segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Ministério Público e ativistas criticam contratos de eólicas e solares no Nordeste; veja vídeo

José Lopes Galvão pede para ser chamado de Zé de Elias no jeito nordestino de designar que se chama José e é filho de Elias. A terra em que vive, ao lado do Assentamento Acauã, em Santana do Matos, Rio Grande do Norte, era de seus avós.

O tempo todo, 24 horas por dia, vê e escuta um aerogerador ao lado de sua casa. Ele assinou contrato e arrendou a propriedade para o Complexo Eólico Acauã.

"Assinei na besteira. Estou arrependido. Nem sei direito quanto vou receber. Eles não me falaram, não", afirma, sentindo-se pior ainda com a lembrança da promessa de que embolsaria "muito dinheiro" com aquele acordo.

O rendimento até agora tem sido de R$ 300 por mês. Considera um valor "ridículo". Mais ainda quando cita o barulho que o aerogerador faz à noite. Seu filho coloca pedaços de papel higiênico no ouvido como tentativa desesperada de conseguir dormir.

Zé de Elias é exemplo de problema que ronda o modelo de parques eólicos e solares no Nordeste brasileiro: os contratos para arrendamento de terras de pequenos agricultores. Uma queixa que movimenta associações de moradores, ONGs, sindicatos, pesquisadores e o Ministério Público Federal.

"É uma Serra Pelada dos ventos", opina Fernando Joaquim Ferreira Maia, professor de Direito da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e integrante do projeto Dom Quixote, que analisa questões da transição energética. A referência é ao garimpo a céu aberto no Pará que abriu uma corrida sem lei por metais preciosos.

"Os contratos são a mola de tudo isso. A empresa negocia diretamente

com os agricultores numa desproporção, uma assimetria muito grande. O arrependimento vem depois", completa.

Esta é a palavra mais usada por especialistas e advogados ouvidos pela Folha no Nordeste, quando o assunto era os acordos que possibilitam as instalações de parques eólicos e solares: assimetria. Os documentos assinados por agricultores favoreceriam apenas uma parte.

"É quase um colonialismo", critica José Godoy Bezerra, procurador do Ministério Público Federal da Paraíba. "De um lado, há empresas com conhecimento técnico e capacidade econômica. De outro, agricultores analfabetos, com zero conhecimento sobre energia. A boa-fé contratual não existe. É um processo o tempo todo atravessado, de má-fé. Isso não é energia limpa."

O Nordeste vive expansão de parques eólicos e produz 93,6% de toda a energia proveniente de ventos usada no país.

Na instalação de um parque, primeiro há a necessidade de medir os ventos ou a capacidade fotovoltaica (dos raios do sol) do local. Isso pode levar mais de um ano. Quando a viabilidade é constatada, as empresas precisam de terras para colocar o projeto de pé.

Até a metade de 2023, o Brasil tinha 890 p arques eólicos instalados em 12

estados. Desse total, 85% estão no Nordeste. O mercado já recebeu R$ 300 bilhões em investimentos. A avaliação das companhias é que até 2030 serão colocados mais R$ 175 bilhões em novos projetos. Os investimentos em usinas solares, desde 2012, foram de R$ 2,8 bilhões.

Os governadores da região estão interessadíssimos no assunto porque, além da arrecadação estadual, há o histórico de crescimento local.

Levantamento da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) aponta que o PIB (Produto Interno Bruto) das cidades que receberam parques cresceu 21% a partir da instalação e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) aumentou 20%.

Ainda segundo a entidade de classe, cada real colocado em energia eólica resulta em mais R$ 2,9 na economia local.

Pode ser uma realidade no mercado macro, mas não é reconhecida por moradores de pequenas comunidades ou agricultores afetados pelos empreendimentos.


"Quando eles [da empresa] chegam, a lavagem cerebral é grande. O tempo passa e os problemas começam. Os problemas existem e quando a choradeira fica grande, a empresa faz uma reunião e promete que vai resolver para todo mundo ficar quieto. Não querem divulgação. A maioria das reclamações é quando acontece atraso de pagamento", afirma Geraldo (nome fictício), morador de Junco do Seridó, na Paraíba, e arrendatário de terra para o Parque Eólico Serra do Seridó.

É algo repetido para a reportagem. Cada vez que acontece uma queixa pública, um funcionário do parque vai à comunidade garantir que haverá soluções e pedir que aquilo não se repita. Nem sempre as promessas foram cumpridas.

"No dia seguinte alguém vem até a minha casa, pergunta por que falei mal da empresa e que não posso fazer isso", disse uma moradora do seridó paraibano que pede para não ter o nome divulgado.
Energia Limpa


Os contratos de arrendamento de terras são longos. Variam entre 30 e 50 anos. Valem para os herdeiros, caso o proprietário morra no decorrer do acordo. Há questionamentos quanto à perda do uso da terra pelo agricultor porque a companhia vai determinar que áreas utilizará da propriedade e que trechos serão liberados para cultivo.

