Ação foi iniciada na manhã desta terça-feira (31) no RN e em mais seis estados. Operação é desdobramento da Via Ápia, deflagrada em 2010.
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Residência do ex-deputado federal João Maia foi alvo de investigação da PF |
Polícia Federal iniciou na manhã desta terça-feira (31) uma operação para reunir provas de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, entre outros delitos, no Rio Grande do Norte. A ação apura corrupção nos contratos de adequação da BR-101 e em obras de manutenção das rodovias federais do estado entre 2009 e 2010.
Ao todo, 27 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos por 120
policiais federais em Natal e Parnamirim, no RN, e nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Ceará e no Distrito
Federal.
Um dos alvos foi a residência do ex-deputado federal João Maia, hoje
presidente do PR no Rio Grande do Norte. Ele mora em Natal, onde foi
cumprido um dos mandados de busca e apreensão. Em nota, ele disse que
está tranquilo, firme em seus propósitos, com fé em Deus e na Justiça.
João
Maia teria cobrado propina de empreiteiras contratadas pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Rio
Grande do Norte, segundo a delação premiada do ex-chefe de Serviço
de Engenharia do órgão. À Justiça, Gledson Golbery de Araújo Maia
afirmou que a propina era cobrada em contratos de obras, manutenção e
sinalização na malha viária federal no estado. O “custo político”, como
ele se referia à cobrança, era de 4% do valor total de cada obra, livres
de impostos. Pelo menos nove empresas ou consórcios teriam dado propina
ao político.
Via Trajana
A operação realizada nesta terça (31), chamada Via Trajana, é um desdobramento da operação Via Ápia,
também realizada pela própria Polícia Federal em conjunto com o
Ministério Público Federal, deflagrada em 2010. "Durante o processo,
surgiram novas provas e ficou evidenciada a ação criminosa de outros
envolvidos que não foram conhecidos na época", disse a PF.
Ainda segundo a PF, entre os diversos fatos sob apuração, está o
pagamento de vantagem pecuniária indevida, propina, em contratos feitos
entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do estado
(DNIT-RN) e construtoras responsáveis pelas obras rodoviárias no
estado.
A Via Trajana, também conhecida como Via Romana, é a extensão da Via
Ápia. Faz-se associação entre as vias romanas e o objeto da
investigação.
Via Ápia
A Via Ápia recebeu este nome em alusão a uma das principais estradas da
Roma Antiga. A operação, deflagrada em 2010, teve seis meses de
investigações, baseada em inquérito aberto em 2009, quando o Tribunal de
Contas da União (TCU) começou a auditar indícios de superfaturamento no
lote 2 da obra da BR-101, entre os estados do Rio Grande do Norte e
Paraíba. De acordo com as investigações, cerca de R$ 2 milhões foram
desviados das obras.
No dia 4 de novembro de 2010, ocorreu a prisão em flagrante do
superintendente estadual adjunto do DNIT, Gledson Maia, que depois foi
convertida em prisão preventiva de 30 dias pela Justiça Federal. Maia
foi acusado de receber mais de R$ 50 mil em propina de um empresário do
Paraná para facilitar a realização de serviços na ponte sobre o rio Açu,
na BR-304.
Em 2 de dezembro de 2010, todos os investigados receberam alvarás de soltura e respondem ao processo em liberdade.
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