Klébia Camargo: Uma Jornada de Sucesso no Forró Potiguar

Artista concedeu entrevista a professora Raquel Nóbrega que está trabalhando o projeto “Trilhas do RN” e que traz  o tema personalidades do forró potiguar.

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Na última segunda-feira, dia 4 de setembro de 2023, a professora da Escola Estadual Manoel Luís de Maria, Raquel Nóbrega teve a oportunidade única de se conectar com uma das personalidades mais marcantes da cena musical potiguar, a cantora lagoanovense Klébia Camargo. O bate papo de forma virtual marcou uma etapa no desenvolvimento das atividades do componente curricular "Trilhas do RN," com um foco especial no tema "personalidades do forró potiguar." Durante a entrevista, Klébia compartilhou sua história de infância em Lagoa Nova e suas conquistas notáveis tanto na esfera pessoal quanto na profissional.

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Infância em Lagoa Nova: Raízes de uma Estrela

Klébia Camargo, natural de Lagoa Nova, é um verdadeiro exemplo de determinação e paixão por sua terra natal. Durante a entrevista, a cantora relembrou sua infância e as primeiras experiências musicais que a moldaram como artista. Ela destacou a importância da música e das tradições culturais locais em sua formação, revelando que desde cedo, já demonstrava um amor profundo pela música regional nordestina, especialmente o forró.

Os Primeiros Passos na Carreira Musical

A conversa também abordou os desafios enfrentados por Klébia Camargo ao dar seus primeiros passos na carreira musical. Ela compartilhou histórias de superação e perseverança, destacando como a determinação e o apoio de sua família foram fundamentais para sua trajetória de sucesso. Com uma voz marcante e talento inegável, Klébia rapidamente conquistou seu espaço no cenário do forró, tornando-se uma das vozes mais reconhecidas do país.

Inspiração para os Jovens de Lagoa Nova

A entrevista com Klébia Camargo não apenas proporcionou um vislumbre fascinante de sua vida e carreira, mas também inspirou os alunos da Escola Estadual Manoel Luís de Maria . Klébia é um exemplo vivo de que é possível alcançar os sonhos, independentemente de sua origem, desde que se tenha determinação e paixão pelo que se faz. Sua história serve como um farol de esperança para os jovens talentos de Lagoa Nova que almejam trilhar o caminho da música e das artes.

Raquel Mirian Nóbrega tem formação em filosofia e jornalismo pela UEPB, com mestrado  em ciências sociais pela UFCG

Segue a entrevista concedida a professora Raquel Nóbrega.

Raquel - Klebia, gostaríamos de agradecer a sua disponibilidade em falar conosco e dizer que é uma honra vê-la participando de um trabalho em nossa escola. Como você se sente tendo seu nome entre as maiores personalidades potiguares na categoria forró junto com gigantes tais como Xand Avião, Raí Saia Rodada, Dorgival Dantas e tantos outros?

Klébia - Agradeço imensamente por me dar a honra de contar um pouco de minha história para vocês. Muito obrigada por esse momento. Tenho muito carinho e respeito por minha cidade.

Raquel - Você poderia nos contar um pouco sobre sua infância e juventude em Lagoa Nova: amigos, familiares memórias afetivas na cidade?

Klébia – Nasci no Sitio Umarizeiro, município de Lagoa Nova. Meu pai, Manoel Frade foi vereador cinco vezes em Lagoa Nova, minha mãe, Lucia Maria é natural de Currais Novos. Passei toda minha infância e adolescência no Umarizeiro. Guardo comigo muitas lembranças, de meus familiares, de meu tempo de criança junto aos meus irmãos, pais e amigos. Foi lá onde comecei a sonhar com a vida artística. Brincava de teatro. Montava peças artísticas, improvisava cenários. Participava de show de calouros.

Raquel - Quais foram as escolas de Lagoa que você estudou? Gostaria de compartilhar conosco alguma boa lembrança que possui delas?

Klébia – Fui aluna das escolas Manoel Luiz de Maria e CENEC. Das boas lembranças, tenho a marcha de 7 de setembro. Eu gostava muito e me emocionava sempre!

Raquel - O que você nunca deixa de fazer quando vem à Lagoa Nova?

Klébia – Quando vou visitar minha família costumo aproveitar a companhia dos mesmos, sempre passeio pela feira coberta e não deixo de dar a velha volta no bairro Jesus Menino, com minha filha. Compartilho com ela os meus momentos, falo de minhas experiências, vejo alguns amigos, passeio.

Raquel - Aqui em Lagoa você é conhecida carinhosamente por klebinha. De onde veio este apelido? Seus fãs também te chamam assim?

Klébia - Klebinha (risos) é verdade! Desde criança, meus pais e irmãos sempre me chamaram assim. O Klébia Camargo é meu nome artístico. Enquanto adolescente, gostava muito de cantar as músicas de Zezé di Camargo. Daí um amigo na época me apelidou (risos). Na minha primeira banda, a Sorriso de Menina, um companheiro de trabalho disse: você podia se chamar Klébia Camargo. Desde então me “batizaram artisticamente”. Mas meu nome de batismo é Clébia Márcia da Silva Santos, mas a maioria das pessoas me chama de Klebinha.

Raquel - Onde você mora atualmente e como é seu dia-a-dia conciliando a vida de mãe, esposa e cantora?

