quinta-feira, 10 de maio de 2018

Empresária diz ter recebido da JBS para campanha de Robinson

Tribuna do Norte
Em depoimento prestado à Polícia Federal, a jornalista e empresária Eliane Pereira confirmou que recebeu R$ 1,2 milhão por serviço prestado à campanha do governador Robinson Faria (PSD), em 2014, recursos pagos pelo grupo JBS. Eliane Pereira foi ouvida como testemunha em março deste ano, conforme reportagem veiculada, no começo da noite de ontem, no “RN TV 2ª Edição”, da InterTV, afiliada da Rede Globo de Televisão no Rio Grande do Norte.
 
Robinson Faria nega que tenha solicitado recursos ilegais para campanha eleitoral
A empresa A Pereira Comunicação Estratégica fundada em 2013 prestou serviço à campanha eleitoral de Robinson Faria e, segundo ela, teria recebido R$ 1,2 milhão já no primeiro turno da campanha do governador naquele ano.
O pagamento integral, disse, foi de R 2 milhões, porque incluíram valores por serviços diretos para a JBS.
Eliane Pereira afirmou, no depoimento, que foi levada a São Paulo para apresentar, a um financiador, a importância do trabalho que a empresa fazia para a campanha do então vice-governador do Estado, Robinson Faria.

No dia em que esteve em São Paulo, ela disse que teria se encontrado com o deputado federal Fábio Faria (PSD) e com o executivo do grupo JBS, Ricardo Saud, cuja delação premiada levou à Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) a investigar o financiamento da campanha eleitoral de Robinson Faria ao governo do Estado.
Além da empresária Eliane Pereira, a Policia Federal ouviu o advogado Erick Pereira. Ambos teriam sido pagos por serviços prestados e pagos pela JBS, não informados na contabilidade da campanha eleitoral, o chamado caixa dois, segundo Saud.
A reportagem da InterTV informou que o advogado Erick Pereira negou ter recebido recursos de caixa dois, tendo apresentado documentos correspondentes aos serviços prestados ao grupo JBS.
Erick Pereira afirmou que não é investigado no processo e que prestou depoimento à Polícia Federal somente na condição de testemunha, tendo declarado ainda que as afirmações do delator Ricardo Saud, foram negas pela JBS, a qual reconheceu que o escritório de advocacia realmente prestou serviços contratados pelo grupo JBS.
Já no depoimento da jornalista Eliane Pereira foi anexada uma nota fiscal, no valor de R$ 2 milhões, que, de acordo com ela e o grupo JBS, era parte do dinheiro destinado ao pagamento da campanha eleitoral do governador e outra parte como pagamento de serviços prestados à marca Friboi.
Ao depor na Polícia Federal, Eliane Pereira disse que ficou preocupada com a maneira de pagamento feita pelo grupo JBS, sem fazer menção, na nota fiscal, qual o serviço que estava sendo prestado à campanha majoritária de Robinson Faria. Eliane Pereira afirmou à PF que foi convencida por Ricardo Saud, o qual teria dito a ela que “era a única forma de cumprir com os compromissos financeiros”.



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