terça-feira, 2 de julho de 2024

A Contradição de Lagoa Nova: Sem uma unidade de restaurante populares mesmo com proximidade governamental

 

Enquanto Mossoró celebra a inauguração de mais uma unidade do Restaurante Popular, , fornecendo 700 refeições diárias, Lagoa Nova, a capital da serra, fica apenas com o aroma. Esta nova unidade se junta às outras quatro já existentes na cidade, reforçando o compromisso com a segurança alimentar e nutricional da população. Mas por que Lagoa Nova, mesmo com sua proximidade e influência junto ao governo estadual, ainda não possui sequer uma unidade desse serviço essencial?

O Programa Restaurante Popular, administrado pela Coordenadoria Operacional de Desenvolvimento Social (CODES) e vinculado à Secretaria Estadual do Trabalho e Assistência Social (Sethas), serve diariamente cerca de 30 mil refeições em todo o estado do Rio Grande do Norte. Com 56 unidades espalhadas por 34 municípios, o programa tem como objetivo principal atender a população em situação de insegurança alimentar, oferecendo refeições saudáveis a um preço simbólico de R$ 1,00. O investimento anual no programa é de aproximadamente R$ 47 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP).

Lagoa Nova, uma cidade em ascensão no turismo e administrada pelo presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), possui uma proximidade evidente com as decisões do governo estadual. No entanto, mesmo sendo um município proeminente e com potencial turístico crescente, não se vê beneficiado pelo Programa Restaurante Popular. A ausência de uma unidade na cidade levanta questionamentos sobre a eficácia da gestão local e o real comprometimento com a melhoria das condições de vida da população.

A disparidade é clara e desconcertante. Mossoró, já bem atendida pelo programa, continua a expandir suas unidades, enquanto Lagoa Nova, uma cidade igualmente necessitada e com um administrador influente, não consegue implementar um serviço que poderia transformar a vida de muitos de seus moradores.

A criação do Programa Restaurante Popular em 2002 trouxe um alívio para muitos potiguares, garantindo acesso a uma alimentação digna e nutritiva. No entanto, a desigualdade na distribuição dessas unidades reflete uma disparidade que não deveria existir, especialmente em cidades que possuem liderança com capacidade de influência direta junto ao governo estadual.

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