Existem também as queixas quanto à tal assimetria, a renovação automática, a possibilidade de desistência apenas pela empresa e, principalmente, o valor pago.

"Esse é um ponto muito sensível. Há casos de R$ 300 anuais. São R$ 25 mensais na primeira fase de instalação. Isso pode levar dois ou três anos. Há a restrição ao uso da terra. Só pode plantar e construir o que a empresa permite. Você é o dono da terra, mas perde autonomia. No Ceará, foi colocada [aos agricultores] a proibição de cavar o solo", relata o advogado Rárisson Sampaio, especialista em energia e professor da UFPB.

A mudança de patamar de remuneração acontece apenas quando a energia começa a ser negociada no mercado. Zé de Elias alega que o aerogerador em sua propriedade está em funcionamento há mais de um ano, mas ele continua a receber R$ 300 mensais.

"O retorno para o agricultor é de 1,5% do que é vendido, mas isso é um valor global do parque. Será dividido de acordo com os aerogeradores que estão em cada propriedade. E é o que a empresa diz que vendeu. Não há aferição", ressalta o procurador Godoy.

O Ministério Público fez solicitação ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e ao governo paraibano, no ano passado, para fiscalizar os contratos.

"Nossa visão é mais no macro. As ações que apareceram até agora contra as empresas são iniciativas individuais, não algo coletivo. Até porque os contratos são entre privados", completa Godoy, expondo o maior problema para quem reclama da forma como foram feitos os contratos: são acordos entre empresas privadas e indivíduos.

A assessoria do Incra informa ter publicado Instrução Normativa 112, em dezembro de 2021, para regulamentar a anuência do uso de terras de assentamentos para investimentos de energia. Esta apresenta todos os documentos, outorgas e licenciamentos necessários para autorização do projeto. Mas nem todas as terras usadas para parques eólicos ou solares são espaços usados para assentamentos da reforma agrária.

Existe também a possibilidade de o agricultor arrendar a sua terra mas, por decisão da empresa, esta não receber nenhum aerogerador. Neste caso, durante todo o contrato, ele receberá o valor equivalente ao pago durante a construção.

"O avanço de energias renováveis de fonte eólica e solar no Nordeste brasileiro, com seus múltiplos e invisibilizados impactos sobre as comunidades, é mais uma faceta do que chamamos de racismo.

Reproduz a exclusão de populações diretamente afetadas pelos empreendimentos. Verifica-se uma sobreposição de interesses econômicos privados em detrimento do bem-estar de comunidades no âmbito da exploração de energias renováveis no Brasil", diz relatório do Inesc, ONG que trata de políticas públicas e direitos humanos, publicado no ano passado.

Os relatos ouvidos pela Folha, em diferentes regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte, têm alguns pontos em comum. O principal é a abordagem. No início, era um representante da companhia, engravatado, que fazia promessas de prosperidade e de uma renda que garantiria o futuro da família. O pedido era quase sempre para manter o contrato em sigilo após assinado. O documento não poderia ser levado para vizinhos,

Sindicatos ou associações de moradores.

Quando a estratégia ficou muito conhecida, os elos passaram a ser líderes comunitários encarregados de falar bem dos parques. Nos últimos tempos, a pressão passou a ser de governos municipais, interessados também na arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços).

Uma agricultora que se recusou a assinar disse que um dos argumentos para tentar convencê-la foi a obrigatoriedade de concordar porque seria pelo bem da humanidade.

"As empresas usam também os contratos como banco de terras. Arrendam bem mais do que vão usar agora porque no futuro já têm o espaço garantido e evitam a concorrência", analisa o advogado Claudionor Vital, 55, sócio da Centrac, Centro de Ação Cultural da Paraíba, que atua no semiárido do estado.

Ele também critica que as companhias avaliam quanto querem pagar pelas terras sem levar em conta o valor agregado mais importante: o vento ou o sol.

Questionado pela reportagem, o Governo da Paraíba, por meio da Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente), disse que os contratos entre empresas de parques eólicos e solares e pequenos agricultores são firmados entre particulares e o Estado não tem poder para interferir.

O Governo do Rio Grande do Norte declara atuar em "várias frentes com articulação multidisciplinar para mitigar os eventuais impactos dessas atividades" para que a transição energética ocorra da maneira mais justa possível.

A Abeeólica informa liderar um grupo de trabalho há dois anos para discutir e compartilhar boas práticas "e facilitar ações para solucionar as questões apontadas por comunidades vizinhas aos parques." A entidade considera que as queixas são "minoria em relação ao número de parques no país" e que as empresas cumprem a legislação vigente, "inclusive como forma de segurança jurídica e financeira quanto aos altos investimentos feitos nos empreendimentos."

A Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) declara que a implantação de grandes usinas solares no Brasil atende a rigorosos requisitos legais e que são realizadas interações com as comunidades dos territórios e com os gestores públicos. Segundo a associação, os associados são incentivados a atuar nos mais elevados padrões internacionais que considerem que as "tratativas locais sejam justas e transparentes."

