Abelardo Macedo nasceu no dia 24 de abril de 1935, no sítio Coroas Limpas, município de Santana do Matos. Filho de Lauro e Nobilia Macedo, ele foi criado por seus tios, Zacarias Fernandes Jales e Virgínia Fernandes Barros, que não podiam ter filhos. Embora tenha sido criado por seus tios, Abelardo nunca perdeu o contato com seus pais biológicos e seus dez irmãos.
Desde cedo, Abelardo acompanhou seu tio adotivo Zacarias nos trabalhos diários, aprendendo a arte da agricultura, além de outros ofícios como consertar máquinas de costura e cortar cabelo. Essas habilidades foram fundamentais para ajudar sua família adotiva. Aos 26 anos, em 28 de janeiro de 1962, Abelardo casou-se com Luiza Marfisa de Macedo, com quem teve oito filhos.
Para aumentar a renda familiar, Abelardo saiu a cavalo pelas comunidades vizinhas, prestando serviços de mecânica e barbearia. Essas andanças logo se transformaram em uma oportunidade para ele começar a trabalhar no ramo farmacêutico. Abelardo foi convidado por José Anselmo (in memoriam) para ajudá-lo em sua farmácia em Santana do Matos, onde adquiriu experiência na área. Ele comprava medicamentos na farmácia de Expedito Araújo (in memoriam) em Currais Novos e os revendia na zona rural de Santana do Matos.
Com a morte de seu pai adotivo, Abelardo decidiu vender as terras, pois a agricultura não era sua verdadeira paixão. Foi durante esse período de transição que ele soube que Lagoa Nova não tinha uma farmácia. Em uma de suas viagens a Natal, Abelardo fez contatos com distribuidores de medicamentos e decidiu abrir uma farmácia em Lagoa Nova. Com a ajuda de Orlando Macedo (in memoriam), ele alugou uma casa ao lado da Igreja Matriz de São Francisco de Assis e um ponto comercial no mercado público.
Em 8 de dezembro de 1973, Abelardo fez a mudança mais importante de sua vida, levando toda a família em um caminhão para Lagoa Nova, com a esperança de dias melhores. Ao chegar na cidade, ele acomodou sua família e foi para Natal comprar medicamentos com o dinheiro da venda das terras. Assim, inaugurou a primeira farmácia do município, chamada "A Milagrosa", cuja primeira cliente foi a Srª Dona Bela (in memoriam).
Abelardo rapidamente conquistou a confiança da população local com seu trabalho sério, atencioso e dedicado. Ele não se negava a abrir a farmácia a qualquer hora da noite e, apesar de não ser médico ou farmacêutico, sua experiência com medicamentos salvou muitas vidas. Quando solicitado, ele levava sua maleta com medicamentos e material para aplicação de injeções para atender doentes em suas residências.
Além de seu trabalho na farmácia, Abelardo também serviu como Comissário de Menor, designado pelo juiz da comarca de Currais Novos, Cristóvão Praxedes. Ele desempenhou essa função voluntariamente, garantindo a lei e a ordem no município. Em reconhecimento aos seus serviços, recebeu o título de cidadão honorário de Lagoa Nova das mãos do prefeito Francisco Jeronimo de Medeiros (in memoriam). Em 2003, o vereador João Alves Galvão propôs, e a câmara municipal aprovou, que o posto de saúde do município fosse nomeado em sua homenagem.
Abelardo Macedo faleceu em 19 de junho de 2010, após sofrer um AVC que o deixou em coma por 45 dias. Seu legado de sabedoria e determinação permanece, evidenciando o impacto significativo que ele teve na comunidade de Lagoa Nova. De agricultor a farmacêutico autodidata, Abelardo Macedo é lembrado como um homem de coragem que transformou o destino de sua família e ajudou a moldar a história de Lagoa Nova.
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