessão de servidores municipais de Lagoa Nova ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (TJRN), me gerou grande insatisfação. A decisão, válida até 31 de dezembro de 2026, envolve a continuidade da cessão de sete servidores, todos ocupando funções administrativas essenciais para o município.

Segundo informações obtidas no portal de transparência do município, os salários líquidos desses funcionários somam R$ 11.117,98 por mês. Analisando o impacto financeiro anual dessa decisão, os custos para Lagoa Nova são alarmantes. O total anual gasto com a cessão desses servidores é de R$ 148.239,73, considerando o pagamento de 12 meses de salário, 13º salário e 1/3 de férias.

Segue a tabela com os salários líquidos mensais dos funcionários cedidos:

FuncionárioSalário Líquido (R$)
ADRIANA MARIA DOS SANTOS MENÊSESR$ 1.483,97
GEORGINA PATRICIA BATISTA NICOLAUR$ 1.608,05
ARIVELTANIA PEREIRA DOS SANTOSR$ 1.546,01
NADIA ALLINE DOS SANTOSR$ 1.546,01
JULIANA REGINA DOS SANTOSR$ 1.306,10
LAODICEIA DE MACENA MACIEL DA SILVAR$ 2.081,83
NUBIA CRISTINA MENDES CRUZ MEDEIROSR$ 1.546,01

Total Mensal: R$ 11.117,98

Total Anual: R$ 148.239,73 (incluindo 13º e 1/3 de férias)

A prorrogação dessa cessão não traz ônus ao TJRN, mas representa uma significativa despesa para o município de Lagoa Nova. Além do impacto financeiro, há preocupações sobre a ausência desses profissionais no serviço público municipal, o que pode comprometer a eficiência e a qualidade do atendimento à população.


Roberto Paixão

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Candidatos a Prefeito e Vereador de Lagoa Nova declaram bens à justiça eleitoral; patrimônio varia de zero a mais de R$ 3,8 milhões


Com a aproximação das eleições municipais, os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores de Lagoa Nova apresentaram suas declarações de bens à Justiça Eleitoral. A divulgação dessas informações é fundamental para promover a transparência e permitir que os eleitores façam escolhas informadas. Abaixo estão os valores declarados pelos candidatos, organizados por partido.

Candidatos a Prefeito


  1. Hélio Costa (Partido Progressista)
    • Bens Declarados: R$ 11.500,00
  2. Lourival Adão (MDB)
    • Bens Declarados: R$ 0,00
  3. Iranildo (Republicanos)
    • Bens Declarados: R$ 485.156,84

Candidatos a Vice-Prefeito

  1. Neidinha (MDB)
    • Bens Declarados: R$ 30.000,00
  2. Wallace Frade (Partido Progressista)
    • Bens Declarados: R$ 0,00
  3. Dr. Daniel (Republicanos)
    • Bens Declarados: R$ 723.000,00

Candidatos a Vereador

MDB

  • Ana Luiza: R$ 0,00
  • Cileide: R$ 70.000,00
  • Creuza Davi: R$ 0,00
  • Dequinha Primo: R$ 0,00
  • Eliabe Jornalista: R$ 0,00
  • Emílio José: R$ 0,00
  • Genival: R$ 0,00
  • Ione Avelino: R$ 0,00
  • Keke: R$ 0,00
  • Matheus Emanoel: R$ 25.000,00
  • Paulo Machado: R$ 0,00
  • Professor Jefferson Confessor: R$ 90.000,00

União Brasil

  • Antônio Domingos: R$ 129.000,00
  • Ataíde Maradona: R$ 132.000,00
  • Carlinhos de Wilson: R$ 0,00
  • Diassis de Agostinho: R$ 30.000,00
  • Fernando Fernandes: R$ 215.000,00
  • Júnior de Joquinha: R$ 226.000,00
  • Marilene Matos: R$ 226.000,00
  • Nenê de Manoel José: R$ 10.000,00
  • Professor Edilberto: R$ 8.792,00
  • Raissa Queiroz: R$ 0,00
  • Rosa Agente de Saúde: R$ 135.000,00
  • Elizeu de Leusinho: R$ 16.000,00