Responsável pelo complexo eólico Acauã, no Rio Grande do Norte, a Aliança Energia afirma que os contratos de arrendamento foram negociados com os proprietários das terras, que nenhum possui cláusula restringindo direito de associação ou representação jurídica. "A base de remuneração, após a entrada em operação do parque, é o percentual da receita e a área do imóvel", diz a empresa.

Operadora do Parque Eólico Serra do Seridó, a EDP diz que seus projetos "atendem todas as exigências dos órgãos reguladores e ambientais, garantindo a conformidade com as normas vigentes." Segundo a companhia, durante a fase pré-operacional, a área continua disponível para uso dos proprietários, enquanto são conduzidos estudos técnicos necessários. "Ao longo da operação do parque eólico, mantemos uma convivência harmoniosa com as atividades agropecuárias (…) respeitando os requisitos de segurança inerentes à natureza do empreendimento de geração de energia elétrica", completa.


Consultado pela reportagem, o Ministério das Minas e Energia não respondeu até a publicação desse texto.

"Sabe qual foi o benefício que ficou para a gente? Nenhum. O legado foi dos impactos. Ficou a zoada", constata, melancólico José Antoniel de Lima, 37, presidente da Associação Assentamento Acauã, no Rio Grande do Norte.

"Zoada" é o barulho que os aerogeradores fazem dia e noite.

Link do vídeo


Folha de São Paulo 

domingo, 11 de agosto de 2024

Posse da Nova Diretoria do Lions Clube Rainha da Serra Marca Reconção de João Maria Assunção

Na noite do sábado, 10 de agosto, o Lions Clube Rainha da Serra de Lagoa Nova realizou uma solenidade importante no Louro Restaurante para a posse da nova diretoria do clube para o ano leonístico de 2024/2025. O evento contou com a presença de diversos membros de Lions Clubes da região, prestigiando a cerimônia.

João Maria Alves de Assunção foi reconduzido por aclamação para a presidência do clube, confirmando a continuidade de sua gestão. A reeleição ocorreu 45 dias antes do término de seu mandato, seguindo uma tradição organizacional onde um conselho foi criado para a escolha da nova diretoria. Trinta dias após a formação desse conselho, a proposta de diretoria foi submetida à votação pelos sócios, consolidando a escolha dos novos dirigentes.

A nova diretoria do Lions Clube Rainha da Serra ficou assim composta:

  • Presidente: João Maria Alves de Assunção
  • 1ª Vice-Presidente: Maria da Guia Dantas Cunha
  • 2º Vice-Presidente: José Genilson Felix
  • 1ª Secretária: Arabelly Felix Pereira
  • 2ª Secretária: (Vaga em aberto)
  • Tesoureira: Francisca Medeiros de Araujo Assunção
  • Relações Públicas: Josimar Xavier de Góis
  • Assessor de Serviços:
    • 1º: Nádia Maria Leite Vieira Xavier
    • 2º: Maria Aparecida de Souto Medeiros
  • Assessora de Sócios: Simone Michele Guimarães
  • ACIF: Odilon Barbosa Fernandes Junior
  • Diretora Social: Samara Ruthé Amaro Silva
  • Diretor de Protocolo: Ruxley Bernardino dos Santos
  • Diretora Animadora: Maria das Dores Cândido Fernandes
  • Diretora de Marketing: Josiane de Medeiros Gomes
  • Conselho Fiscal:
    • 1º: Aparecida Lady Isabel da Silva Bezerra
    • 2º: Damiana Moreira de Araujo
    • 3º: Antonio Leydson Pitombeira Xavier

A cerimônia de posse foi marcada por discursos, reforçando a missão do Lions Clube em servir à comunidade, e a continuidade dos projetos sociais e filantrópicos que têm sido o alicerce do clube. João Maria Assunção agradeceu a confiança dos sócios e destacou a importância da união e do trabalho coletivo para o sucesso das ações do clube.

Com a nova diretoria, o Lions Clube Rainha da Serra se prepara para mais um ano de desafios e realizações, sempre com o compromisso de promover o bem-estar social e contribuir para o desenvolvimento da comunidade de Lagoa Nova e região.

Divulgada a programação social da 88ª Festa do Padroeiro de Lagoa Nova

Na missa dominical deste domingo, 11 de agosto, o pároco Welson Rodrigues anunciou oficialmente a programação social da tradicional 88ª Festa do Padroeiro São Francisco de Assis, da comunidade católica de Lagoa Nova. A antecipação da divulgação tem como objetivo permitir que a classe política e a população em geral se organizem para prestigiar os eventos.

A festa do padroeiro é um dos momentos mais aguardados pela comunidade, reunindo fiéis, visitantes e autoridades em uma celebração que mescla fé, cultura e convivência. Este ano, a programação traz novidades e adaptações, como a substituição da tradicional cavalgada por uma missa especial dedicada aos vaqueiros, seguida de um café da manhã, com a data ainda a ser definida.

