terça-feira, 4 de outubro de 2022

Collor, Cunha, Requião, Serra, Jucá, Joice: “estrelas” da política não eleitas em 2022

Ex-senadores, governadores e até um ex-presidente ficaram sem cargo no último domingo

O primeiro turno das eleições de 2022, disputado neste domingo (02), teve políticos de grande projeção à frente na disputa presidencial e por diversos cargos pelo Brasil.

Na lista dos que não conseguiram se eleger ou seguir na disputa, porém, há figuras conhecidas dos eleitores, incluindo campeões de votos no último pleito, antigos governadores, ex-presidenciáveis e até mesmo um ex-Presidente da República.

Fernando Collor (PTB-AL), candidato a governador

Presidente da República eleito em 1989, sofreu impeachment três anos mais tarde. Em sua tentativa de voltar ao governo de Alagoas – ele comandou o estado de 1987 a 1989 –, não foi páreo para o governador Paulo Dantas (MDB) e o senador Rodrigo Cunha (PSDB), candidatos dos grupos políticos de Renan Calheiros e Arthur Lira, que se enfrentarão em segundo turno. Collor ficou em terceiro lugar, com 14,71% dos votos.

José Serra (PSDB-SP), candidato a deputado federal

Personagem importante de duas disputas presidenciais, o tucano foi derrotado por Lula e Dilma (PT) em 2002 e 2010, respectivamente, mas em ambas as ocasiões foi ao segundo turno. Ainda foi senador e governador de São Paulo e prefeito da capital paulista. Em busca de uma das 70 vagas do estado na Câmara dos Deputados, teve cerca de 88 mil votos e não alcançou uma cadeira.

Joice Hasselmann (PSDB-SP), candidata a deputada federal

Segunda mais votada pelos paulistas para a Câmara dos Deputados em 2018, com mais de um milhão de votos, a congressista teve pouco mais de 13 mil votos neste pleito. Durante o mandato, Hasselmann trocou de partido – foi eleita no extinto PSL – e rompeu com o bolsonarismo. Não seguirá em Brasília para um novo mandato.

Janaína Paschoal (PRTB-SP), candidata a senadora

Deputada estadual mais votada da história de São Paulo, coautora do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) e outra egressa do antigo PSL, Janaína Paschoal não teve sucesso em sua empreitada rumo ao Senado. Com cerca de 2% dos votos, ficou muito atrás do eleito Marcos Pontes (PL) e teve uma redução de votação: com mais de 2 milhões de votos em 2018, teve 447 mil neste domingo.

Marconi Perillo (PSDB-GO), candidato a senador

Um dos políticos mais tradicionais do estado, Marconi Perillo governou Goiás em quatro oportunidades. Neste ano, não alcançou 20% dos votos para senador. O eleito no estado foi Wilder Morais (PL), com 25%.

Esperidião Amin (PP-SC), candidato a governador

Em sua quinta eleição para o cargo, Esperidião Amin já venceu a disputa pelo governo de Santa Catarina duas vezes. Neste domingo, não alcançou 10% dos votos e ficou na quinta colocação. Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT) passaram ao segundo turno.

Heloísa Helena (Rede-RJ), candidata a deputada federal

Primeira candidata a presidente da República pelo PSOL, em 2006, Heloísa Helena teve mais de 6 milhões de votos na ocasião, com 6,85% dos votos e. Neste ano, foi a candidata com maior financiamento da Rede no Rio de Janeiro, mas não passou dos 38 mil votos e não estará na Câmara dos Deputados no próximo ano.

Fernando Pimentel (PT-MG), candidato a deputado federal

Ex-governador de Minas Gerais, o petista não conseguiu se reeleger para o Executivo estadual em 2018: ficou na terceira posição, com 23% dos votos. Em busca de um cargo que depende de menor número de votos para se eleger, também não obteve uma cadeira na Câmara Federal, recebendo 37 mil votos.

