segunda-feira, 3 de julho de 2023

Lembranças da Infância em Lagoa Nova: Uma Vida Simples e Cheia de Desafios

Este blogueiro com idade entre 6 e 8 anos

A cidade de Lagoa Nova, na qual nasci no dia 20 de abril de 1973, foi o cenário de minha infância humilde e repleta de desafios. Cresci em um lar paupérrimo, habitando uma casa de taipa com chão de barro batido, desprovida de energia elétrica. Meus pais, Josefa Avelino e Manoel Basílio, trabalhavam duro na lida do campo e como empregados da senhora Chiquinha Victor na casa de farinha. Nossa família era composta por mim e meus três irmãos: Ricardo, Ronildo e Basílio.

Uma Vida Simples e Desprovida de Confortos:

Nossa casa não possuía os luxos básicos da época, como fogão a gás, panela de pressão, sofás ou qualquer tipo de eletrodoméstico que pudesse proporcionar conforto. Em vez disso, minha mãe utilizava uma panela de barro para preparar nossas refeições em um fogo alimentado por lenha. O chão de barro batido exigia que fosse aguado antes de varrer, e os bichos de pé se proliferavam, penetrando em nossos dedos. Além disso, enfrentamos diversas doenças, como sarampo, difteria e catapora, esta última eram feito  tratamentos caseiros, como cachaça com fumo, eram utilizados.

 

Josefa Avelino Ribeiro, minha mãe, falecida em 25 de maio de 1993

As Dificuldades do Cotidiano:

Lembro-me vividamente da escassez alimentar em nossa casa, mas tínhamos o básico. O  escaldado de farinha com café eram nossas refeições principais no café da manhã, uma vez que nem sempre podíamos comprar pão ou bolachas. Para armazenar água, usávamos um pote de barro, que eu, aos 10 anos, abastecia com água da cisterna do mercado público. As necessidades básicas, como o banho, eram supridas através de poços conhecidos como cacimbões, espalhados pelas ruas da cidade. A lavagem de roupas exigia que minha mãe fosse a locais distantes, como o açude Umburana e o Barreiro do finado Raimundo, embora com o tempo surgissem novas opções mais próximas, como o sítio de Zé Pequeno e o St de Cícero Primo, onde tinha fontes de água para este serviço.

Com meu pai Manoel Basílio

As Alegrias Simples:

Apesar das dificuldades, minha infância também foi marcada por momentos de alegria e convívio social. Para ter acesso à televisão, contávamos com a generosidade de vizinhos como Zé Machado, Manoel Yan, Joaquim Aleixo, Seu Leonildo, Bastião Paulino e Maria Elita, que gentilmente nos permitiam assistir às novelas, filmes e telejornais da Rede Globo em suas casas. Para falar com parentes distantes, havia o posto da Telern, onde uma telefonista recebia as ligações e enviava mensageiros para chamar as pessoas e atender suas chamadas..........

Os 4 filhos de Galega e Manoel Basílio - Paixão, Ricardo, Ronildo e Basílio

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