Presidente foi denunciado pela PGR pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
base aliada do presidente Michel Temer conseguiu na noite desta quarta-feira (25) reunir os votos necessários para barrar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, apresentada pela Procuradoria Geral da República.
Para barrar o andamento da acusação, o presidente precisava de somar
172 votos, entre "sim", abstenções e ausências de deputados.
Dessa forma, a base aliada impediu que a oposição somasse os 342 votos
necessários, entre os 513 deputados, para o prosseguimento da denúncia.
Para a votação ser validada, e não precisar ser feita novamente, ainda é
necessário que haja 342 votos na sessão, entre "sim" e "não". Até a
última atualização desta reportagem, o número mínimo de votos ainda não
havia sido atingido.
A sessão se arrastou por várias horas graças a uma estratégia da
oposição de não registrar presença no plenário e retardar a votação ou,
até mesmo, conseguir adiar a sessão.
O quórum só foi atingido por volta das 17h, quase oito horas depois do início da sessão.
Para garantir o resultado favorável, o governo atuou em várias frentes,
como a liberação de emendas para a base aliada e a exoneração de
ministros que detêm cargo de deputado para que pudessem votar também.
Parecer pela rejeição
Ao analisar a denúncia contra Temer nesta quarta, os deputados aprovaram o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), elaborado pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomendava a rejeição da denúncia.
A sessão foi aberta às 9h19 e, logo no início, o relator usou a tribuna
para defender o parecer. Em seu discurso, Bonifácio defendeu que a
denúncia é "inteiramente falsa e esvaziada".
Em seguida, as defesas de Michel Temer, de Eliseu Padilha e de Moreira
Franco também se manifestaram e atribuíram à denúncia "viés político".
O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, disse que a denúncia não apresentou provas e “mancha” a imagem da PGR.
Daniel Gerber, que defende Eliseu Padilha, argumentou que não há nenhum
fato relacionado ao ministro na denúncia. Para ele, a peça é uma
tentativa de criminalizar a política.
Por último, ao fazer a defesa do ministro Moreira Franco, o advogado
Antônio Pitombo afirmou que a PGR apresentou uma denúncia “sem fato e
sem tipicidade de crimes”.
Na fase de debates, apenas alguns parlamentares da base aliada se
revezaram na tribuna. Ninguém da oposição falou para que não fosse
registrada a presença no plenário.
Essa etapa foi encerrada antes do meio-dia, mas, diante da articulação
dos partidos de oposição, a sessão se arrastou por algumas horas à
espera de que fosse atingido o quórum mínimo de 342 deputados para dar
início à fase de votação. Esse número só foi atingido às 17h02.
“A nossa estratégia era levar a votação para a noite, que é tudo o que
eles não queriam, quando grande parte da população está em casa de volta
do trabalho. Penso que isso foi uma vitória grande. A unidade das
oposições foi uma coisa rara, que não conseguimos na outra votação”,
comemorou o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE).
Temer internado
Enquanto os deputados aguardavam o quórum no plenário, uma notícia
causou rebuliço entre os presentes: o presidente Michel Temer sofreu um mal-estar e precisou ser levado às pressas no Hospital do Exército, em Brasília, para um procedimento urológico.
Para tranquilizar os colegas, o líder do governo na Câmara, deputado
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), foi ao microfone dizer que não era nada
grave.
Do lado de fora do plenário, partidos de oposição fizeram ao longo do
dia diversos atos pelas dependências da Câmara. Em um deles, carregaram
uma grande faixa com a inscrição "Fora Temer" pelo Salão Verde.
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