Republicanos

  • Daionara Batista: R$ 121.000,00
  • Faguim Guimarães: R$ 102.500,00
  • Genilson do Barraco: R$ 4.000,00
  • Ivamar Domingos: R$ 50.000,00
  • Jean Carlo: R$ 3.830.000,00
  • Lidice Fernandes: R$ 0,00
  • Marcelo: R$ 145.500,00
  • Maria Machado: R$ 22.000,00
  • Novinho da Emater: R$ 46.000,00
  • Paulo Vandi: R$ 80.000,00
  • Pedro Rafael: R$ 0,00
  • Rosa de Zé Chico: R$ 116.000,00

PSB

  • Charlene Brazão: R$ 0,00
  • Elaine Vitória: R$ 95.000,00
  • Fatinha da Feira: R$ 0,00
  • Pabulo Jardel: R$ 0,00
  • Carlos Henrique: R$ 0,00
  • Val: R$ 27.000,00
Aqui está o resumo dos valores dos patrimônios declarados por partido:

Partido Progressista: Total Declarado: R$ 11.500,00
MDB: Total Declarado: R$ 215.000,00
União Brasil: Total Declarado: R$ 1.241.792,00
Republicanos: Total Declarado: R$ 5.645.156,84
PSB: Total Declarado: R$ 122.000,00
Resumo Geral: Total Declarado: R$ 7.235.448,84

Análise dos Bens Declarados

Os candidatos a vereador de Lagoa Nova apresentaram uma variedade significativa de valores em suas declarações de bens, refletindo as diferentes realidades econômicas dos concorrentes. Entre os candidatos, o destaque é Jean Carlo (Republicanos), que declarou um patrimônio de R$ 3.830.000,00, o mais alto entre todos. Já diversos candidatos, especialmente do MDB, declararam não possuir bens.

Apicultor lagoanovense estará ministrando palestra no 1º Seminário Menípola e Apícola Potiguar, no campus do IFRN Pau dos Ferros


O produtor rural e apicultor, José Luiz estará participando do 1º Seminário Menípola e Apícola Potiguar, que acontece dia 16 de agosto, no campus do IFRN Pau dos Ferros. Apicultura profissional, será o tema que ele irá ministrar a palestra. 

José Luíz Neto é um experiente fruticultor com mais de quarenta anos de atuação, especializado em caju e pinha. Com dezoito anos de experiência em apicultura, ele trará uma vasta experiência  para o seminário. 

Além de seu trabalho na fruticultura e apicultura, Luiz Neto foi secretário de Meio Ambiente em Lagoa Nova, por seis anos e  também atuou como presidente da Associação Cerrocoraense de Apicultores (ACAP).

Agência da Caixa Econômica Federal em Lagoa Nova comemora um ano de sucesso e atendimento à região serrana

No dia 14 de agosto de 2023, Lagoa Nova viu um marco importante em seu desenvolvimento econômico e social: a inauguração da agência da Caixa Econômica Federal na cidade. Agora, completando um ano de funcionamento, a agência tem se consolidado como uma importante facilitadora de serviços bancários, oferecendo uma ampla gama de opções para pessoas físicas, jurídicas, e empresas de diversos portes.

Desde sua inauguração, a agência da Caixa em Lagoa Nova tem se dedicado a proporcionar aos moradores e empreendedores locais um acesso mais fácil e abrangente a serviços financeiros de qualidade. Com isso, eliminou-se a necessidade de deslocamento até cidades polos como Currais Novos, Santa Cruz, ou Caicó, uma vez que todos os serviços disponíveis nessas localidades também estão presentes em Lagoa Nova.

A diversidade de produtos financeiros oferecidos pela Caixa em Lagoa Nova é um de seus grandes diferenciais. Além das operações bancárias tradicionais, como abertura de contas, saques, depósitos, transferências e pagamentos, a agência oferece uma gama completa de serviços voltados tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Isso inclui desde contas correntes e poupança, até investimentos, consórcios, seguros e previdência privada, atendendo às diferentes necessidades da população local.

Neste primeiro aniversário, é digno de nota o trabalho realizado pela competente equipe da Caixa em Lagoa Nova, que vem desempenhando um serviço essencial para os habitantes da região serrana. A presença da agência tem sido um ponto de apoio crucial para o desenvolvimento econômico local, facilitando o acesso a crédito, investimentos, e outros serviços essenciais para o crescimento pessoal e empresarial.

