
O Pleno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte retomou, na manhã
desta quarta-feira (27), o julgamento sobre a validade da “taxa dos
Bombeiros”, um novo tributo criado pelo Governo do Estado atrelado ao
pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
de 2019. A discussão havia sido suspensa após pedido de vistas do
desembargador Cláudio Santos.
Conformou noticiou a TRIBUNA DO NORTE em janeiro deste ano, a taxa, de
caráter obrigatório, é justificada pelo Executivo sob o argumento de que
irá abastecer um Fundo Especial de Reaparelhamento do Corpo de
Bombeiros Militar do RN (Funrebom), além de criar as taxas de exercício
de poder de polícia e pelos serviços prestados pela corporação.
O valor cobrado no IPVA de carros
particulares é R$ 25, o licenciamento de motocicletas foi acrescido em
R$ 15, enquanto a taxa para proprietários de ônibus, transportes de
cargas perigosas e não perigosas pode chegar a custar R$ 80. A
assessoria de imprensa do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN)
informou que os valores recolhidos são repassados diretamente ao Corpo
de Bombeiros através de convênio firmado entre a corporação e Detran-RN.
A expectativa é que a cobrança deverá render ao menos R$ 20,4 milhões
anuais – valor que contabiliza apenas as taxas recolhidas nos
licenciamentos de carros e motos.
A cobrança do novo tributo, instituída pela
Lei Complementar nº 612/2017 e que já havia sido considerada
inconstitucional, foi alvo de Ação Direta de Insconstitucionalidade
(processo nº 0800052-67.2019.8.20.0000) movida pelo Ministério Público
do RN. De acordo com o entendimento do órgão, os serviços que justificam
a taxa "são inerentes à segurança pública estadual, compreendida em seu
significado técnico-jurídico". Para o MPRN, as situações de salvamento
descritas para justificar as cobranças, "implicam, de forma
irrefragável, proteção à ordem pública e à incolumidade da população e
patrimônio potiguares, bem como a defesa civil e o atendimento
pré-hospitalar", ambas obrigações dos Bombeiros Militar previstas por
lei.
Além da “taxa dos Bombeiros”, o IPVA deste ano
também instituiu a cobrança de mais R$ 7 de taxa de correio para
entrega do documento na residência dos proprietário de veículos.
A expectativa do Governo é que, caso seja aprovada, a
taxa gere R$ 20,4 milhões aos cofres públicos. O acréscimo nos carnês
será de R$ 25 carros e R$ 15 para motos.
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