João Capiberibe (PSB-AP), candidato a senador

Nome histórico do PSB, João Capiberibe já ocupou diversos cargos no Amapá: foi prefeito da capital, governador por dois mandatos e senador. Em busca de retornar ao Senado, enfrentou uma disputa polarizada entre Davi Alcolumbre (União) e Rayssa Furlan (MDB), que tiveram 47% e 42% dos votos, respectivamente. Capiberibe ficou em terceiro, conquistando pouco mais de 5% dos eleitores.

Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), candidato a deputado federal

Mais um ex-governador candidato à Câmara, Rollemberg também não estará no Congresso. Escolhido por mais de 600 mil brasilienses em 2014, teve pouco mais de 50 mil votos neste domingo.

Roberto Requião (PT-PR), candidato a governador

Em sua sexta disputa para o Palácio Iguaçu, Requião foi o palanque de Lula (PT) no Paraná. Depois de ter sido três vezes governador, alcançou 26% dos votos neste ano e foi derrotado por Ratinho Júnior (PSD), reeleito em primeiro turno.

Romero Jucá (MDB-RR), candidato a senador

O emedebista ocupou uma cadeira no Senado por Roraima durante 24 anos e foi ministro de Lula e Temer. Há quatro anos, já havia sofrido uma derrota no estado, quando duas cadeiras estavam em disputa; em 2022, com apenas uma vaga, sofre novo revés. Jucá teve 31% dos votos, contra 45% de Dr. Hiran (PP), eleito para ocupar a vaga em Brasília.

Eduardo Cunha (PTB-SP), candidato a deputado federal

Ex-presidente da Câmara dos Deputados e outro algoz do PT, Eduardo Cunha foi preso na Operação Lava Jato e mudou seu domicílio político – do Rio de Janeiro para São Paulo – com a pretensão de retornar a Brasília. Cinco mil votos não lhe bastaram para isso.

Paulinho da Força (Solidariedade-SP), candidato a deputado federal

Presidente nacional de seu partido, o parlamentar chegou a ter o registro de sua candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral. Dias antes da eleição, porém, retornou ao páreo, mas não foi eleito: teve 64.137 votos.

Aldo Rebelo (PDT-SP), candidato a senador

Candidato de Ciro Gomes a senador em São Paulo, Rebelo amargou a sétima posição na disputa, com 1% dos votos válidos. Em sua trajetória política, ele ocupou quatro ministérios e presidiu a Câmara dos Deputados durante os governos petistas. O eleito foi o ex-ministro Marcos Pontes (PL), com 49%.

Henrique Alves (PSB-RN), candidato a deputado federal

Mais um ex-presidente da Câmara dos Deputados a tentar retornar à casa, Alves migrou do MDB para o PSB neste ano. Isso, porém, não lhe assegurou a vaga. Com 11 mil votos, ficou de fora pelo Rio Grande do Norte.

Márcio França (PSB-SP), candidato a senador

Apoiado por Lula, Alckmin (PSB) e Haddad (PT), França liderou boa parte das pesquisas de intenções de voto, mas foi derrotado por Marcos Pontes (PL) nas urnas. Ex-governador de São Paulo e duas vezes prefeito de São Vicente, ele teve 36% dos votos, ante 49% do ex-ministro.

José Aníbal (PSDB-SP), candidato a deputado federal

Tucano tradicional, José Aníbal foi suplente de José Serra e assumiu sua cadeira no Senado. Tal qual o titular, acabou derrotado na corrida para a Câmara Federal. Teve 7.692 votos.

Alexandre Frota (PSDB-SP), candidato a deputado estadual

Em 2018, Frota foi um dos fenômenos da “nova política” e chegou a Brasília com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Quatro anos mais tarde, mudou de “casa” e se candidatou à ALESP. Ele ficará sem cargo em 2023, já que teve somente 24 mil votos.

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