Klébia - Atualmente resido na cidade de Iguatu-CE, com meu esposo Carlinhos Gabriel, que também é meu parceiro de palco e minha filha, Lyvia Maria. Quando não estou viajando, me dedico à vida de mãe, dona de casa, estudante. Tenho uma secretária que mora conosco e cuida de minha filha quando estou ausente!

Raquel - No seu Instagram há uma indicação de que você também segue uma vida acadêmica dedicada à Psicologia e ao Serviço Social. Como estas áreas estão presentes em sua vida?

Klébia - Sempre sonhei em ser psicóloga, ingressei na vida acadêmica e ainda estou na luta, cursei até o IV período. Dei uma parada devido ao trabalho, não estava conseguindo conciliar, mas pretendo retornar próximo ano e finalizar. O método EAD me proporciona conforto e facilidade pra estudar, com isso estou cursando Serviço Social no momento. É bem mais complicado ter uma vida acadêmica, sendo artista.

Raquel - Em que momento de sua caminhada houve a descoberta de seu dom para a música, ou seja, como sua vida artística começou?

Klébia - Como já havia dito, desde sempre tive essas aptidões artísticas, a comunicação me fascinava. Cresci muito comunicativa, brincando de ser jornalista, locutora de rádio, atriz, cantora, enfim. Participei do primeiro show de calouros com meus 15 anos de idade. O que trago em minha memória desse dia é que estava tão nervosa que na hora da apresentação acabei esquecendo a música que interpretaria (risos). No final surpreendentemente, levei o título da Mais Bela voz. A partir disso o desejo de ser cantora fez parte de meu maior sonho. Já com meus 19 anos cantava em comícios, participava de shows das bandas que se apresentavam nas cidades. Até que veio um convite de um grupo chamado Carlos Shows. Éramos apenas dois integrantes, um músico que tocava teclado, cantava e eu! Logo em seguida veio a oportunidade de ingressar na banda Sorriso de Menina na cidade de Currais Novos, onde permaneci por três anos. Em seguida, na cidade de Parelhas fui vocalista de uma banda chamada Cowboys Fora da Lei e no ano de 2006 em um show onde participamos, a banda Forrozão Tropykalia se apresentaria após o nosso show. O empresário me viu cantando e com o passar dos dias, me fez o convite. Fui morar em Fortaleza e fazer parte dos vocais da banda ao lado do cantor Carlinhos Gabriel, meu esposo atualmente há 13 anos.

Raquel - Você tem algum artista ou banda que te inspiraram e que exerceram influência na sua formação musical?

Klébia – Cresci ouvindo a cantora Celine Dion, Solange, na época cantora da banda Aviões do Forró, Tetê Pessoa e muitas outras cantoras.

Raquel - Gostaríamos que você compartilhasse um pouco sobre sua história com a banda Tropikália. Temos a impressão de que sua vida artística é inseparável da própria história da banda. Estamos errados?

Klébia - Faço parte da banda Forrozão Tropykália há 16 anos. Realmente há uma ligação muito forte entre vida pessoal e artística! Realizei grande sonhos. A banda me trouxe grandes privilégios, tais como conhecer muitos lugares; conhecer pessoas que se tornaram grandes amigos. Estar perto de artistas que admiro ao longo da vida. É no palco que me realizo, me reencontro. Me sinto viva!

Raquel - Toda profissão tem seus desafios, independente da área em que a pessoa esteja. Para você quais são os maiores desafios para os artistas potiguares, hoje?

Klébia - Ser artista no Brasil, já é um grande investimento. Não há valorização que merecemos. Vivemos numa sociedade preconceituosa que muitas vezes não respeita a nossa arte. Tem a opinião que o artista vive uma vida de facilidade, esquecendo que somos cidadãos comuns que temos direitos e deveres a cumprir. No Nordeste predomina o ritmo musical “forró”. Ser Nordestino em si já é visto de forma inferior nas demais regiões do país. Com isso precisamos de muita garra e sabedoria pra desenvolver nossa arte com responsabilidade.

Raquel - Quais sucessos da banda Tropikália você considera marcantes em sua vida?

Klébia - Os sucessos da banda Tropykalia são atemporais e se tornaram trilha sonora da vida de muita gente. Sou intérprete e fã dessas canções. Então, posso destacar músicas como: Planeta de Cores, Dois em um, Travesseiro Chora, Marcas, Fogo no fogo, Sonho blue e Adeus.

Raquel - Klebia, você poderia deixar uma mensagem para os jovens de Lagoa Nova que sonham seguir carreira artística assim como você que é uma inspiração e um orgulho para sua terra?

Klébia - A minha mensagem aos jovens de minha cidade, se estende a todas as pessoas também que sonham em ser artistas. Falo diretamente aos que pretendem viver profissão seguimento musical. Muita cautela, sabedoria. Cuidado na sua escolha, tenham sempre um Plano B. Não é fácil e estudar ainda é a melhor escolha. Desejo a todos que tenham um futuro brilhante em qualquer área determinada. Lute, se qualifique, para poder exercer sempre um bom trabalho. Isso trará reconhecimento profissional. E o mais importante… Sejam felizes. Forte abraço!

Raquel Mirian Nóbrega

Filósofa e Jornalista pela UEPB, Mestre em Ciências Sociais pela UFCG