Confira a programação completa:

  • 21 de setembro (sábado)

    • 2º Chá do Padroeiro
    • Local: Estação Juventude
    • Horário: 16h00
  • 22 de setembro (domingo)

    • Almoço do Padroeiro
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 12h00
  • 25 de setembro (quarta-feira)

    • 1ª Noite da Quermesse
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
  • 26 de setembro (quinta-feira)

    • 2ª Noite da Quermesse
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
  • 27 de setembro (sexta-feira)

    • Leilão de Doces e Salgados
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
  • 28 de setembro (sábado)

    • Jantar do Padroeiro
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
    • 29 de setembro (domingo)

      • Missa do Vaqueiro
      • Local: Matriz 
      • Horário: 7h00
      • Sorteio de um garrote
  • 29 de setembro (domingo)

    • 2ª Forró do Chiquinho
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
  • 01 de outubro (terça-feira)

    • Leilão da Festa
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
  • 02 de outubro (quarta-feira)

    • Leilão da Festa
    • Local: Espaço da Feira Livre
    • Horário: 21h00
  • 02 de outubro (quarta-feira)

    • Shows
    • Local: Praça de Eventos
    • Horário: 21h00
  • 03 de outubro (quinta-feira)

    • Caminhada e Benção dos Animais
    • Local: Praça João Marinho Dantas
    • Horário: 16h00
  • 03 de outubro (quinta-feira)

    • Show Religioso
    • Local: Praça de Eventos
    • Horário: 21h00
  • 04 de outubro (sexta-feira)

    • Bolo do Padroeiro
    • Local: Praça de Eventos
    • Horário: 21h00

A comunidade católica de Lagoa Nova está ansiosa para mais uma edição da festa, que promete fortalecer ainda mais os laços de união e devoção ao padroeiro São Francisco de Assis. As datas para o jantar e a feirinha ainda serão confirmadas e divulgadas em breve.

sábado, 10 de agosto de 2024

Anuário de Turismo ‘Best of RN 84’ será lançado na próxima sexta-feira (16) em Natal (RN)

 Luxuosa publicação em capa dura, com 378 páginas, traz textos e fotos de atrativos turísticos do Rio Grande do Norte, além de um roteiro diversificado de serviços.

Idealizado pelo empresário francês Jean Charles Pastori, a luxuosa publicação “Best of RN 84 – Cultura & Bem Estar” apresenta um vasto material de fotos e textos – editados em português e em inglês - dos principais destinos e atrativos turísticos do Rio Grande do Norte, sob a ótica de um europeu, com objetivo de aproximar os anseios de turistas internacionais à oferta turística do estado. O lançamento será realizado no majestoso Complexo Cultural Rampa, no bairro de Santos Reis, em Natal (RN), a partir das 19h, com apoio cultural do Governo do RN, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação José Augusto (FJA).  

“O projeto do Anuário ‘Best of RN 84’ é semelhante ao que produzimos na França durante mais de 15 anos, com a edição do livro iniciada na cidade de Nice e em seguida com nova edição a cada ano para as cidades de Marseille, Aix-en-Provence, Toulouse e Bordeaux. Decidi retomar essa vantajosa experiência no Brasil por considerar que havia essa lacuna”, explicou Pastori. A primeira edição do anuário do Rio Grande do Norte é voltada ao litoral, com atenção particular para Natal, Pipa (badalada praia do município de Tibau do Sul) e São Miguel do Gostoso. A partir do próximo ano, o projeto é lançar uma edição voltada ao interior (Seridó, Oeste e Alto Oeste).

O editor compara a edição a uma “bíblia” de referência para os habitantes do Rio Grande do Norte e visitantes, na qual encontrarão os melhores endereços de serviços e lugares de qualidade para consultar e frequentar. “Também será um livro-presente a ser oferecido, uma publicação que terá sempre seu lugar na mesa de centro de um living room ou em sua biblioteca. Sua vocação será, como ocorreu na França, tornar-se a cada edição um item de coleção”, explica.

Projeto Gráfico – Executado pelo designer gráfico e fotógrafo Flávio Aquino, autor das fotos juntamente com o fotógrafo Humberto Sales, o projeto gráfico do anuário “Best of RN 84” é arrojado e resulta de um minucioso processo de catalogação fotográfica, pesquisa e edição de espaços turísticos e elementos do patrimônio imaterial do Natal e Rio Grande do Norte. “Com nosso foco na Europa, podemos atrair turistas e entusiastas da cultura que desejam explorar nossa cidade e nosso estado”, conclui o editor, que mora em Natal há uma década.

SERVIÇO: Coquetel de lançamento | Best of RN 84 Cultura & Bem Estar

🗓 ️ 16 de Agosto de 2024 (sexta-feira)

🕧 19h – entrada franca!.

📌 Complexo Cultural Rampa -  Rua Cel. Flamínio, 1. Santos Reis. Natal (RN).

