A governadora eleita Fátima Bezerra (PT) admitiu,
após sair de uma reunião na Assembleia Legislativa, na manhã de ontem,
que poderá pedir a convocação extraordinariamente dos deputados
estaduais, em janeiro, a fim de que seja votado um pacote de medidas
administrativa e fiscal para enfrentamento da crise financeira em que
vive o Estado. A futura governadora do Rio Grande do Norte disse que já
existe disposição nesse sentido de 21 deputados que a receberam no
gabinete do presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira, mas
para ela “é prudente que se aguarde o trabalho da Comissão de Transição
para saber qual é o real déficit financeiro do Estado, porque não se tem
os números exatos”.

Senadora até 31 de dezembro, Fátima Bezerra afirmou que “espera ter em
mãos, no prazo mais breve, o diagnóstico preciso sobre a realidade do
Estado do ponto de vista fiscal, financeiro e de políticas públicas”,
para então, depois da posse no cargo de governadora em 1º de janeiro,
“anunciar as primeiras medidas”.
A partir do trabalho da Comissão que será
feito “em diálogo constante com a Assembleia, que também está
colaborando com o processo de transição, a partir daí definiremos os
próximos passos”.
Fátima Bezerra disse, ainda, que apelou aos
deputados, “que tiveram sensibilidade e espírito público”, no sentido de
que o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2019, que está em
tramitação na Casa desde setembro, reflita a realidade fiscal do Rio
Grande do Norte: “Não adianta ter um orçamento sob o manto da ficção, no
qual, por exemplo, informações preliminares que nos chegam, dão conta
que só de restos a pagar são mais de R$ 1 bilhão”.
Segundo a senadora, um orçamento enxuto
“significa que as despesas têm de caber nas receitas”, e para isso
espera contar, além do Poder Legislativo, “com o espirito público do
Poder Judiciário”, a fim de que já no primeiro ano de mandato tenha o
equilíbrio fiscal e financeiro do Estado, “voltado para trazer o que é
mais sagrado, a normalidade para a vida dos servidores, garantindo em
dia o pagamento de seus salários”.
Pelo projeto do Orçamento Geral do Estado que
tem de ser votado até dezembro, o futuro governo tem uma receita
estimada em R$ 12 bilhões, sendo que R$ 8,11 bilhões é destinado apenas
para o pagamento da folha dos servidores públicos e apenas 1,93% daquele
montante destina-se ao custeio da máquina pública e a investimentos na
manutenção de serviços essenciais, reserva de contingência e emendas
impositivas dos parlamentares.
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