Os deputados federais Walter
Alves(MDB), Beto Rosado(PP) e Rafael Mota(PSB), constam em uma lista de 198 deputados
contrários à reforma da Previdência Social proposta pelo governo Bolsonaro que
tramita no Congresso Nacional e pretende acabar com a aposentadoria especial
para deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores. Os políticos da próxima legislatura passarão
a seguir as mesmas regras dos trabalhadores do setor privado, cujo teto de
aposentadoria do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), é de R$ 5.839,45.
Para isso, no entanto, o texto precisa ser aprovado sem alterações. Dessa
forma, mesmo que um deputado consiga ser reeleito várias vezes e completar 35
anos de Congresso, o teto não passará do valor acima. As regras atuais são bem
diferentes. Existe um plano especial para os políticos chamado de Plano de
Seguridade Social dos Congressistas (PSSC), para o qual os parlamentares
contribuem mensalmente com R$ 3.713,93. O valor corresponde a 11% do salário
dos parlamentares, que é de R$ 33.763,00.
Funciona assim: a cada ano de contribuição, o deputado tem direito a
1/35 (um trinta e cinco avos) do salário total. Se ele passar 35 anos de
Congresso contribuindo para o PSSC, quando se aposentar vai receber mensalmente
os R$ 33.763,00. Ou seja, cada ano a mais de contribuição nesse regime rende R$
964,65 a mais para a aposentadoria. Assim, com apenas seis anos de mandato
contribuindo com o PSSC, eles já conseguem se aposentar com valores superiores
ao teto do INSS.
Adesão opcional ao privilégio
Vale ressaltar que essa adesão ao
PSSC é opcional. Caso o parlamentar abra mão do privilégio e não ingresse no
plano, ele passa a contribuir para o INSS ou para um regime próprio de previdência
caso seja servidor público ocupante de cargo efetivo.
Somente em fevereiro de 2019 o
custo desse sistema foi de R$ 7,18 milhões, constando 499 beneficiários desse
regime. O rendimento médio mensal deles é R$ 14,4 mil, enquanto a média paga em
todo o país aos trabalhadores comuns, aposentados pelo INSS, é R$ 1.316,54. Caso
a reforma da Previdência seja aprovada, a alíquota de contribuição dos
parlamentares aumentaria para 16,79%, e o valor mensal subiria para R$ 5.668,80.
Informações obtidas a partir da Lei de Acesso à Informação mostram que, ao
menos até o dia 26 de abril de 2019, havia 198 deputados federais da atual
legislatura que não abriram mão deste privilégio.
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