Enquanto Mossoró celebra a inauguração de mais uma
unidade do Restaurante Popular, , fornecendo 700 refeições diárias, Lagoa Nova,
a capital da serra, fica apenas com o aroma. Esta nova unidade se junta às
outras quatro já existentes na cidade, reforçando o compromisso com a segurança
alimentar e nutricional da população. Mas por que Lagoa Nova, mesmo com sua
proximidade e influência junto ao governo estadual, ainda não possui sequer uma
unidade desse serviço essencial?
O Programa Restaurante Popular, administrado pela
Coordenadoria Operacional de Desenvolvimento Social (CODES) e vinculado à
Secretaria Estadual do Trabalho e Assistência Social (Sethas), serve
diariamente cerca de 30 mil refeições em todo o estado do Rio Grande do Norte.
Com 56 unidades espalhadas por 34 municípios, o programa tem como objetivo
principal atender a população em situação de insegurança alimentar, oferecendo
refeições saudáveis a um preço simbólico de R$ 1,00. O investimento anual no
programa é de aproximadamente R$ 47 milhões, provenientes do Fundo Estadual de
Combate à Pobreza (FECOP).
Lagoa Nova, uma cidade em ascensão no turismo e
administrada pelo presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
(FEMURN), possui uma proximidade evidente com as decisões do governo estadual.
No entanto, mesmo sendo um município proeminente e com potencial turístico
crescente, não se vê beneficiado pelo Programa Restaurante Popular. A ausência
de uma unidade na cidade levanta questionamentos sobre a eficácia da gestão
local e o real comprometimento com a melhoria das condições de vida da
população.
A disparidade é clara e desconcertante. Mossoró, já
bem atendida pelo programa, continua a expandir suas unidades, enquanto Lagoa
Nova, uma cidade igualmente necessitada e com um administrador influente, não
consegue implementar um serviço que poderia transformar a vida de muitos de
seus moradores.
A criação do Programa Restaurante Popular em 2002 trouxe um alívio para muitos potiguares, garantindo acesso a uma alimentação digna e nutritiva. No entanto, a desigualdade na distribuição dessas unidades reflete uma disparidade que não deveria existir, especialmente em cidades que possuem liderança com capacidade de influência direta junto ao governo estadual.
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