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Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (1º)
aponta que, enquanto os demais candidatos mantiveram seus índices de
rejeição estáveis, o presidenciável Fernando Haddad (PT) viu sua
rejeição crescer 11 pontos percentuais em cinco dias, em comparação ao
último levantamento divulgado pelo instituto.
Na última pesquisa Ibope, divulgada no dia 26 de setembro, a rejeição de Haddad era de 27%. Já nesta segunda, o índice é de 38%.
Jair Bolsonaro (PSL), que lidera a pesquisa com 31%
das intenções de voto, também é o candidato mais rejeitado: 44% dos
eleitores afirmam que não votariam no deputado federal. A taxa de
rejeição de Bolsonaro, no entanto, manteve-se a mesma em comparação à
pesquisa divulgada pelo Ibope em 26 de setembro.
Os demais candidatos também apenas oscilaram dentro da
margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Enquanto Marina Silva (Rede) viu sua rejeição passar de 27% para 25%,
Ciro Gomes (PDT) foi de 16% a 18% e Geraldo Alckmin (PSDB) manteve 19%.
Em entrevista à Globo News, a diretora executiva do
Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, disse acreditar que o crescimento
da rejeição de Haddad seja um reflexo da exposição do petista na
campanha e dos ataques que ele vem sofrendo dos adversários.
"Enquanto ele não era tão conhecido, estava com uma
rejeição mais baixa", disse. Ao longo da semana passada, Haddad virou
alvo das campanhas de adversários como Alckmin, que em seu programa no
horário eleitoral gratuito disse que o "risco" de o PT voltar ao poder
era "real". "Por que o PT não pode voltar?", questionava o locutor,
enquanto a propaganda exibia ao fundo uma foto de Haddad.
Em seguida, o locutor afirmava que "o PT é o partido
do Mensalão, do Petrolão, do ex-presidente que está preso por
corrupção". Ao fundo, era mostrada uma foto do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). O petista também virou alvo de Ciro Gomes, Marina
Silva e Alvaro Dias tanto no horário eleitoral, quanto nos debates.
Para Marcia, o crescimento da rejeição de Haddad pode
estar ligado também a uma rejeição ao próprio PT. A imagem do "anti-PT"
foi reforçada pelos adversários nos três debates que Haddad participou
nas últimas semanas: o da TV Aparecida, realizado no dia 21 de setembro,
o de UOL, Folha e SBT, realizado no dia
26 de setembro, e o da Record, realizado neste domingo (30). Em todos,
foi alvo de ataques por parte de seus adversários.
Como a pesquisa Ibope foi realizada entre sábado (29) e
domingo (30), no entanto, é possível que o levantamento não tenha
medido os impactos do debate promovido pela Record.
No debate do dia 26, realizado por UOL, Folha e SBT, Haddad travou seu maior duelo com Marina, que criticou alianças entre PT e MDB, mas também foi alvo de Alvaro Dias (Podemos) e de Ciro.
"Na olimpíada da mentira e da ficção, o PT ganha
medalha de ouro. A mentira e a mistificação têm sido armas do PT para
iludir o povo brasileiro", disse Dias a Haddad.
Já Ciro afirmou que, se puder governar sem o PT,
prefere fazê-lo. "Porque o PT, nesse momento, representa uma coisa muito
grave para o país, menos pelos benefícios, que não foram poucos, que
produziu, mas mais porque se transformou em uma estrutura de poder
odienta que criou o Bolsonaro, essa aberração".
Haddad foi oficializado candidato do PT à Presidência
há três semanas, no dia 11 de setembro. Antes, o partido havia inscrito o
ex-presidente Lula para a corrida pelo Planalto.
Lula, no entanto, teve o registro de candidatura
negado pela Justiça Eleitoral, que o considerou inelegível pela Lei da
Ficha Limpa. O ex-presidente foi condenado em segunda instância no caso
do tríplex, da Operação Lava Jato, e cumpre pena de 12 anos e um mês de
prisão na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Para a medição do índice de rejeição, entrevistadores
do Ibope perguntam aos eleitores: "Dentre estes candidatos a Presidente
da República, em qual o (a) sr. (a) não votaria de jeito nenhum? Mais
algum? Algum outro?".
Como os entrevistados poderiam citar mais de um candidato, os resultados somam mais de 100%.
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