segunda-feira, 24 de março de 2025

Filha de traficante leva cocaína para escola em Minas Gerais e distribui para colegas pensando que fosse bala


Cerca de 20 crianças precisaram ser levadas a um hospital em Itamonte, no Sul de Minas Gerais, após ingestão de cocaína levada por uma aluna de uma escola municipal.
A Polícia Civil de Minas vai investigar um episódio em que uma criança, de 4 anos, filha de um traficante, levou 16 papelotes de cocaína para uma escola municipal de Itamonte, no Sul do estado. O caso foi registrado na tarde dessa sexta-feira. Cerca de 20 crianças, entre 4 e 5 anos, foram levadas a um hospital da cidade para passar por exames toxicológicos após consumo da substância. Segundo a prefeitura, todas passam bem e já receberam alta.

Conforme a ocorrência registrada pela Polícia Militar de Minas, a menina distribuiu a droga para os colegas do 1º período, pensando se tratar de balas de coco. A professora da turma foi quem percebeu que tinha algo errado, após uma das alunas relatar que a suposta bala tinha gosto amargo. A mesma criança também indicou que a colega, filha do traficante, foi quem deu a ela o pacote.

Após questionamento da professora, a criança mostrou os papelotes de cocaína. Ela confirmou que pegou as supostas balas em casa, numa mochila do pai e levou para a escola. A droga foi embalada a vácuo, sendo que sete pacotes estavam lacrados e nove parcialmente consumidos.

Em seguida, a menina foi levada para a direção da escola, que acionou o pai dela, além do Conselho Tutelar. Na unidade de ensino, o homem, de 27 anos, tentou recuperar parte do material antes da chegada da PM e, em seguida, fugiu. Ele também pediu ao irmão para buscar a menina na escola. Lá, o tio da criança chegou a cometer desacato contra conselheiras tutelares e foi preso pela Polícia Militar. Após assinar um termo de ocorrência, ele foi liberado.

A prefeitura de Itamonte informou que as 20 crianças envolvidas não apresentaram intoxicação. Foi feita, ainda, a coleta de urina de todas elas para análise toxicológica num laboratório de Taubaté, em São Paulo.

O pediatra Daniel Becker explicou que essas crianças ficaram sujeitas a uma intoxicação grave e a séries riscos de saúde, a partir do contato com a cocaína, que acaba atuando como uma adrenalina no corpo.

"A cocaína pode causar muitos problemas cardiovasculares e arritmias. A substância pode até causar uma lesão cardíaca, porque existe uma contração excessiva das artérias coronárias, aquelas artérias que levam o sangue do próprio coração, que, no caso da cocaína, uma superdose pode levar a espasmos da coronária, pode até lesar o coração. As arritmias são perigosíssimas, elas podem levar a uma insuficiência de sangue no cérebro. Pode haver inclusive problemas no cérebro mesmo também. Vai causar agitação, vai causar irritabilidade, enfim, são riscos muito graves", explicou.

A perícia da Polícia Civil de Minas esteve na escola e fez a coleta da droga e de provas que vão embasar as investigações. O pai da menina segue sendo procurado pelas forças de segurança. Segundo os policiais, ele tem ao menos quatro registros criminais por tráfico de drogas.

CBN

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