Segundo o governo, além dos
pacientes nas unidades, cerca de 6 mil pessoas esperam por cirurgias eletivas
em casa. Estado tem dívida de R$ 20 milhões com rede credenciada.
Em um vídeo gravado com um
celular, é possível ver acompanhantes de pacientes dormindo em um papelão no
chão, no corredor do Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, na região
metropolitana de Natal. O pedreiro Francisco Sales está na unidade há uma semana,
à espera de uma cirurgia no pé. Passa o dia na cadeira de rodas e na hora de
dormir, também vai para o chão.
"Tive que passar minha maca
para um amigo meu que está pior que eu e eu dormi aqui no chão, onde eu estou
dormindo. Só o corbertor no chão", disse.
Também sem previsão para ser
operada, Maria de Lourdes só não está dormindo no chão porque um outro paciente
cedeu um maca. Mas ela passou a noite numa cadeira. "A pessoa passar a
noite numa cadeira e doente do jeito que vivo...", lamenta.
A espera também é dolorosa na
maior unidade de saúde do estado, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Mais de
100 pacientes aguaram no corredor por uma cirurgia ortopédica. A autônoma
Fátima Régir caiu e quebrou a perna. Está esperando por atendimento há 20 dias.
"Desprezada. Isso não é para
ninguém ficar. Nem eu nem qualquer um dos que estão aqui", comenta.
Além dos pacientes que estão nos
corredores dos hospitais aqui do Rio Grande do Norte, há uma fila ainda maior
de gente esperando em casa por uma cirurgia, sem nenhuma previsão. Segundo a
Secretaria de Saúde do Estado, são pelo menos 6 mil pessoas.
De acordo com o secretário
adjunto de Saúde, um dos motivos dessa espera é uma dívida de aproximadamente
R$ 20 milhões com a rede credenciada, que faz as cirurgias eletivas - que são
encaminhadas pelos hospitais públicos que atendem urgências e emergências.
"Havia um processo de
repasse que não tinha sido feito por muitos meses pelo Estado junto com os
municípios na contratação de serviços e nós estamos reestabelecendo",
declarou.
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