Um preso acusado de matar um agente penitenciário foi
executado nesta quinta-feira (12) no Texas, depois que a Suprema Corte
dos Estados Unidos rejeitou uma apelação.
Robert Pruett, 38, alegou inocência até o fim nos
eventos que resultaram na morte por esfaqueamento do agente Daniel Nagle
em 1999.
Apesar dos depoimentos de vários detentos contra
Pruett, as provas materiais de um envolvimento direto do condenado no
assassinato nunca foram conclusivas.
A execução por injeção letal aconteceu às 18h46
locais (20h46 de Brasília), uma hora depois de a Suprema Corte rejeitar a
última apelação.
"Provoquei dano a muitas pessoas e muitas pessoas
provocaram dano a mim", afirmou em sua última declaração antes da
execução, de acordo com a transcrição divulgada pelo Departamento de
Justiça Criminal do Texas.
"A vida não termina aqui, continua para sempre. Tive
que aprender lições de vida de uma maneira muito dura. Um dia não
existirá necessidade de fazer dano às pessoas", completou.
Pruett não passou um único dia de sua vida adulta
fora da prisão. Ele tinha apenas 15 anos quando foi detido por suposta
cumplicidade em um homicídio cometido por seu pai.
Na época foi condenado a 99 anos de prisão, de acordo
com uma polêmica lei do Texas que determinava uma punição idêntica ao
principal autor de um homicídio e a seus cúmplices.
A sentença, equivalente na prática a prisão perpétua,
foi criticada como uma prova de um sistema pena extremamente
repressivo, sem dar nenhuma esperança a um menor que tinha uma mãe
viciada em drogas e um pai que era detido com frequência.
Pruett começou a consumir narcóticos aos sete anos e
vendeu drogas na escola. Apesar da idade, foi enviado para uma prisão de
adultos.
Aos 20 anos, ele foi acusado de matar um agente
penitenciário. O homem acabara de escrever um relatório sobre Pruett,
que sempre se declarou inocente.
Os promotores alegaram que Pruett matou o guarda como
uma represália ao relatório desfavorável. O preso disse que foi vítima
de uma armadilha montada por agentes corruptos e outros detentos, que
receberam benefícios pelos depoimentos contra ele.
Os advogados de defesa argumentaram que os testemunhos dos presos eram contraditórios.
Desde 2013, Pruett conseguiu evitar diversas vezes a
execução programada, exigindo análises de DNA sobre a roupa, a arma do
assassinato e informações sobre o relatório disciplinar.
As análises não foram conclusivas e não provaram que
Pruett estava presente na cena do crime, mas isto não foi considerado
suficiente para impugnar o veredicto de pena de morte.
Pruett foi a 544ª pessoa executada no Texas desde que
o Supremo Tribunal dos Estados Unidos reintegrou a pena de morte em
1976. Esta foi a 20ª execução em 2017 nos Estados Unidos e a sexta no
Texas, o Estado que mais aplica a medida no país, de acordo com o Death
Penalty Information Center.
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