💲 Preço do exemplar R$ 100

Moradores denunciam descarte ilegal de dejetos humanos em Lagoa Nova: Problema afeta saúde pública e meio ambiente

Imagem: Ilustração

Moradores do Bairro Bernardino Bezerra de Sena, em Lagoa Nova, mais precisamente nas imediações da Rua Severino Felipe, estão vivendo uma situação alarmante. Eles têm sido prejudicados por uma atividade ilegal realizada em uma área privada, onde um veículo tem sido flagrado descarregando dejetos humanos provenientes de banheiros químicos em um cacimbão improvisado. Segundo relatos e imagens enviadas à nossa redação, o fedor é insuportável, especialmente no momento em que o veículo chega ao local para realizar o descarte.

A preocupação dos moradores é legítima e exige atenção imediata das autoridades competentes. O impacto ambiental de tais práticas pode ser devastador. O descarte inadequado de resíduos de banheiros químicos, além de outras substâncias tóxicas, é uma ameaça direta à qualidade dos corpos d'água da região. Esses resíduos podem infiltrar-se no solo, contaminando os lençóis freáticos, o que representa um grave risco à saúde pública e à vida aquática.

Vale lembrar que a Lei nº 9.605 de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, impõe penalidades severas para o descarte inadequado de resíduos, incluindo detenção e multas. A legislação é clara: o descarte de efluentes provenientes de banheiros químicos deve ser realizado apenas em estações de tratamento de esgoto certificadas, que possuem a infraestrutura necessária para tratar e neutralizar adequadamente esses resíduos. O manejo incorreto, como o que está sendo praticado na Rua Severino Felipe, é considerado crime ambiental e pode resultar em danos irreparáveis ao meio ambiente e à saúde pública.

Com a publicação deste artigo, espera-se que as autoridades de vigilância sanitária e a Secretaria de Meio Ambiente de Lagoa Nova tomem medidas imediatas para investigar e interromper essa prática ilegal. A comunidade local aguarda por ações eficazes que garantam a segurança e o bem-estar de todos os moradores da região. O caso serve de alerta para a importância de se cumprir rigorosamente as normas ambientais, visando proteger o meio ambiente e assegurar a saúde pública.

Queda de avião: peritos usam 3 técnicas para identificação de corpos

 

A identificação dos corpos das vítimas do acidente com o voo 2283 da Voepass Linhas Aéreas, na tarde de sexta-feira (9), em Vinhedo, no interior paulista, será feita por meio de três técnicas no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, no centro da capital paulista, para onde os corpos estão sendo encaminhado.

De acordo com o perito da Polícia Federal (PF) Carlos Palhares, diretor do Instituto Nacional de Criminalística, os métodos utilizados são impressão digital, odontologia (arcada dentária) e exames genéticos.

“São utilizados porque, normalmente, as pessoas têm esses registros prévios”, afirmou.

Os parentes das vítimas podem colaborar com o trabalho de reconhecimento, fornecendo documentações médicas, como exames, além da coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos, quando necessário. O governo de São Paulo realiza o atendimento dos familiares no auditório do Instituto Oscar Freire, a poucos metros da unidade central do Instituto Médico Legal (IML).

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de São Paulo, capitão Roberto Farina, informações sobre tatuagens e fraturas também podem ajudar na identificação.

De acordo o superintendente regional da PF em São Paulo, Rodrigo Sanfurgo de Carvalho, o foco, no momento, é a retirada dos corpos do local do acidente.

“A prioridade é remover as vítimas de forma que seja possível a identificação delas. Não temos prazos, mas estamos envidando todos os esforços para que o término do trabalho seja o mais rapidamente possível”, disse.

Acidente

O avião turboélice ATR-72 da Voepass fazia o voo 2283, que ia de Cascavel, no Paraná, ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A aeronave decolou com 62 pessoas, sendo quatro tripulantes, e caiu pouco depois das 13h20 da sexta-feira (9), em Vinhedos, no interior paulista, a 70 quilômetros do destino do voo. Não houve sobreviventes.

As caixas-pretas do avião foram localizadas e enviadas para Brasília, onde estão sendo analisadas por técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica.

De acordo com as informações iniciais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião estava em situação regular.

A Voepass manifestou "profunda dor" e afirmou que o principal esforço está em seguir apoiando e dando assistência irrestrita às famílias dos passageiros e tripulantes.

Prefeitura de Bodó adere ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre Crea-RN e Femurn

A prefeitura de Bodó aderiu na manhã desta sexta-feira (9), ao Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) e a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn).

O documento foi assinado pelo presidente do Crea-RN, Roberto Wagner, e pelo prefeito de Bodó, Marcelo Filho. O acordo permite o compartilhamento de informações entre o Crea-RN os municípios filiados à Femurn, com foco no aprimoramento da fiscalização de obras e serviços nas áreas de engenharia, agronomia e geociências, garantindo assim a proteção dos cidadãos e o cumprimento da legislação.

