Das 2.422 pessoas ouvidas, maioria citou corrupção, violência, pobreza, agressividade e poluição ambiental como os valores que ilustram o Brasil...
Uma pesquisa com cidadãos de todas as regiões listou os valores e os
comportamentos que mais representam o Brasil de hoje e como os
brasileiros querem ser reconhecidos no futuro.
Onde andam o otimismo, a vibração, aquela imagem de país confiante no futuro?
Repórter: Como é que está autoestima do brasileiro?
Mulher: Bem para baixo, viu!?
Mulher: Bem para baixo, viu!?
O Brasil que os brasileiros pintam na pesquisa é um país descolorido.
Das 2.422 pessoas ouvidas nas cinco regiões, a maioria citou corrupção,
violência, pobreza, agressividade e poluição ambiental como os valores
que ilustram o Brasil de hoje.
“A gente sente uma insegurança muito grande”, disse um homem.
Muitos desses problemas já apareciam na primeira versão do
levantamento, sete anos atrás, mas a percepção piorou. Nesse momento de
aperto econômico, crise política e crise moral, subiu de 51% para 61% o
percentual de aspectos negativos citados pelos entrevistados.
“Ah, os políticos, né, só metendo a mão”, declarou uma mulher.
A pesquisa traz um dado curioso: os valores que os brasileiros dizem
que representam o Brasil hoje são bem diferentes dos valores que essas
mesmas pessoas dizem que tem. É como se a gente vivesse entre dois
mundos. O coletivo, lá fora, cheio de problemas e mazelas, e outro
individual, uma espécie de redoma, onde só cabem comportamentos nobres.
Amizade, alegria, honestidade, humildade e família. É isso que a maioria da população diz buscar.
“O brasileiro critica o outro como corrupto, mas ele faz práticas de
corrupções, pequenas práticas no dia a dia, a exemplo da nota fiscal que
você não pega, da fila dupla que você faz, do CD pirata. Como se ele
fosse um indivíduo e o brasileiro fosse outro indivíduo”, explicou o
diretor da Crescimentum, Guilherme Marback.
Mas há uma transformação em curso. Quando perguntados sobre os valores
que desejam para o país, além de cuidados com a saúde, justiça, paz e
emprego, os brasileiros citaram pela primeira vez oportunidade de
educação, cidadania, compromisso, honestidade. Valores que exigem uma
postura ativa de cada um.
“Eu tenho que tomar rédeas do meu destino, eu tenho que resolver isso
um pouco. Não é só esperar do governo especialmente por causa do
governo; não é só esperar das organizações, é você buscar”, disse
Guilherme Marback.
É em gestos do a dia, como recolher a sujeira do cachorro. “É o mínimo que a gente tem que fazer”, declarou um homem.
O vendedor David Novaes vende balas e distribui sorrisos no cruzamento.
Ele se intitula o “magnata dos doces”. Parte do dinheiro que ganha na
rua, o ambulante investe em um projeto social no bairro onde mora.
“Muito jovem morrendo, entrando nas drogas, porque não tem trabalho,
não tem emprego, então o que eu puder fazer por alguns jovens. Nós
podemos fazer uma mudança no Brasil”, disse.
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