Que venham muitos outros anos de sucesso e bons serviços à comunidade!

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Projeto que cria Dia do Pastor Evangélico segue para sanção

Avançou no Senado o projeto que cria o Dia Nacional do Pastor Evangélico, a ser celebrado todos os anos no segundo domingo de junho. O texto foi aprovado na Comissão de Educação e Cultura (CE) nesta terça-feira (13), e caso não haja recurso para votação em Plenário, o texto seguirá para sanção presidencial.

O PL 4.029/2021, da Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que sugeriu ajustes de redação.

A data já é formalmente comemorada em alguns municípios. Esse é o caso de Aparecida (SP), que, em 2023, criou uma lei para incluir o Dia Municipal do Pastor Evangélico entre as datas comemoradas pela cidade.

De acordo com os dados do Censo de 2010, 22,5% da população se declarava evangélica naquele ano. Os dados sobre religião do Censo 2022 do IBGE estão sendo processados e ainda não foram divulgados. Segundo levantamento do Datafolha, 31% dos brasileiros se declaravam evangélicos em 2020. Zequinha modificou a proposta para incluir as mulheres e denominar a data como Dia Nacional da Pastora Evangélica e do Pastor Evangélico.

— Pastores são comprometidos em encorajar uma vida com princípios baseados na Palavra [de Deus], trazendo forte contribuição para a educação religiosa e formação espiritual.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) elogiou o parecer do senador Zequinha Marinho ao destacar que, ao instituir um dia dedicado a eles, oferece também a oportunidade de reconhecer e ampliar o debate sobre o trabalho exercido por essas lideranças, principalmente em pequenos municípios “onde muitas vezes o Estado não chega”.

A votação foi conduzida pelo presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-PR).

Fonte: Agência Senado

Detran promove atendimento em 28 cidades do RN; confira

Iniciativa atenderá sete municípios com o objetivo de aplicar os testes práticos de direção veicular de forma itinerante
O Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran) continuará realizando atendimentos em diversas cidades do Estado através de seu serviço itinerante até o dia 30 de agosto. Nesta semana, a iniciativa atenderá sete municípios com o objetivo de aplicar os testes práticos de direção veicular de forma itinerante.


O agendamento para os exames práticos itinerantes deve ser feito diretamente com o Centro de Formação de Condutores onde foi realizada a primeira habilitação. Para mais informações sobre os exames teórico e prático de direção, e outros serviços, consulte o Portal de Serviços do Detran/RN.

Confira agenda de atendimentos:

Assu e Angicos (13/08);
Assu e Lajes (14/08);
João Câmara (15/08);
Patu, Alexandria e Areia Branca (19/08);
Pau dos Ferros (20/08);
São Miguel e Umarizal (21/08);
Apodi (22/08);
Caraúbas (23/08);
Lagoa Nova e Cerro-Corá (26/08);
Acari e Currais Novos (27/08);
Jaçanã e Parelhas (28/08);
Santa Cruz (29/08);
Jardim do Seridó e Caicó (30/08).

Complexo Rampa recebe Fórum Internacional Brasil-Alemanha sobre Rio Potengi

 Palestras, rodas de conversa, expedição no estuário e atividades culturais compõem a programação do Fórum Potengi, de 14 a 16 de agosto. O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Turismo – PPGTUR.

O rio que deu origem à história do povo potiguar, cujo nome na linguagem indígena tupi significa “rio de camarão”, será tema do Fórum Potengi, que ocorrerá de 14 a 16 de agosto de 2024 (quarta a sexta-feira), no Complexo Cultural Rampa, no bairro de Santos Reis, em Natal (RN). O evento é iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, por meio da coordenação do Professor Mozart Fazito, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Turismo – PPGTUR, com a Universidade TU-Dortmund, da Alemanha e a empresa alemã Emschergenossenschaft & Lippeverband – EGLV, e reunirá diversos ativistas sociais para debater e avançar nos esforços de revitalização do Rio Potengi.

