Nascido em 14 de novembro de 1948 no Sitio Bomfim município de Santana do Matos, filho de Antônio Pereira de Melo e Isabel Soares, sendo eles agricultores, foi criando e educado juntamente com 9 irmãos, ao todos 5 mulheres e 5 homens, cresceram ajudando os pais na lida e colheita da agricultura em especial o algodão cultura em evidencia na época. Alfabetizou-se através da escola de rádio que se chamava Rádio Fônica, deixava as horas de lazer e preocupava-se apenas em aprender. Com os ouvidos sempre na escuta aprendeu a ler a escrever. Depois de adulto participou da escola de jovens e adultos e com isso cursou a 2ª série.
Aos 14 anos de idade começou a ler versos e poesias que era o seu forte, dai começou a sua vida de poeta. Com toda dificuldade o seu pai lhe deu um violão de presente com sua inteligência e humildade foi fazendo amizade com colegas que cantavam viola, criou amor pela arte e começou a fazer cantorias pela vizinhança.
No ano de 1969 mudou-se com toda a família para o Sítio Gavião, também localizado em Santana do Matos, neste lugar vez novas amizades e neste lugar conheceu a jovem Maria das Graças da Silva, após um período de namoro de dois anos, e aos 25 de dezembro de 1972 se casaram e passaram a residir em Sombras Grandes, zona rural de Santana do Matos, vindo a constituir uma família de 8 filhos, 14 netos e 4 bisnetos.
Depois de casado continuou a sua vida de poeta, viajando para fazer suas apresentações, Paulo Pereira começou a ganhar fama na sua carreira onde participou de vários congressos, fez vários desafios e a sua fama continuou tendo como gratificação as lembranças em vários troféus.
Em 1979 veio residir em Lagoa Nova, chegando continuou trabalhando na agricultura e viajando com amigos fazendo cantorias sempre com humildade e sua viola de lado. No ano de 1984 foi convidado a enfrentar um grande desafio, concorrer à presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Nova.
Eleito, Paulo Pereira assumiu o cargo em 2 de setembro de 1984. Após 3 meses de mandato, prosseguiu na luta sindical, organizou uma comissão para mobilizar a discussão em torno do baixo preço do caju. Lutas, desafios e conquistas para ele se tornaram fáceis, pois em toda a sua vida colocou Deus a frente de tudo para fazer o melhor, era com o que se preocupava, tudo o que fazia ficava registrado no ato de ajudar a melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores rurais.
Continuou firme participando de vários encontros, municipais, estaduais e federais, com outros presidentes de entidades sindicais. Formam caminhadas na luta por uma reforma agrária digna e justa, para que cada família tivesse o direito de lutar por aquilo que era por seu direito, um pedaço de terra para tirar o sustento de sua família.
A luta não foi fácil, e mesmo assim desejando fazer mais pelo povo Lagoa Nova, em 2000 candidatou-se ao cargo de vereador, obtendo 2,66 % dos votos válidos ficando na suplência de sua coligação formada pelos partidos PFL/PSB.
Foi eleito presidente do STTR de Lagoa Nova por 4 mandatos, ficando a frente da entidade sindical por 18 anos. Uma de suas conquistas aconteceu em outubro de 2001, onde conseguiu junto a agencia estadual do INSS a vinda do carro Prev-Móvel, para atender as necessidades dos agricultores, diminuindo assim, o deslocamento dos agricultores para outros municípios.
Naqueles dias novas conquistas por ele foram alcançadas, como a implantação de 5 assentamentos de reforma agrária, sendo eles: PA SANTANA, PA JOSÉ MILANEZ, PA SERRANO, PA JATUARANA(Bodó) E POR ÚLTIMO O PA SÃO PEDRO.
No início de 2003, já fragilizado por uma grave doença, escreveu a seguinte canção, onde uma crise nervosa o atropelava, que quando o tempo bota a cela, por valente que seja o bravo amansa iria deixar a viola por lembrança pra família saber que viveu dela.
Em 11 de abril de 2003, Lagoa Nova ficou chocada com sua inesperada partida.
Fonte: Retalhos de uma vida
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