quarta-feira, 31 de julho de 2024

Organização de Paris 2024 lamenta cena que revoltou cristãos

Em entrevista coletiva, porta-voz dos Jogos na capital francesa alegou que não houve intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso

A organização das Olimpíadas de Paris 2024 pediu desculpas por uma das cenas apresentadas durante a cerimônia de abertura do evento, realizada na sexta-feira, 26. O momento, associado a uma “paródia” do quadro “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, gerou revolta em diversos grupos cristãos e os levou a se manifestarem.

Durante o ato “Festivitè” (“festividade”, em tradução livre), drag queens e outros artistas encenaram sobre uma passarela, fazendo alusão à moda francesa. A composição da cena, contudo, apresentou semelhanças ao quadro do pintor italiano que representa a Santa Ceia realizada por Jesus junto aos seus apóstolos antes de ser preso e crucificado.

Em entrevista coletiva realizada no domingo, 28, a porta-voz da organização dos Jogos, Anne Deschamps, alegou que “nunca houve intenção de mostrar desrespeito a qualquer grupo religioso” e que a cerimônia de abertura “tentou celebrar a tolerância comunitária”. Contudo, expressou que, “se as pessoas se ofenderam, lamentamos muito”.

O diretor artístico da cerimônia de abertura, Thomas Jolly, já havia se manifestado sobre o assunto. Em entrevista à emissora francesa BFM TV, ele disse que a cena não foi inspirada em “A Última Ceia” e representava uma festa pagã ligada aos deuses do Olimpo. “Você nunca encontrará em meu trabalho o desejo de denegrir alguém ou alguma coisa”, exprimiu.
“Escárnio e zombaria ao Cristianismo”

Entre as reações à extravagante cena esteve a da Conferência Episcopal Francesa, que publicou um comunicado de imprensa no sábado, 27. Os bispos franceses lamentaram que a cerimônia de abertura tenha incluído “cenas de escárnio e zombaria ao Cristianismo, que deploramos profundamente”.

“Pensamos em todos os cristãos de todos os continentes que foram feridos pelo excesso e pela provocação de certas cenas”, salientou o episcopado da França. “Desejamos que eles compreendam que a celebração olímpica vai muito além dos preconceitos ideológicos de alguns artistas”, registrou ainda.

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