O Fórum Potengi tem como objetivo fortalecer o Comitê da Região Hidrográfica do Potengi, promovendo a comunicação entre as representações comunitárias, incluindo iniciativas, empresas, instituições, projetos e pessoas envolvidas com o Rio Potengi, facilitando a troca de experiências com a empresa alemã Emschergenossenschaft & Lippeverband-EGLV. A EGLV é especializada na implementação de projetos destinados a revitalizar rios e melhorias urbanas no seu entorno, e faz parcerias com instituições para fins de transferência de expertise e tecnologias.

A partir de experiências bem-sucedidas de cientistas e empresários alemães, serão demostrados trabalhos sobre a revitalização do Rio Potengi, a elaboração de um marco legal e o incentivo à colaboração acadêmica e social de cientistas brasileiros com a Alemanha. Também está prevista a realização de uma expedição guiada pelo estuário do Rio Potengi. Na programação do encontro, ainda, será lançado um mapa interativo e uma plataforma de comunicação para os membros do Fórum.

O evento conta com apoio institucional do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-RN), da Fundação José Augusto (FJA) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

Programação (resumida)

Quarta-feira - 14 de agosto de 2024 - Palestra de Abertura, apresentação da plataforma interativa e do mapa, mesas temáticas sobre movimentos sociais, ONGs e atividades empresariais, encerrando com uma atividade cultural.

Quinta-feira - 15 de agosto de 2024 - Reunião da CRH-Potengi para formação da comissão de marco legal, mesas temáticas sobre produção científica e gestão pública.

Sexta-feira - 16 de agosto de 2024 - Palestra de encerramento com Dr. Stephan Treuke da EGLV, expedição guiada pelo estuário e evento cultural no Museu da Rampa.

Serviço: Fórum Potengi

📅 14 a 16 de agosto de 2024 (quarta a sexta-feira).

🕧 A partir das 08h00. Quarta e quinta (manhã e tarde); sexta, até meio-dia.  

📌 Complexo Cultural Rampa -  Rua Cel. Flamínio, 1. Santos Reis. Natal (RN).

✒️ Inscrições:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScqCf4oZrOniz456tx6qYnBfpPvOhrDhxBtLriVGqmDliSByQ/viewform?usp=sharing

☎️ Informações adicionais - Bety Álvares – 84 99631-7676. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Lagoa Nova e outras cidades do RN perdem acesso a royalties de mineração após decisão da ANM

Lagoa Nova, uma cidade localizada no interior do Rio Grande do Norte, foi diretamente afetada por uma nova resolução da Agência Nacional de Mineração (ANM), que reduziu drasticamente o número de municípios aptos a receber a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). Esta decisão, divulgada no mês passado, retirou mais de 70% das cidades da lista de beneficiárias da Cfem-estruturas, que distribui recursos provenientes da mineração de ferro.

Anteriormente, 100 municípios no Brasil, incluindo cidades do Norte e Nordeste, recebiam esses recursos por abrigarem estruturas de apoio à mineração, como pilhas de minério ou barragens. No entanto, após a revisão da ANM, apenas 31 cidades continuarão recebendo os royalties, sendo que apenas quatro delas estão fora de Minas Gerais, estado que agora domina a lista de beneficiárias.

A cidade de Lagoa Nova, que anteriormente recebia esses recursos por sediar estruturas de empilhamento de minério e pesquisas minerárias, foi surpreendida ao ser excluída da lista para o ciclo 2024/2025. O prefeito Luciano Santos (MDB) manifestou sua surpresa e frustração com a exclusão, pois a cidade ainda possui atividades relacionadas à mineração. “Descobrimos ao acessar a lista da ANM que Lagoa Nova ficou de fora, mesmo com a presença de estruturas relevantes em nosso território”, afirmou o prefeito.

A ANM justificou a exclusão, afirmando que, segundo a nova norma, apenas municípios onde há registro ativo de produção e uso das estruturas minerárias têm direito aos royalties. Esta mudança gerou críticas de diversos prefeitos, especialmente daqueles das regiões Norte e Nordeste, que perderam uma importante fonte de receita.

Ainda há um prazo para que os municípios afetados, como Lagoa Nova, recorram da decisão e apresentem evidências de que a exclusão foi baseada em informações incorretas fornecidas pelas mineradoras. Contudo, a ANM já alertou que a capacidade da agência de verificar a veracidade das informações prestadas pelas empresas é limitada, o que coloca em risco o sucesso desses recursos.

