Crime de peculato foi cometido
por Robinson Faria e demais réus na Assembleia Legislativa. Ex-secretário
Administrativo da AL Rodrigo Marinho lavou o dinheiro desviado para manutenção
do haras Capiba. Denúncia é resultado da operação Croupier
O Ministério Público do Rio
Grande do Norte (MPRN) denunciou o ex-governador Robinson Mesquita de Faria e
outras 10 pessoas por peculato. O crime foi cometido entre os anos de 2008 e
2010, época em que o ex-governador era presidente da Assembleia Legislativa
potiguar. Ao todo, em valores corrigidos, as fraudes chegam a R$ 3.735.497,05.
Dois dos réus também foram denunciados por lavagem de dinheiro.
A denúncia é resultado da
operação Croupier, deflagrada pelo MPRN em 25 de junho do ano passado. A ação
foi um desdobramento da operação Dama de Espadas, que também apurou fraudes na
ALRN.
De acordo com as investigações do
MPRN, o ex-secretário Administrativo da Assembleia Rodrigo Marinho Nogueira
Fernandes usou parte do dinheiro desviado para pagar os salários de empregados
e insumos do haras turístico Capiba, de propriedade dele, na Grande Natal. Ele
também é réu no processo da operação Dama de Espadas, deflagrada em agosto de
2015 pelo MPRN, sendo considerado integrante do núcleo principal da organização
criminosa investigada naquela época.
Rodrigo Marinho contava com o
apoio de Francisco Cardoso de Oliveira Neto, que era responsável por
arregimentar servidores fantasmas para serem inseridos na folha de pagamento da
Assembleia Legislativa. Ainda segundo o que foi apurado pelo MPRN, o esquema
fraudulento se dava mediante a inserção de servidores fantasmas na folha de
pagamento da Assembleia Legislativa para desviar dinheiro público. Esses
servidores, que efetivamente não trabalhavam, tinham, em sua maioria, um grau
de instrução baixo. Eles devolviam praticamente todo o salário recebido para
Francisco Cardoso, que repassava os montantes para Rodrigo Marinho.
A denúncia foi recebida pela 6ª
vara Criminal de Natal. Além de Robinson Faria, Rodrigo Marinho e Francisco
Cardoso, são réus na ação: Karina Cordeiro do Nascimento Cardoso, Maria Helena
Cordeiro do Nascimento, Gilmara Dantas do Nascimento, Maria Cristina dos
Santos, Luciene Ramalho da Silva Pereira, Lucimara Ramalho da Silva, Sebastião
Alves de Oliveira e Maria Juzilene de Oliveira Sousa.
Croupier
A partir de documentos
encontrados na casa de Rodrigo Marinho quando foram cumpridos os mandados de
busca e apreensão da operação Dama de Espadas, o MPRN passou a investigar os
desvios praticados pelo “grupo de Pirangi do Norte”, distrito de Parnamirim,
uma vez que várias pessoas identificadas nos documentos residiam em uma mesma
localidade - algumas, na mesma casa. O ex-secretário Administrativo era tido
como o “financeiro” da ALRN e da organização criminosa, integrando o topo da
estrutura organizacional do Legislativo Potiguar. Era ele quem controlava e
emitia os cheques para pagamento de servidores da Casa Legislativa e
fornecedores.
Rodrigo Marinho, de acordo com o
que foi apurado pelo MPRN, possuía um grupo de pessoas por ele arregimentadas
para o esquema criminoso, inserido na folha de pagamento da Assembleia
Legislativa. Além disso, Rodrigo Marinho Nogueira Fernandes também arrecadava
do esquema criminoso operado pela ex-procuradora Geral da Assembleia, Rita das
Mercês, de quem era sócio no escritório R&R Advocacia.
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