O presidente falou sobre a importância do ACT. “Os municípios que aderem ao Acordo contam com auxílio na fiscalização das obras e serviços, orientações técnicas qualificadas e tem a possibilidade de acesso a ART Social, um programa que possibilita o registro de ARTs por taxa mínima, para as prefeituras que atuam como assistentes em áreas de interesse social. Este programa é um exemplo claro de como a engenharia pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida da população”, explicou.

CREA-RN

O CREA-RN foi criado em 1969 com sede em Natal e possui Inspetorias Regionais em Mossoró, Caicó, Pau dos Ferros, Assu, Macau e Currais Novos.


Jovens de Lagoa Nova se destacam no cenário nacional de ciências e olimpíadas científicas

Alunos da Escola Municipal João XXIII 

Nos últimos anos, Lagoa Nova tem ganhado destaque no cenário nacional de feiras de ciências e olimpíadas científicas, consolidando-se como um polo de excelência na educação. Em 2024, esse protagonismo se intensifica com a presença de dois projetos da Escola Municipal João XXIII e um projeto da Escola Estadual Angelita Félix Bezerra entre os finalistas da FENECIT (Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia).

Alunos da Escola Municipal João XXIII 

A FENECIT, realizada entre os dias 8 e 11 de outubro em Recife, é considerada a maior feira de ciências do Nordeste e uma das mais importantes do Brasil. O evento não só reúne projetos de todas as regiões do país, mas também promove um rico intercâmbio cultural e científico com a participação de iniciativas de outros países da América Latina. Além das credenciais nacionais, a FENECIT oferece oportunidades de participação em eventos científicos internacionais, ampliando as perspectivas de conhecimento e networking para os jovens cientistas.

Alunos da Escola Municipal João XXIII 


Este ano, sete alunos de Lagoa Nova, orientados pelos professores Isaac Antunes e Gean Bezerra, terão a honra de representar o município neste evento de relevância nacional. A presença desses jovens na FENECIT é um reflexo do trabalho contínuo e dedicado realizado nas escolas locais, onde a ênfase em metodologias ativas e no protagonismo estudantil tem mostrado resultados expressivos.

Além do sucesso na FENECIT, Lagoa Nova também se destaca em outras competições científicas. Na OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia), a Escola Municipal João XXIII conquistou 11 medalhas, enquanto a Escola Estadual Angelita Félix Bezerra celebrou a conquista de 8 medalhas e credenciais para a Jornada Nacional de Foguetes, que acontecerá no Rio de Janeiro, através da MOBFOG (Mostra Brasileira de Foguetes).

Essas conquistas são motivo de orgulho não apenas para os alunos e professores envolvidos, mas para toda a comunidade escolar de Lagoa Nova. O sucesso nas feiras de ciências e nas olimpíadas científicas evidencia o impacto positivo das práticas pedagógicas adotadas no município, que, ano após ano, colhe frutos que enchem de orgulho toda a cidade.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Convocação para Audiência Pública sobre o Horário Eleitoral Gratuito em Currais Novos e Região

O Poder Judiciário, por meio da Justiça Eleitoral do Estado do Rio Grande do Norte, convoca os representantes legais dos partidos políticos e coligações que requisitarem registro de candidaturas, bem como os responsáveis pelas emissoras de rádio e televisão, para uma audiência pública que ocorrerá no dia 20 de agosto de 2024. A reunião será realizada às 10h30 no Fórum Eleitoral de Currais Novos, localizado na Rua Manoel Lopes Filho, nº 922, Bairro Walfredo Galvão.

Essa audiência tem como objetivo discutir e deliberar sobre assuntos relacionados à transmissão do Horário Eleitoral Gratuito, que será veiculado em rede e em inserções a partir do dia 30 de agosto de 2024. A convocação segue as diretrizes estabelecidas pela Lei nº 9.504/97 e pela Resolução TSE nº 23.610/2019, que regulam a propaganda eleitoral e as regras para a utilização da mídia durante o período de campanha.

A participação de todos os convocados é essencial para garantir a correta organização e o cumprimento das normas eleitorais. Os interessados podem acessar o edital completo da audiência pública através do Diário de Justiça Eletrônico (DJE), disponível no link fornecido no comunicado oficial.

Essa audiência é uma etapa fundamental para assegurar que as emissoras e os partidos políticos estejam em conformidade com a legislação, promovendo um processo eleitoral justo e transparente nos municípios de Currais Novos, Cerro Corá, Bodó e Lagoa Nova.

Conheça lista de doenças com potencial epidêmico divulgada pela OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou este mês sua lista de patógenos com potencial de desencadear uma epidemia. Mais de 30 patógenos integram o levantamento, incluindo desde velhos conhecidos, como a dengue e o vírus influenza, até ameaças mais recentes, como o vírus Nipah.

O vírus causador da mpox, que desencadeou um surto em 2022 e pode voltar a ser decretado como emergência internacional em saúde pública, também faz parte da lista.