A decisão da ANM, que favorece esmagadoramente os municípios mineiros, tem gerado controvérsias e levanta questionamentos sobre a imparcialidade do processo. O diretor da ANM, Caio Seabra, mineiro de origem, foi responsável por apresentar o parecer que levou à nova interpretação do decreto ministerial, vinculando o pagamento dos royalties diretamente à produção efetiva. Embora Seabra tenha defendido que a decisão foi tomada de maneira colegiada e fundamentada, a concentração dos recursos em Minas Gerais levanta preocupações sobre os critérios utilizados.

Enquanto isso, Lagoa Nova e outras cidades afetadas aguardam a conclusão desse processo, esperando que suas reivindicações sejam atendidas para que possam continuar recebendo os recursos da Cfem, fundamentais para seus orçamentos e desenvolvimento local.

 Via Estadão 

Propaganda eleitoral começa nesta sexta-feira

Saiba o que pode e não pode ser feito nesse período


A partir da próxima sexta-feira (16) estão liberadas as propagandas para as eleições municipais de outubro, no que deve ser o primeiro pleito no Brasil diretamente impactado por novas tecnologias de inteligência artificial (IA), aquelas capazes de produzir imagens e sons sintéticos muito próximos do real. As propagandas vão até o dia 30 de setembro.

Diante da ausência de leis sobre IA no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu se adiantar e aprovar regras para regular a utilização desse tipo de tecnologia nas propagandas eleitorais. Pelas regras aprovadas, o uso de “conteúdo sintético multimídia” gerado por IA deve sempre vir acompanhado de um alerta sobre sua utilização, seja em qualquer modalidade de propaganda eleitoral.

Nas peças no rádio, por exemplo, se houver sons criados por IA deve ser alertado ao ouvinte antes da propaganda ir ao ar. Imagens estáticas exigem uma marca d’água, enquanto material audiovisual deve fazer o alerta prévio e estampar a marca d’água. Em material impresso, o aviso deve constar em cada página que contenha imagens geradas por meio de IA.

Em caso de descumprimento, qualquer propaganda pode ser tirada de circulação, seja por ordem judicial ou mesmo por iniciativa dos próprios provedores de serviços de comunicação, prevê a resolução eleitoral que trata do tema.

Não bastasse a vedação à desinformação em geral, um dos artigos da resolução traz a vedação explícita ao deep fake, proibindo “o uso, para prejudicar ou para favorecer candidatura, de conteúdo sintético em formato de áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia”.

Nesse caso, as consequências em caso de descumprimento são mais graves, podendo acarretar a cassação do registro de candidatura ou mesmo eventual mandato. Há ainda a abertura de investigação por crime eleitoral. Quem divulgar fatos que saiba serem inverídicos sobre partidos ou candidatos, e que sejam capazes de exercer influência perante o eleitorado, por exemplo, pode estar sujeito a pena de 2 meses a 1 ano de detenção.

Em se tratando de desinformação, a Justiça Eleitoral tem poder de polícia, isto é, pode determinar de ofício, sem ser provocada, a remoção do material em questão. A ordem de remoção pode ter prazo inferior a 24 horas, se o caso for grave.

As ordens podem ser direcionadas a plataformas de redes sociais, por exemplo, que são obrigadas a cumpri-las por meio de acesso identificado aos sistemas, que deve ser comunicado à Justiça Eleitoral.

Todos os detalhes do regramento sobre a propaganda eleitoral podem ser encontrados na resolução publicada no portal do TSE.
Regras gerais

De resto, aplicam-se às propagandas feitas com IA as mesmas regras que valem para os demais tipos de material - tudo deve sempre vir acompanhado da legenda partidária e ser produzido em português.

Uma regra já antiga é que nenhuma propaganda eleitoral pode “empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais”. É vedado ainda o anonimato.

Além de divulgar desinformação, também é proibido veicular preconceitos de origem, etnia, raça, sexo, cor, idade, religiosidade, orientação sexual e identidade de gênero, bem como qualquer forma de discriminação; depreciar a condição de mulher ou estimular sua discriminação; veicular conteúdo ofensivo que constitua calúnia, difamação ou injúria; entre outras.

