Barragem deveria ser entregue ainda este ano, mas governo admite que recursos iniciais não foram suficientes para a execução de serviços e estudos complementares.
Os recursos necessários para a conclusão da barragem de Oiticica, na região Seridó potiguar, foram garantidos nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Integração Nacional. Mais R$ 239 milhões serão disponibilizados ao Governo do Rio Grande do Norte. O dinheiro vai ser liberado de acordo com o avanço das obras, totalizando R$ 550 milhões. No entanto, a barragem só deve ser concluída em 2019.
As obras deveriam terminar ainda este ano.
Contudo, na manhã desta quinta-feira (12), a Secretaria Estadual do
Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) confirmou ao G1
que os recursos iniciais não foram suficientes. "Serviços e estudos
complementares que não estavam previstos no projeto original
apareceram", explicou o secretário Mairton França. Os recursos foram
solicitados ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e a
iniciativa foi baseada na recomendação do Tribunal de Contas da União
(TCU).
Oiticica fica no município de Jucurutu, distante 260 quilômetros de
Natal. Quando pronta, beneficiará aproximadamente 330 mil pessoas com
oferta de água nas regiões do Seridó, Vale do Açu e região Central. Com
capacidade para 560 milhões de metros cúbicos de água, será o terceiro
maior reservatório do estado. A barragem vai receber águas do Eixo Norte
do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
A barragem foi idealizada há quase 70 anos, mas só começou a ser
construída em 2013. Inicialmente, tinha previsão de conclusão para 2015.
Quando pronta, Oiticica terá uma extensão de 7 quilômetros. O paredão
principal, de concreto compactado a rolo, tem cerca de 4,5 km de
extensão.
Histórico de atrasos
A barragem de Oiticica passou por inúmeras etapas e estudos de
viabilidade. A primeira delas teve início em 1950 pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs. A segunda, teve início em
1989, realizado por um convênio entre o governo do Rio Grande do Norte e
o próprio Dnocs, tendo sido novamente paralisada em 1993..
Os estudos foram novamente recomeçados e o projeto, que até então
previa um reservatório com 1 bilhão de metros cúbicos de capacidade,
beneficiando municípios potiguares e também algumas cidades da Paraíba,
foi alterado. Foi quando a barragem passou a contar com a metade da
capacidade original. Em 2007, após licitação para a escolha da
empreiteira que deveria transformar o sonho em realidade, o Tribunal de
Contas da União contestou o resultado da licitação por enxergar
irregularidades no processo.
Três contratos garantem a execução das obras. Segundo a Semarh, a
parede da barragem é de responsabilidade do consórcio EIT/Encalso. Já a
construção da Nova Barra de Santana, está por conta do consórcio Solo
Moveterras/Consbrasil. E ainda tem a KL Consultoria, empresa contratada
para cuidar dos estudos, projetos executivos, supervisão e
acompanhamento das obras.
A construção demanda a desapropriação de terras e a construção de
praticamente uma nova cidade. Na Nova Barra de Santana, irão morar cerca
de 1.500 pessoas.
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