A maior roqueira da história do Brasil foi “a fada-madrinha” que mudou o curso da vida de Ritchie. “Rita Lee foi a primeira brasileira que conheci em Londres, em 1972, quando ela apareceu no estúdio onde eu estava gravando flauta no disco de uma banda londrina. Ficamos amigos logo de cara, ajudei ela a escolher sua primeira flauta transversal e, na ocasião, Rita me mostrou pela primeira vez ‘Ando Meio Desligado’”, diz ele, sobre a música que havia sido um grande hit da banda Mutantes.
Ritchie continua: “Arrisco acrescentar que, não fosse pelo encontro fortuito com Rita (e com toda aquela turma que veio junto com ela a Londres, um grupo que incluía o Liminha e a ‘Cilibrina’ Lucinha Turnbull), eu talvez jamais teria pisado em solo brasileiro. Os Mutantes me hospedaram na casa deles na Serra da Cantareira, em São Paulo. Rita, Arnaldo e Sérgio ajudaram a formar minha primeira banda brasileira, a Scaladácida, naquele mesmo ano. Devo muito à gentileza e carinho deles todos, em especial à Rita”.
A capa do single, com produção musical de Eron Guarnieri, Renato Galozzi e do próprio Ritchie, estampa uma foto do arquivo pessoal do compositor. “Essa foto foi feita no dia da nossa viagem ao País de Gales, em 1972, o mesmo em que Rita me convidou para conhecer o Brasil. Viva Rita Lee Jones! Sejamos Mutantes!”, finaliza.
Sobre a música inédita em parceria com Fausto Nilo, Ritchie diz que existem certas canções que ficam guardadas no fundo da gaveta, aguardando a hora certa de nascer. “Às vezes é uma gestação de anos. Às vezes é porque elas possuem linhas melódicas ou palavras ainda a serem desvendadas. ‘Saudade Sem Passagem’ é uma dessas. A harmonia e melodia principal surgiram pela primeira vez na minha cabeça em 2009. A letra foi logo encomendada ao querido parceiro e poeta, Fausto Nilo, mas o arranjo musical não ficou pronto a tempo para a gravação do meu DVD daquele mesmo ano. Deu saudade em 2024 e agora ela verá a luz do dia. Até que enfim, nasceu a criança”, conta ele.
Já Fausto Nilo lembra que no início da parceria, Ritchie o provocava apresentando melodias que o inspiravam a escrever letras do jeito que ele gosta. “São imagens contextualizadas no cenário da vida urbana ou da natureza. Gosto e acho que às vezes parecem roteiro de cinema. Muito grato parceiro por esta ‘Saudade Sem Passagem’”, diz Nilo.
Essa turnê, além de reviver clássicos, traz um toque de novidade e nostalgia, celebrando a trajetória de Ritchie e suas colaborações marcantes. Fãs de todas as gerações podem esperar por momentos emocionantes e músicas que, mesmo inéditas, já carregam a essência de décadas de história musical.
Fonte: portalsucesso.com.br