No caso da campanha na rua, é vedado “perturbar o sossego público”, seja com “com algazarra ou abuso de instrumentos sonoros ou sinais acústicos, inclusive aqueles provocados por fogos de artifício”.

Assim como em pleitos anteriores, continuam proibidos os outdoors, o telemarketing e os showmícios, bem como a utilização de artefato que se assemelhe à urna eletrônica como veículo de propaganda eleitoral.

As caminhadas, passeatas e carreatas estão liberadas, desde que ocorram entre as 8h e as 22h e até a véspera da eleição. Tais eventos podem utilizar carro de som ou minitrio elétrico, assim como em reuniões e comícios. Não há necessidade de autorização pela polícia, mas as autoridades de segurança precisam ser avisadas com no mínimo 24 horas de antecedência ao ato de campanha.

As normas eleitorais detalham ainda a potência máxima que deve ter cada um desses equipamentos sonoros - 10.000W para carros de som, 20.000W para minitrios e acima disso para trios elétricos, permitidos somente em comícios. Ainda assim, tais ferramentas só podem ser utilizadas no contexto de algum evento eleitoral, nunca de forma isolada.

Outra proibição antiga é a confecção ou distribuição diretamente ao eleitor de brindes com propaganda de candidatos, tais como chaveiros, bonés, canetas ou camisetas.

Agencia Brasil 

Ministério Público e ativistas criticam contratos de eólicas e solares no Nordeste; veja vídeo

José Lopes Galvão pede para ser chamado de Zé de Elias no jeito nordestino de designar que se chama José e é filho de Elias. A terra em que vive, ao lado do Assentamento Acauã, em Santana do Matos, Rio Grande do Norte, era de seus avós.

O tempo todo, 24 horas por dia, vê e escuta um aerogerador ao lado de sua casa. Ele assinou contrato e arrendou a propriedade para o Complexo Eólico Acauã.

"Assinei na besteira. Estou arrependido. Nem sei direito quanto vou receber. Eles não me falaram, não", afirma, sentindo-se pior ainda com a lembrança da promessa de que embolsaria "muito dinheiro" com aquele acordo.

O rendimento até agora tem sido de R$ 300 por mês. Considera um valor "ridículo". Mais ainda quando cita o barulho que o aerogerador faz à noite. Seu filho coloca pedaços de papel higiênico no ouvido como tentativa desesperada de conseguir dormir.

Zé de Elias é exemplo de problema que ronda o modelo de parques eólicos e solares no Nordeste brasileiro: os contratos para arrendamento de terras de pequenos agricultores. Uma queixa que movimenta associações de moradores, ONGs, sindicatos, pesquisadores e o Ministério Público Federal.

"É uma Serra Pelada dos ventos", opina Fernando Joaquim Ferreira Maia, professor de Direito da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e integrante do projeto Dom Quixote, que analisa questões da transição energética. A referência é ao garimpo a céu aberto no Pará que abriu uma corrida sem lei por metais preciosos.

"Os contratos são a mola de tudo isso. A empresa negocia diretamente

com os agricultores numa desproporção, uma assimetria muito grande. O arrependimento vem depois", completa.

Esta é a palavra mais usada por especialistas e advogados ouvidos pela Folha no Nordeste, quando o assunto era os acordos que possibilitam as instalações de parques eólicos e solares: assimetria. Os documentos assinados por agricultores favoreceriam apenas uma parte.

"É quase um colonialismo", critica José Godoy Bezerra, procurador do Ministério Público Federal da Paraíba. "De um lado, há empresas com conhecimento técnico e capacidade econômica. De outro, agricultores analfabetos, com zero conhecimento sobre energia. A boa-fé contratual não existe. É um processo o tempo todo atravessado, de má-fé. Isso não é energia limpa."

O Nordeste vive expansão de parques eólicos e produz 93,6% de toda a energia proveniente de ventos usada no país.

Na instalação de um parque, primeiro há a necessidade de medir os ventos ou a capacidade fotovoltaica (dos raios do sol) do local. Isso pode levar mais de um ano. Quando a viabilidade é constatada, as empresas precisam de terras para colocar o projeto de pé.

