Em depoimento
prestado à Polícia Federal, a jornalista e empresária Eliane Pereira
confirmou que recebeu R$ 1,2 milhão por serviço prestado à campanha do
governador Robinson Faria (PSD), em 2014, recursos pagos pelo grupo JBS.
Eliane Pereira foi ouvida como testemunha em março deste ano, conforme
reportagem veiculada, no começo da noite de ontem, no “RN TV 2ª Edição”,
da InterTV, afiliada da Rede Globo de Televisão no Rio Grande do Norte.
Robinson Faria nega que tenha solicitado recursos ilegais para campanha eleitoral
A empresa A Pereira Comunicação Estratégica fundada em 2013 prestou
serviço à campanha eleitoral de Robinson Faria e, segundo ela, teria
recebido R$ 1,2 milhão já no primeiro turno da campanha do governador
naquele ano.
O pagamento integral, disse, foi de R 2 milhões, porque incluíram valores por serviços diretos para a JBS.
Eliane Pereira afirmou, no depoimento, que foi
levada a São Paulo para apresentar, a um financiador, a importância do
trabalho que a empresa fazia para a campanha do então vice-governador do
Estado, Robinson Faria.
No dia em que esteve em São Paulo, ela disse
que teria se encontrado com o deputado federal Fábio Faria (PSD) e com o
executivo do grupo JBS, Ricardo Saud, cuja delação premiada levou à
Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) a investigar o
financiamento da campanha eleitoral de Robinson Faria ao governo do
Estado.
Além da empresária Eliane Pereira, a Policia
Federal ouviu o advogado Erick Pereira. Ambos teriam sido pagos por
serviços prestados e pagos pela JBS, não informados na contabilidade da
campanha eleitoral, o chamado caixa dois, segundo Saud.
A reportagem da InterTV informou que o
advogado Erick Pereira negou ter recebido recursos de caixa dois, tendo
apresentado documentos correspondentes aos serviços prestados ao grupo
JBS.
Erick Pereira afirmou que não é investigado no
processo e que prestou depoimento à Polícia Federal somente na condição
de testemunha, tendo declarado ainda que as afirmações do delator
Ricardo Saud, foram negas pela JBS, a qual reconheceu que o escritório
de advocacia realmente prestou serviços contratados pelo grupo JBS.
Já no depoimento da jornalista Eliane Pereira
foi anexada uma nota fiscal, no valor de R$ 2 milhões, que, de acordo
com ela e o grupo JBS, era parte do dinheiro destinado ao pagamento da
campanha eleitoral do governador e outra parte como pagamento de
serviços prestados à marca Friboi.
Ao depor na Polícia Federal, Eliane Pereira
disse que ficou preocupada com a maneira de pagamento feita pelo grupo
JBS, sem fazer menção, na nota fiscal, qual o serviço que estava sendo
prestado à campanha majoritária de Robinson Faria. Eliane Pereira
afirmou à PF que foi convencida por Ricardo Saud, o qual teria dito a
ela que “era a única forma de cumprir com os compromissos financeiros”.
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