A necessidade de barreiras de
proteção na tentativa de inibir suicídios na Ponte Newton Navarro e também a
necessidade de políticas públicas voltadas à saúde mental foram os focos da
audiência pública realizada nesta quinta-feira (04), no auditório Cortez
Pereira, na sede da Assembleia Legislativa. Estiveram presentes na ocasião,
representantes do poder público e da sociedade civil que contribuíram com sugestões
para o tema.
Foi lembrado que a Ponte Newton Navarro é uma obra
importante para o desenvolvimento do Estado e que é resultado de muitas
reivindicações de melhoria de acessos na cidade do Natal. Mesmo assim, não foi colocadas
redes de proteção durante a construção da obra. Onde Muitas pessoas estão
utilizando a ponte para finalizar a vida, por isso é necessário trazer
especialistas, para ter uma noção do porque as pessoas chegam a cometer esse ato
extremo. Estamos aqui para tentar descobrir o que de pode fazer para coibir, inibir e, principalmente,
prevenir, para que não aconteçam mais esses atos.
Regina Ramos, do Centro de
Valorização da Vida, contou como funciona o Centro e falou das dificuldades
enfrentadas pela entidade, que realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio,
voluntária e gratuitamente, 24 horas, pelo telefone 188. Ela clamou por
políticas públicas que ajudem a promover os fins da entidade, já que o trabalho
é voluntário, e também pediu que as pessoas presentes na audiência pública
saíssem dali com focos e com estratégias, para que aquele momento não se
tornasse mais uma reunião sem determinações.
Mauricio Campelo, integrante do
Departamento de Saúde Coletiva da UFRN, falou que placas de incentivo à vida e
redes de contenção são absolutamente importantes. Não vão acabar com o
problema, mas dificultam as ações das pessoas que querem tirar a vida. “Mas
também temos que desenvolver outros tipos de medida, sobretudo de educação. E
que essa audiência se multiplique em medidas intersetoriais”, disse.
O especialista em segurança
pública e representante da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da
Defesa Social, Gesaías Ciriaco, contribuiu com a discussão mostrando que, muito
embora o foco esteja nas ações de prevenção ao suicídio na Ponte Newton
Navarro, a maioria dos suicídios acontecem em outros lugares do Estado e ele
constatou isso com base em inquéritos instaurados até 2017. “A ponte é um
símbolo do suicídio pela visibilidade que possui, mas de 2011 a 2017
constatamos que, para cada ato contra a vida cometido no local, centenas eram
realizados de outras formas. De acordo com ele, um número alto de suicídios é
cometido por meio de enforcamento.
A promotora de Justiça,
Gilderlene Costa da Silva Sousa, da Promotoria da Saúde Pública, deu sugestões
relacionadas às políticas públicas de combate ao suicídio, como fortalecimento
dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), a instalação de uma residência
terapêutica e uma maior oferta de consultas na área de psiquiatria e psicologia,
para ampliar o acesso das pessoas à rede de proteção. Ela também lembrou que
ações práticas por parte de poder público de fortalecimento do Centro de
Valorização da Vida (CVV) já ajudam a alcançar uma gama muito grande da
população.
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