Até a metade de 2023, o Brasil tinha 890 p arques eólicos instalados em 12

estados. Desse total, 85% estão no Nordeste. O mercado já recebeu R$ 300 bilhões em investimentos. A avaliação das companhias é que até 2030 serão colocados mais R$ 175 bilhões em novos projetos. Os investimentos em usinas solares, desde 2012, foram de R$ 2,8 bilhões.

Os governadores da região estão interessadíssimos no assunto porque, além da arrecadação estadual, há o histórico de crescimento local.

Levantamento da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) aponta que o PIB (Produto Interno Bruto) das cidades que receberam parques cresceu 21% a partir da instalação e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) aumentou 20%.

Ainda segundo a entidade de classe, cada real colocado em energia eólica resulta em mais R$ 2,9 na economia local.

Pode ser uma realidade no mercado macro, mas não é reconhecida por moradores de pequenas comunidades ou agricultores afetados pelos empreendimentos.


"Quando eles [da empresa] chegam, a lavagem cerebral é grande. O tempo passa e os problemas começam. Os problemas existem e quando a choradeira fica grande, a empresa faz uma reunião e promete que vai resolver para todo mundo ficar quieto. Não querem divulgação. A maioria das reclamações é quando acontece atraso de pagamento", afirma Geraldo (nome fictício), morador de Junco do Seridó, na Paraíba, e arrendatário de terra para o Parque Eólico Serra do Seridó.

É algo repetido para a reportagem. Cada vez que acontece uma queixa pública, um funcionário do parque vai à comunidade garantir que haverá soluções e pedir que aquilo não se repita. Nem sempre as promessas foram cumpridas.

"No dia seguinte alguém vem até a minha casa, pergunta por que falei mal da empresa e que não posso fazer isso", disse uma moradora do seridó paraibano que pede para não ter o nome divulgado.
Energia Limpa


Os contratos de arrendamento de terras são longos. Variam entre 30 e 50 anos. Valem para os herdeiros, caso o proprietário morra no decorrer do acordo. Há questionamentos quanto à perda do uso da terra pelo agricultor porque a companhia vai determinar que áreas utilizará da propriedade e que trechos serão liberados para cultivo.

Existem também as queixas quanto à tal assimetria, a renovação automática, a possibilidade de desistência apenas pela empresa e, principalmente, o valor pago.

"Esse é um ponto muito sensível. Há casos de R$ 300 anuais. São R$ 25 mensais na primeira fase de instalação. Isso pode levar dois ou três anos. Há a restrição ao uso da terra. Só pode plantar e construir o que a empresa permite. Você é o dono da terra, mas perde autonomia. No Ceará, foi colocada [aos agricultores] a proibição de cavar o solo", relata o advogado Rárisson Sampaio, especialista em energia e professor da UFPB.

A mudança de patamar de remuneração acontece apenas quando a energia começa a ser negociada no mercado. Zé de Elias alega que o aerogerador em sua propriedade está em funcionamento há mais de um ano, mas ele continua a receber R$ 300 mensais.

"O retorno para o agricultor é de 1,5% do que é vendido, mas isso é um valor global do parque. Será dividido de acordo com os aerogeradores que estão em cada propriedade. E é o que a empresa diz que vendeu. Não há aferição", ressalta o procurador Godoy.

O Ministério Público fez solicitação ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e ao governo paraibano, no ano passado, para fiscalizar os contratos.

"Nossa visão é mais no macro. As ações que apareceram até agora contra as empresas são iniciativas individuais, não algo coletivo. Até porque os contratos são entre privados", completa Godoy, expondo o maior problema para quem reclama da forma como foram feitos os contratos: são acordos entre empresas privadas e indivíduos.

A assessoria do Incra informa ter publicado Instrução Normativa 112, em dezembro de 2021, para regulamentar a anuência do uso de terras de assentamentos para investimentos de energia. Esta apresenta todos os documentos, outorgas e licenciamentos necessários para autorização do projeto. Mas nem todas as terras usadas para parques eólicos ou solares são espaços usados para assentamentos da reforma agrária.

Existe também a possibilidade de o agricultor arrendar a sua terra mas, por decisão da empresa, esta não receber nenhum aerogerador. Neste caso, durante todo o contrato, ele receberá o valor equivalente ao pago durante a construção.

