Condenação é decorrente do processo que apurou improbidade administrativa ocorrida quando ele era prefeito de Goianinha.
O deputado estadual Dison
Lisboa foi condenado pela Justiça do Rio Grande do Norte a perder o cargo
público na Assembleia Legislativa. A condenação é decorrente do processo que
apurou a prática de improbidade administrativa por parte de Dison quando ele era
prefeito da cidade de Goianinha.
“Ressaltando que tal sanção
deve ser aplicada imediatamente, na medida em que é inadmissível alguém
condenado por improbidade administrativa, com análise das provas em cognição
exauriente, continuar a ocupar funções públicas com a possibilidade de causar prejuízo
ao povo”, argumenta o juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior, da Comarca de
Goianinha.
De acordo com explicação da
assessoria de comunicação do TJ, o juízo da comarca comunicará à Assembleia
Legislativa sobre a decisão, que deve decidir pelo afastamento ou não de Dison
Lisboa. Procurado pela reportagem, ele informou, através da assessoria de
comunicação, que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Pela sentença, o deputado foi
condenado à suspensão dos direitos políticos, penalidade fixada em seu grau máximo,
ou seja, pelo prazo de cinco anos. O juiz ainda considerou proporcional à
conduta ilícita a fixação da multa em 20 vezes o valor do último subsídio que
ele recebeu dos cofres do Município de Goianinha na época dos fatos.
Na sua decisão, o juiz Marcus
Vinícius também condenou Dison Lisboa à pena de proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Quanto às necessidades
imediatas de suspensão do exercício das funções públicas por parte de Dison
Lisboa, ele declarou que, existindo uma Declaração Judicial de que ele praticou
atos de improbidade administrativa, deve ser providenciada a imediata
exoneração de eventuais funções públicas ocupadas.
“O que não pode ocorrer é a
continuação no exercício das funções públicas, em detrimento dos direitos de
todos os cidadãos de não ter em seus quadros pessoas condenadas pela prática de
atos de improbidade administrativa”, salientou Marcus Vinícius.
O
caso
Segundo o juiz Marcus
Vinícius, a ação comprova, de acordo com laudo pericial, bem como a própria
defesa apresentada pelo réu, que Dison Lisboa, enquanto prefeito de Goianinha,
contratou ilegalmente com Einar Barbosa Pinto. O contrato visava a aquisição de
medicamentos no ano de 2012, sem observância da Lei nº 8.666/93.
Segundo a Justiça, Dison
fracionou os procedimentos de dispensa de licitação, que deveria se limitar a
R$ 8 mil, tendo efetuado a contratação de valor total de R$ 34.274,10,
fracionado o valor em 12 contratos. A prática é proibida pela lei.
Tornozeleira
Dison Lisboa já tem
condenação de 5 anos e oito meses por apropriação de bens ou rendas públicas,
ou desviá-los em proveito próprio ou alheio, também de quando era prefeito de
Goianinha.
Atualmente o deputado usa uma tornozeleira eletrônica fornecida
pela Secretaria Estadual de Jusitça e Cidadania (Sejuc).
De acordo com a condenação,
Dison Lisboa deve cumprir sua pena em regime semiaberto, no qual teria que
dormir em unidade prisonal. No entanto, o juiz Henrique Baltazar, da Execuções
Penais em Natal, informou que o parlamentar poderia escolher entre dormir em
uma cadeia que abrigasse presos do semiaberto ou usar tornozeleira.
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