O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aprovou a
versão definitiva do Plano Estratégico do Programa Nacional de
Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa). O plano começa a valer
este ano e continua até 2026. O objetivo é que o Brasil seja considerado
pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) um país livre da doença
sem vacinação a partir de 2023.
Para atingir o status
sanitário de área livre de aftosa sem vacinação, o Pnefa determina
critérios técnicos, estratégicos, geográficos e estruturais. Para que
seja implementado, as unidades da Federação foram agrupadas em cinco
blocos. Segundo o Ministério da Agricultura, esse agrupamento tem como
objetivo facilitar o processo de transição de zonas livres de febre
aftosa com vacinação para livre sem vacinação de forma regionalizada.
O
bloco 1 é formado por Acre e Rondônia. A primeira reunião do bloco com
representantes do ministério, com a participação de estados e países
vizinhos - Bolívia e Peru - está marcada para os dias 23 e 24 deste mês.
O grupo 2, com reunião prevista para 7 e 8 de novembro, é formado por
Amazonas, Amapá, Pará e Roraima. O grupo 3 (Maranhão, Piauí, Rio Grande
do Norte, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Alagoas) tem reunião agendada
para 21 e 22 de novembro.
A mudança incluída na versão final foi a
reorganização dos blocos 4 e 5. Antes o bloco 4 englobava 11 estados:
Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia,
Sergipe, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito
Federal. O grupo 5 tinha apenas o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Agora, o bloco 5 incorpora o Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Os blocos 4 e 5 deverão reunir-se com representantes do Ministério da
Agricultura, apenas em 2018.
Segundo a pasta, a alteração foi feita para ampliar a proteção do Brasil nas fronteiras com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.
De
acordo com a pasta, o plano está alinhado com o Código Sanitário para
os Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e as
diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa, que
visa à erradicação da doença na América do Sul.
Febre aftosa
O
vírus da febre aftosa é altamente contagioso. O animal afetado
apresenta febre alta que diminui após dois a três dias. Em seguida,
aparecem pequenas bolhas que se rompem, causando ferimentos. O animal
deixa de andar e comer e, no caso de bezerros e animais mais novos, pode
até morrer. A transmissão pode ocorrer por meio da ingestão de água e
alimentos contaminados pela saliva de animais doentes. O vírus é
resistente, podendo sobreviver durante meses em carcaças congeladas.
Atualmente,
o Brasil é considerado, na maior parte das regiões, livre da febre
aftosa com vacinação. Não há focos registrados da doença desde 2004. A
intenção é retirar totalmente a vacinação do país entre 2019 e 2023,
quando o Brasil deverá ser reconhecido pela OIE como livre da doença sem
vacinação.
Em junho deste ano, os Estados Unidos suspenderam a
importação de carne fresca brasileira. Segundo o Ministério da
Agricultura, os problemas comunicados pelo governo americano podem ser
decorrentes da vacinação contra a febre aftosa, que poderia causar
inflamações. O governo investiga os casos para verificar se se trata de
problemas na fabricação da vacina ou na aplicação.
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