“Essa não é uma lista exaustiva nem indica as causas mais prováveis da próxima epidemia. A OMS revisa e atualiza essa lista à medida em que há necessidade e à medida em que as metodologias mudam”, destacou a entidade, ao citar que o levantamento tem como base doenças classificadas como prioritárias entidade. São elas:

Covid-19

Infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus descoberto em amostras obtidas de pacientes com pneumonia de causa desconhecida na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Pertence ao subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e é o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos.

A infecção acontece por meio da exposição a fluídos respiratórios de três maneiras: inalação de gotículas muito finas ou partículas de aerossol; deposição de gotículas respiratórias e partículas nas membranas mucosas expostas na boca, no nariz ou nos olhos, seja por respingos diretos e sprays; e tocar diretamente membranas mucosas com as mãos sujas por fluídos respiratórios contendo o vírus.

Febre hemorrágica da Crimeia-Congo

A CCHF, na sigla em inglês, é uma doença viral geralmente transmitida por carrapatos. Também pode ser contraída por meio do contato com tecidos animais onde o vírus entrou na corrente sanguínea, o que acontece durante e imediatamente após o abate dos animais. Os surtos de CCHF, segundo a OMS, constituem uma ameaça aos serviços de saúde pública, uma vez que o vírus pode levar a epidemias, apresenta taxa de letalidade elevada (entre 10 e 40% dos casos), pode resultar em surtos em hospitais e unidades de saúde e é difícil de ser prevenido e tratado.

A doença é considerada endêmica em todo o continente africano, nos Balcãs, no Oriente Médio e na Ásia. Descrita pela primeira vez na Península da Crimeia em 1944, ela recebeu o nome de febre hemorrágica da Crimeia. Já em 1969, foi comprovado que o agente patogênico era o mesmo responsável por uma doença identificada em 1956 na Bacia do Congo, resultando na nomenclatura atual.

Ebola

A doença causada pelo vírus Ebola é descrita como uma zoonose cujo morcego é considerado o hospedeiro mais provável. Quatro dos cinco subtipos foram registrados em animais nativos da África. De acordo com o Ministério da Saúde, acredita-se que o vírus foi transmitido para seres humanos a partir de contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinho. A doença é considerada uma das mais importantes na região da África subsaariana, ocasionando surtos esporádicos em diversos países.

O agente da doença é um vírus da família Filoviridae, do gênero Ebolavirus, descoberto em 1976 a partir de surtos ocorridos ao sul do Sudão e ao norte da República Democrática do Congo, próximo ao Rio Ebola, mesmo nome dado ao vírus. A enfermidade, conhecida anteriormente como febre hemorrágica ebola, é classificada como grave, com taxa de letalidade que pode chegar a até 90%.

Doença de Marburg

De acordo com a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), durante a primeira epidemia da doença – que ocorreu em 1999 e no anos 2000 na República Democrática do Congo –, a taxa de mortalidade chegou a 70% dos casos. Um surto grave envolvendo dois grandes centros, Marburg (Alemanha) e Belgrado (Sérvia), levou ao reconhecimento inicial da doença.

Os surtos foram associados a laboratórios que realizavam pesquisas com macacos verdes (Cercopithecus aethiops) oriundos de Uganda. Posteriormente, surtos e casos esporádicos foram identificados em Angola, na República Democrática do Congo, no Quênia, na África do Sul e em Uganda. A taxa média de mortalidade é de cerca de 50%, mas já variou de 24% a 88%, dependendo da cepa e do gerenciamento de casos.

Febre de Lassa

Doença hemorrágica que causa sérios danos a diversos órgãos, reduzindo a capacidade de funcionamento do corpo. De acordo com o MSF, a enfermidade afeta de 100 mil a 300 mil pessoas todos os anos em toda a África Ocidental e causa cerca de 5 mil mortes. Em 2023, na Nigéria, foram identificados 8.978 casos suspeitos e 1.227 casos confirmados, conforme dados do Centro Nigeriano de Controle de Doenças.

É transmitida por uma espécie de rato. Na Nigéria, o animal é encontrado principalmente em três estados no leste e sul do país: Edo, Ondo e Ebonyi. Quando roedores infectados se alimentam, deixam vestígios do vírus através de sua saliva e fezes.

O vírus é contagioso e pode se espalhar de pessoa para pessoa por meio de fluidos corporais, incluindo saliva, urina, sangue e vômito. A doença geralmente atinge o pico do número de casos na estação de seca, quando os ratos procuram comida nas casas das pessoas.

Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)

O tipo de coronavírus responsável pela doença é transmitido para humanos a partir de dromedários infectados. O vírus foi identificado em animais de diversos países do Médio Oriente, da África e do sul da Ásia. Ao todo, 27 países notificaram casos de MERS desde 2012. Até o momento, 858 mortes foram notificadas como tendo sido associadas à infecção ou complicações relacionadas

As origens do vírus, segundo a OMS, não são totalmente compreendidas, mas a análise de diferentes genomas virais indica que ele pode ter se originado em morcegos e, posteriormente, foi transmitido a dromedários. A transmissão entre humanos, de acordo com a entidade, é possível, mas apenas alguns casos foram notificados, entre membros de família que vivem na mesma casa. Em unidades de saúde, entretanto, a transmissão entre humanos é mais frequente.