"O avanço de energias renováveis de fonte eólica e solar no Nordeste brasileiro, com seus múltiplos e invisibilizados impactos sobre as comunidades, é mais uma faceta do que chamamos de racismo.

Reproduz a exclusão de populações diretamente afetadas pelos empreendimentos. Verifica-se uma sobreposição de interesses econômicos privados em detrimento do bem-estar de comunidades no âmbito da exploração de energias renováveis no Brasil", diz relatório do Inesc, ONG que trata de políticas públicas e direitos humanos, publicado no ano passado.

Os relatos ouvidos pela Folha, em diferentes regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte, têm alguns pontos em comum. O principal é a abordagem. No início, era um representante da companhia, engravatado, que fazia promessas de prosperidade e de uma renda que garantiria o futuro da família. O pedido era quase sempre para manter o contrato em sigilo após assinado. O documento não poderia ser levado para vizinhos,

Sindicatos ou associações de moradores.

Quando a estratégia ficou muito conhecida, os elos passaram a ser líderes comunitários encarregados de falar bem dos parques. Nos últimos tempos, a pressão passou a ser de governos municipais, interessados também na arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços).

Uma agricultora que se recusou a assinar disse que um dos argumentos para tentar convencê-la foi a obrigatoriedade de concordar porque seria pelo bem da humanidade.

"As empresas usam também os contratos como banco de terras. Arrendam bem mais do que vão usar agora porque no futuro já têm o espaço garantido e evitam a concorrência", analisa o advogado Claudionor Vital, 55, sócio da Centrac, Centro de Ação Cultural da Paraíba, que atua no semiárido do estado.

Ele também critica que as companhias avaliam quanto querem pagar pelas terras sem levar em conta o valor agregado mais importante: o vento ou o sol.

Questionado pela reportagem, o Governo da Paraíba, por meio da Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente), disse que os contratos entre empresas de parques eólicos e solares e pequenos agricultores são firmados entre particulares e o Estado não tem poder para interferir.

O Governo do Rio Grande do Norte declara atuar em "várias frentes com articulação multidisciplinar para mitigar os eventuais impactos dessas atividades" para que a transição energética ocorra da maneira mais justa possível.

A Abeeólica informa liderar um grupo de trabalho há dois anos para discutir e compartilhar boas práticas "e facilitar ações para solucionar as questões apontadas por comunidades vizinhas aos parques." A entidade considera que as queixas são "minoria em relação ao número de parques no país" e que as empresas cumprem a legislação vigente, "inclusive como forma de segurança jurídica e financeira quanto aos altos investimentos feitos nos empreendimentos."

A Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) declara que a implantação de grandes usinas solares no Brasil atende a rigorosos requisitos legais e que são realizadas interações com as comunidades dos territórios e com os gestores públicos. Segundo a associação, os associados são incentivados a atuar nos mais elevados padrões internacionais que considerem que as "tratativas locais sejam justas e transparentes."

Responsável pelo complexo eólico Acauã, no Rio Grande do Norte, a Aliança Energia afirma que os contratos de arrendamento foram negociados com os proprietários das terras, que nenhum possui cláusula restringindo direito de associação ou representação jurídica. "A base de remuneração, após a entrada em operação do parque, é o percentual da receita e a área do imóvel", diz a empresa.

Operadora do Parque Eólico Serra do Seridó, a EDP diz que seus projetos "atendem todas as exigências dos órgãos reguladores e ambientais, garantindo a conformidade com as normas vigentes." Segundo a companhia, durante a fase pré-operacional, a área continua disponível para uso dos proprietários, enquanto são conduzidos estudos técnicos necessários. "Ao longo da operação do parque eólico, mantemos uma convivência harmoniosa com as atividades agropecuárias (…) respeitando os requisitos de segurança inerentes à natureza do empreendimento de geração de energia elétrica", completa.


Consultado pela reportagem, o Ministério das Minas e Energia não respondeu até a publicação desse texto.

"Sabe qual foi o benefício que ficou para a gente? Nenhum. O legado foi dos impactos. Ficou a zoada", constata, melancólico José Antoniel de Lima, 37, presidente da Associação Assentamento Acauã, no Rio Grande do Norte.

"Zoada" é o barulho que os aerogeradores fazem dia e noite.

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Folha de São Paulo