
Os dois agentes penitenciários baleados no sábado, 2, foram feridos por
outro agente durante uma ronda em torno da penitenciária de Alcaçuz, em
Nísia Floresta. Segundo relato de uma fonte ouvida pela TRIBUNA DO
NORTE, os três estavam juntos na mesma viatura, ao lado de um quarto
agente. As duas vítimas desembarcaram para realizar a ronda em um
matagal, enquanto os outros permaneceram no veículo. O agente que
disparou os tiros teria se assustado ao ver os dois outros retornando
para a viatura, confundindo com suspeitos.
O caso aconteceu por volta das 23h, em uma área
entre a lagoa de Alcaçuz e o presídio. Ao saírem de um matagal, as
vítimas teriam assustado os outros profissionais, motivando os disparos.
Esses dois que permaneceram na viatura seriam novos agentes, que
ingressaram no Estado no último concurso, realizado em 2017 e concluído
curso de formação no ano passado.
A razão para a inspeção foi uma informação sobre possível resgate de
presos na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, no Complexo de
Alcaçuz. Isso teria deixado os dois agentes novatos sob tensão. A fonte
ouvida pela reportagem afirmou que o agente que disparou “era treinado,
mas sem experiência”.
Uma das vítimas é o agente penitenciário
Dhayme Araújo da Silva, coordenador da Administração Penitenciária do
Estado (Coape). A bala atravessou o colete de balas e o atingiu no
abdômen. Uma semana depois do caso, ele permanece internado na UTI do
Hospital Walfredo Gurgel em quadro estável. O outro não teve o nome
divulgado e foi atingido de raspão na perna, sendo liberado do hospital
na mesma noite do ocorrido.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança e
Cidadania (Sejuc) informou que o disparo foi acidental. A motivação,
segundo o secretário Pedro Florêncio, foi uma falha na comunicação entre
os homens, que eram da mesma equipe. Um procedimento administrativo foi
instaurado para apurar a responsabilidade do servidor. Paralelamente, a
Polícia Civil investiga o caso. Segundo o delegado Ernani Júnior, que
assumiu o inquérito nesta sexta-feira, 8, alguns agentes já foram
ouvidos pelos investigadores.
Oficialmente, a Polícia Civil e a Sejuc não
deram mais detalhes sobre o caso. Apenas de que as investigações seguem
em sigilo e tem 30 dias para serem concluídas.
Áudios do whatsapp
A notícia do agente baleado começou a circular ainda no sábado, 02, dia do ocorrido. Áudios de Whastapp comentava o caso, assegurando que os tiros tinham sido disparados pelos próprios agentes penitenciários, e que teria sido dado por um novato. Um dos áudios foi supostamente atribuído ao ex-secretário da Sejuc, Luís Mauro Albuquerque, devido à semelhança da voz, lamentando o ocorrido. Luís Mauro foi o responsável pelo treinamento dos outros agentes e atualmente está na Administração Penitenciária do Ceará.
Tribuna do Norte
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