Síndrome respiratória aguda grave (SARS)

Para ser considerado caso suspeito de infecção por covid-19, o paciente deve apresentar a chamada síndrome gripal, caracterizada por sintomas como febre ou sensação febril, calafrios, dor de garganta, tosse, coriza e alterações no olfato ou no paladar. Alguns sinais, entretanto, indicam que o paciente pode apresentar uma forma mais grave da doença e precisa ser internado para tratamento hospitalar.

O quadro, conhecido como SRAG, é caracterizado, portanto, pelos sintomas da síndrome gripal associados a pelo menos um dos seguintes sinais: falta de ar ou desconforto para respirar; sensação de pressão no peito; saturação de oxigênio abaixo de 95%; coloração azulada de lábios ou rosto (cianose). Crianças, idosos e população de risco devem ser avaliados com mais cautela.

Nipah

O vírus é transmitido para humanos por animais, alimentos contaminados ou mesmo diretamente, de pessoa para pessoa. Em pessoas infectadas, causa quadros diversos, desde infecção assintomática até doença respiratória aguda e encefalite fatal. A OMS alerta que, embora tenha causado apenas alguns surtos conhecidos na Ásia, o vírus infecta uma grande variedade de animais e causa doenças graves e mortes entre pessoas.

Durante o primeiro surto reconhecido na Malásia, que também afetou Singapura, a maioria das infecções humanas resultou do contato direto com porcos doentes ou carne contaminada. Em surtos subsequentes em Bangladesh e na Índia, o consumo de frutas e derivados, como suco de tamareira cru, contaminados com urina ou saliva de morcegos frugívoros infectados foi a fonte mais provável de infecção.

A transmissão entre humanos do vírus Nipah também foi relatada entre familiares e cuidadores de pacientes infectados.

Febre do Vale Rift

Zoonose viral que afeta principalmente animais, mas também tem a capacidade de infectar humanos. O vírus é transmitido por mosquitos e moscas que se alimentam de sangue. Em seres humanos, a doença se manifesta desde um quadro leve, semelhante à gripe, até febre hemorrágica grave, que pode ser letal.

Embora alguns casos humanos tenham resultado da picada de mosquitos infectados, a maioria das infecções resulta do contato com sangue ou órgãos de animais infectados. Pastores, agricultores, funcionários de matadouros e veterinários correm maior risco de infecção. Humanos também podem contrair o vírus por meio da ingestão de leite não pasteurizado ou cru de animais infectados. Nenhuma transmissão entre humanos foi documentada.

Zika

Arbovirose causada pelo vírus Zika, transmitido por meio da picada de mosquitos, principalmente fêmeas. O vírus foi isolado pela primeira vez em macacos na floresta Zika de Kampala, na Uganda, em 1947. O primeiro isolamento humano foi relatado na Nigéria em 1953. Desde então, o vírus expandiu sua abrangência geográfica para vários países da África, Ásia, Oceania e das Américas.

A maioria das infecções é assintomática ou se manifesta como uma doença febril autolimitada, semelhante às infecções pelo vírus Chikungunya e s dengue. Entretanto, a associação da infecção por Zika com complicações neurológicas, como microcefalia congênita em fetos e recém-nascidos e síndrome de Guillain-Barré, foi demonstrada em diversos estudos realizados durante surtos da doença no Brasil e na Polinésia Francesa.

De acordo com o Ministério da Saúde, todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus, porém, mulheres grávidas e pessoas acima de 60 anos apresentam maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Os riscos podem aumentar quando a pessoa tem alguma comorbidade.

Doença X

A OMS destaca que não há nenhum vírus ou bactéria circulando neste momento que tenha sido denominado doença X. A proposta de incluir o nome na lista de patógenos com potencial de desencadear uma epidemia, segundo a entidade, é se preparar para o futuro. “Estamos falando de uma doença hipotética e, para dar um nome, os cientistas a chamam de doença X, no intuito de se preparar para um vírus ou bactéria que, no futuro, pode causar grandes surtos, epidemias ou pandemias”, explicou uma das responsáveis pela lista, Ana Maria Henao-Restrepo.

“Existem muitos vírus e bactérias que podem infectar animais, incluindo humanos. Para alguns, já temos vacinas, diagnósticos e tratamento. Sabemos quais são os vírus aos quais precisamos estar alertas, sabemos quais são as bactérias às quais precisamos estar alertas, mas existem milhares deles. Portanto, precisamos de uma forma simplificada de nos referirmos a eles sem saber qual deles causará a próxima pandemia. E nós o chamamos de patógeno X.”