Fonte Tribuna do Norte
O Tribunal de
Contas do Estado (TCE-RN) determinou, de forma cautelar, que o Governo
do Estado não realize atos administrativos para operações de crédito com
o objetivo de antecipar as receitas dos royalties participação de
receitas da exploração de petróleo e gás natural no Rio Grande do Norte.
O voto do relator, o conselheiro Francisco Potiguar Cavalcanti Júnior,
foi acompanhada pelos demais conselheiros na sessão do Pleno do TCE
nesta quinta-feira (9), exceto o conselheiro Paulo Roberto Chaves Alves,
que alegou suspeição.
Segundo o relator, as cessões de créditos
oriundos de royalties, regulamentadas pelo Senado Federal, só são
permitidas para a capitalização de fundos de previdência e amortização
de dívida com a União. A Lei Ordinária Estadual nº 10.371, que autoriza a
antecipação, aponta que os “créditos cedidos serão destinados para a
capitalização do fundo de previdência”. Porém, o conselheiro alertou
que, no caso do Rio Grande do Norte, o regime de previdência não
funciona mais por capitalização - desde a edição da Lei Complementar
Estadual nº 526/2014, que extinguiu o fundo de capitalização e criou o
Fundo Financeiro do Estado do Rio Grande do Norte. O Funfir é
“estruturado em regime de repartição simples, para fins de pagamento da
folha corrente de inativos, o que implica, na prática, em pagamento de
pessoal”.
“Vislumbro, pois, a fumaça do bom direito,
ante a constatação da utilização da antecipação de recursos para o
pagamento de despesa corrente, em afronta à Resolução nº 043/2011 do
Senado Federal; bem como o perigo da demora, pelo comprometimento futuro
do orçamento estadual, além da dificuldade em se fazer a recomposição
dos recursos oriundos dos royalties, porventura utilizados”, aponta o
relator.
Em caso de descumprimento, foi fixada multa
pessoal e diária no valor de R$ 500 ao governador do Estado, Robinson
Faria. O gestor terá de comprovar nos autos o cumprimento das medidas.
Em julho deste ano, o Governo do Estado
publicou, no Diário Oficial, a declaração de "inexibilidade de
licitação" para a contratação dos serviços bancários. A intenção do
Executivo é contratar uma operação de crédito, junto ao Banco do Brasil,
no valor de R$ 162 milhões como antecipação de receita de royalties e
participação de receitas da exploração de petróleo e gás natural no Rio
Grande do Norte, que seriam repassados só em 2019. Os recursos seriam
usados para colocar os salários dos servidores estaduais em dia.
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