quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Gente que fez história: Luzia de França Silva, Uma Vida Dedicada à Educação e à Família

Lúzia de França Silva, nascida em 13 de Dezembro de 1941, no Sítio do Meio, foi a primogênita de Felinto Neto e Maria Martins da Silva, um casal de agricultores que teve um total de 22 filhos, dos quais 16 alcançaram a vida adulta. Sua infância foi marcada por experiências comuns às crianças pobres de sua época, compartilhando as dificuldades e alegrias da vida rural na mesma localidade de seu nascimento.

A adolescência de Lúzia foi dedicada aos estudos na Escola Rural Lagoanovense, uma instituição ligada à Igreja Católica. Lá, concluiu o ensino primário, dividindo seu tempo entre os estudos, trabalhos domésticos e rurais, além de ajudar na criação dos irmãos mais novos.

Em 1962, a família se mudou para as proximidades da lagoa devido ao crescimento da família, passando a residir em uma propriedade cujo gerente era o Sr. Miguel Xavier Gomes, sob a posse do desembargador Tomaz Salustino. A mudança foi motivada pela impossibilidade de a casa anterior acomodar a numerosa família.

No ano de 1964, a casa da família correu risco de demolição devido à elevação do nível da água da chuva. Como solução temporária, abrigaram-se na casa de farinha, local mais elevado. O Dezembargador Tomaz Salustino, compreendendo a situação, instruiu Felinto a construir uma nova casa na cidade, utilizando os materiais da antiga residência. Tornaram-se vizinhos do Sr. Joaquim Coutinho, responsável pelas medições dos terrenos urbanos.

A vida de Lúzia tomou um novo rumo em 1° de Março de 1964, quando, ainda jovem, foi nomeada professora do grau menor. Selecionando seus alunos na própria residência, a maioria proveniente do Bairro Jesus Menino, ela recebia uma remuneração de Cr$ 15,00 Cruzeiros. Posteriormente, atuou no grupo escolar João XXIII até o ano de 1973.

Durante 12 anos, Lúzia se envolveu romanticamente com Severino Jerônimo da Silva, mas o relacionamento não evoluiu para um compromisso de casamento. Sua vida tomou um rumo trágico quando enfrentou uma gravidez de risco, sem assistência médica adequada, apenas com o auxílio de uma parteira. Transferida para Cerro Corá/RN em trabalho de parto, utilizando um veículo que normalmente transportava alunos, Lúzia faleceu na maternidade Clotilde Santina em 1° de Maio de 1973.

A notícia triste da morte de Lúzia chegou ao Sr Felinto pela voz do prefeito João Luis, que, à meia-noite, bateu em sua janela para comunicar a perda irreparável. Anos após sua morte, em homenagem à sua dedicação à educação, foi construída uma escola no Sítio Santa que recebeu o seu nome, perpetuando sua memória. Infelizmente, a escola encontra-se desativada hoje, mas o legado de Lúzia de França Silva continua vivo nas memórias daqueles que a conheceram e nas gerações que foram influenciadas por seus ensinamentos.

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