Vencimento básico pago a cada deputado
estadual é de R$ 25.322,25 por mês; não é possível calcular qual será o
impacto do pagamento dos benefícios no orçamento da Casa porque alguns
parlamentares devem renunciar às vantagens.

O plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou
um projeto de lei que regulamenta a concessão de férias e 13º salário
para os deputados estaduais, com efeito retroativo a 2015. A aprovação
aconteceu na última terça-feira, 26, no mesmo dia em que os
parlamentares validaram o decreto assinado pela governadora Fátima
Bezerra que reconheceu situação de calamidade financeira do Estado.
De acordo com o projeto, que agora precisa ser sancionado por Fátima
Bezerra, as férias dos deputados serão concedidas anualmente, acrescidas
de um terço sobre o salário mensal. O gozo das férias deverá coincidir
com os períodos dos recessos legislativos, sendo que, preferencialmente,
deverá ocorrer no mês de janeiro.
O texto não permite a indenização de férias não gozadas, exceto no
caso de afastamento definitivo do mandato, se houver convocação
extraordinária durante o recesso e no último ano de mandato, de forma
integral, por não terem como gozar das férias em função de estarem
deixando o cargo.
Quanto ao décimo terceiro salário, o projeto de lei aprovado no
plenário estabelece que o abono poderá ser pago em duas parcelas, a
primeira até o dia de 30 de julho e a segunda até o dia 20 de dezembro
de cada ano. O benefício será correspondente a 1/12 do salário mensal,
por mês de efetivo exercício do mandato.
O projeto aprovado na Assembleia é de autoria da Mesa Diretora,
presidida pelo deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB). Na
justificativa da matéria, o tucano e demais membros da Mesa argumentam
que férias e 13º salário são direitos “sociais e fundamentais” dos
parlamentares, garantidos pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do
Recurso Extraordinário 650.809. Decisão expedida nesse caso estendeu os
direitos previstos no Artigo 7º da Constituição Federal aos deputados
estaduais.
Os novos benefícios para os parlamentares foram aprovados sem passar
antes pelas comissões temáticas. A dispensa de tramitação foi definida
em reunião dos líderes partidários e de bancada da Assembleia. No
plenário, a votação foi simbólica, e apenas o deputado estadual Sandro
Pimentel (PSOL) se manifestou contra a medida.
O vencimento básico pago a cada deputado estadual é, segundo o Portal
da Transparência da Assembleia Legislativa, de R$ 25.322,25 por mês.
Não é possível calcular, entretanto, qual será o impacto do pagamento
dos benefícios no orçamento da Casa porque alguns parlamentares devem
renunciar às vantagens – até o momento, apenas Sandro Pimentel e o
Coronel Azevedo PSL) se manifestaram neste sentido.
A Assembleia explicou, via assessoria, que não há ilegalidade na
medida. Os deputados recebiam os benefícios até 2015, inclusive, mas os
pagamentos foram questionados no Supremo em função de não haver
regulamentação clara. Com o julgamento do recurso no STF, as vantagens
foram restabelecidas.
O projeto aprovado pela Assembleia já encaminhado para o Gabinete
Civil do Governo do Estado. A governadora Fátima Bezerra tem até 20 de
março para decidir se sanciona ou não a medida.
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