O Governo do RN incluiu uma autêntica pegadinha do mal contra o
funcionalismo no pacote de medidas fiscais e econômicas para conter a
crise financeira do estado, encaminhado à Assembleia Legislativa. A Mensagem 151,
que dispõe sobre a remuneração dos cargos públicos, institui o subsídio
em parcela única, acabando na prática com os Planos de Cargos e
Salários de todas as categorias, seja de administração direta ou
indireta, civil ou militar e, inclusive, de empresa estatal dependente,
que é o caso da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern).
“A partir de 1º de janeiro de 2018, todos os titulares de cargos
públicos de provimento efetivo, civis e militares, no âmbito da
administração direta, autárquica e fundacional, inclusive de empresa
estatal dependente, do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte,
passam a ser remunerados exclusivamente por subsídio, fixado em parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória”, diz o
art. 1º do projeto de lei complementar do governo.
De acordo com o texto, o valor do subsídio observará os valores
fixados em lei para o vencimento básico de cada servidor/a e, ainda que
decorrentes de sentença judicial transitada em julgado, não serão
integrados quaisquer valores ou vantagens incorporadas à remuneração por
decisão administrativa, judicial ou extensão administrativa de decisão
judicial, de natureza geral ou individual.
Outro ponto do projeto prevê, ainda, a redução de remuneração,
provento e pensão dos/as servidores/as ativos, inativos e pensionistas.
“Na hipótese de redução de remuneração, provento ou pensão, em
decorrência da aplicação do disposto no caput, eventual diferença será
paga a título de Parcela Complementar de Subsídio (PCS), de natureza
provisória, que será gradativamente absorvida por ocasião do
desenvolvimento no cargo ou na carreira (…)”.
Em reunião com o Fórum de Servidores Estaduais, nesta quinta-feira
(19), foram discutidas essas
consequências desastrosas do projeto, que até então não haviam sido
apontadas. Essa medida é uma
verdadeira pegadinha perversa, entre tantas que fazem parte do pacote,
contra os servidores. A luta de décadas das categorias pelos Planos de
Cargos está ameaçada. É preciso que as categorias se mobilizem, se
organizem e venham conversar com os parlamentares. Esse é um projeto
central, que precisa de debate e de luta para barrá-lo na Assembleia.
Foi proposto a realização de uma audiência pública para debater
todas as mensagens encaminhadas pelo Executivo.
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