Objetivo
é evitar fraudes que vinham ocorrendo a partir da emissão de
certificados irregulares, utilizados para obtenção de benefícios
previdenciários

Um total
de 14 sindicatos de trabalhadores rurais da região do Seridó e a
Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras
Familiares do RN (Fetarn) já se comprometeram a acatar a
recomendação do Ministério Público Federal (MPF) a respeito do
maior rigor na emissão de certidões. Alguns desses documentos são
utilizados para a solicitação de benefícios específicos do INSS,
voltados exclusivamente para agricultores e pescadores, e denúncias
de fraudes vinham chegando ao conhecimento do MPF.
A lista
dos sindicatos que já se comprometeram inclui os de São Vicente,
Ipueira, Parelhas, Caicó, São Fernando, Jucurutu, Acari, Ouro
Branco, Jardim de Piranhas, Equador, Currais Novos, Jardim do Seridó,
Santana do Seridó e São João do Sabugi. Além desses, também já
se manifestou favoravelmente a Associação dos Pescadores de
Equador.
A Fetarn
expediu, em maio, um manual detalhando boas práticas a serem
adotadas pelas entidades filiadas, em conformidade com a recomendação
do MPF. As orientações incluem a capacitação de dirigentes e
funcionários dos sindicatos responsáveis por emitir os documentos,
bem como a atualização do cadastro de associados e o fortalecimento
das ações de esclarecimento dos trabalhadores.
Reunião
- No último dia 5, a procuradora da República Maria Clara
Lucena se reuniu com representantes da Fetarn e dos sindicatos rurais
de Caicó, Acari e Cruzeta para tratar de detalhes sobre as medidas
recomendadas. Os sindicalistas afirmaram haver total interesse das
entidades em regularizar a emissão desses documentos, mas também
lembraram que há divergências do INSS e da Justiça quanto aos
parâmetros utilizados para classificar um trabalhador como
agricultor ou pescador.
“Os
destinatários da recomendação estão se mostrando diligentes e
comprometidos em adotar as práticas sugeridas pelo MPF.
Continuaremos a acompanhar as ações, afinal a recomendação
pretende moralizar a emissão de declarações de atividade rural e
coibir futuras tentativas de fraude previdenciária”, destacou a
procuradora.
Irregularidades
- A recomendação foi enviada a sindicatos rurais e colônias de
pescadores de 23 municípios do Seridó e ainda para a Federações
de Pescadores (Fepern) e a Fetarn; bem como os gestores das agências
do INSS em Caicó, Jardim do Seridó, Currais Novos, Parelhas e
Jucurutu. O INSS, aliás, já indicou os endereços eletrônicos para
os quais as associações devem enviar os relatórios das certidões
emitidas. A recomendação agora está sendo encaminhada também para
o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) e
Sindicato dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais
(Safer).
A atuação
do MPF teve início após a constatação de diversos casos de
irregularidades, nos quais pessoas se utilizaram de declarações
falsas para buscar benefícios do INSS aos quais não tinham direito.
Nos documentos, as entidades declaravam a condição de agricultor ou
pescador para pessoas que, “em muitos dos casos, nunca trabalharam
na agricultura e pesca”.
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