Os médicos e servidores estaduais da saúde vão paralisar as atividades
nesta quarta-feira (3) e programaram uma manifestação em frente à
Governadoria. O protesto está agendado para as 10h e, uma hora antes do
ato, o movimento ainda era tímido. Os servidores cobram o pagamento dos
salários.
Pelo que foi definido pela categoria, a paralisação será de um dia e
será restrita ao pessoal da saúde que promete o funcionamento dos
hospitais com o mínimo de profissionais possível por setor, em todo o
Estado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do RN,
Geraldo Ferreira, só vão funcionar os atendimentos de urgência e
emergência nos hospitais.
Segundo ele, os médicos querem o pagamento
dos salários atrasados de novembro, dezembro e 13º de 2018, e
reivindicação de reajuste de 16,35% que a governadora Fátima Bezerra
concedeu aos procuradores estaduais.
Geraldo Ferreira explicou que os médicos
estaduais que, além do atraso dos salários e 13%, a categoria é contra a
recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ao Governo para não
incorporar adicional de insalubridade, noturno e a gratificação de
localização geográfica (deslocamento) na aposentadoria de servidores de
nível superior. Ele também disse que há uma grande preocupação de que
pessoas que se aposentaram depois de 2014 sejam obrigadas a devolver os
valores dessas gratificações.
A diretora do Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde), Maria
do Carmo, disse que o ato é para reivindicar o pagamento dos salários
atrasados e cobrar o reajuste dos 16,38% concedido aos procuradores.
“Ela (a governadora Fátima Bezerra) está dando reajuste aos procuradores
que ganham mais de R$ 30 mil”.
Maria do Carmo complementou que estão
confirmadas, amanhã, caravanas das regionais de saúde de todo o Rio
Grande do Norte, como Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros. Segundo ela, os
servidores vão cobrar os investimentos que o governo não faz na saúde.
“O governo de Fátima Bezerra, do PT, não olha para a saúde do Rio Grande
do Norte. “Os hospitais vão funcionar com o mínimo de profissionais em
cada setor”.
Insatisfação
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da
Administração Direta do Estado (SINSP), Janeayre Souto, criticou a
postura do governo. Ela considerou o reajuste concedido aos procuradores
em 16,38% como preconceituoso e discriminatório porque, segundo ela,
descarta as demais categorias do funcionalismo que está há nove anos sem
reajuste, e beneficia apenas uma categoria, que já ganha acima dos R$
30 mil.
Ela também criticou a negociação do governo do Estado com os auditores fiscais e delegados de polícia para pagar um novo teto salarial reajustado em 16,38% parcelado em três vezes, a partir de maio, sendo duas parcelas de 5% e uma de 6,38% em julho.
Janeayre Couto disse que o governo do Estado
está cada vez mais distante da grande maioria dos servidores e, por
isso, a dificuldade de pagar os atrasados só aumenta. Os servidores que
ganham o salário mínimo não receberam dezembro e o 13º de 2018. “Isso
está levando o empobrecimento dos servidores e muitos estão em
depressão”, afirmou.
Segundo a presidente do SINSP, desde que o
governo iniciou em 2 de janeiro deste ano, a diferença entre o menor e o
maior salário pago pelo Estado que era de 31 vezes aumento para 36
vezes em cinco meses. A comparação que ela faz é entre o menor salário
pago no Estado, um salário mínimo em média R$ 1.000,00 (mil reais) e o
de um procurador que era R$ 30 mil e com o reajuste de 16,38% passa para
R$ 36 mil.
Greve
O clima de insatisfação dos servidores em relação à falta de proposta do Governo do Estado para reajuste de salários e pagamento dos salários atrasados pode levar funcionalismo da administração indireta, autarquias e fundações, a entrarem em greve a partir da próxima sexta-feira (5), disse o coordenador-secretário do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (Sinai), Santino Arruda.
O clima de insatisfação dos servidores em relação à falta de proposta do Governo do Estado para reajuste de salários e pagamento dos salários atrasados pode levar funcionalismo da administração indireta, autarquias e fundações, a entrarem em greve a partir da próxima sexta-feira (5), disse o coordenador-secretário do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (Sinai), Santino Arruda.
De acordo com Santino Arruda, os servidores da
administração direta e indireta, através do Fórum Estadual, reivindicam
reajuste de 16,38%, o mesmo concedido aos procuradores estaduais pela
governadora Fátima Bezerra. “Queremos o mesmo reajuste concedido aos
procuradores”, afirmou. Segundo ele, o Sinai disponibilizou sua
assessoria jurídica para demonstrar que o Governo não é obrigado a dar o
reajuste de 16,38% aos procuradores. “Se o governo insistir em não dar
aumento vai ter greve, sim”, anunciou o sindicalista. A proposta será
discutida na sexta-feira.
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