O objetivo principal da discussão foi buscar meios de reinserir, na sociedade, as crianças e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas
A Assembleia Legislativa promoveu, na tarde desta segunda-feira
(4), audiência pública intitulada “Ninguém nasce infrator: dê oportunidade”, o
objetivo da audiência foi de debater a
questão da ressocialização dos menores infratores do nosso estado. O objetivo
principal da discussão foi buscar meios de reinserir, na sociedade, as crianças
e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, através do apoio
psicológico, da educação e do trabalho.
Para a
coordenadora do núcleo de apoio técnico da Coordenadoria Estadual da Infância e
da Juventude do TJ-RN, Lenora Medeiros, é preciso refletir sobre o que estamos
fazendo para melhorar nossa sociedade e evitar o preconceito, os rótulos. “Não
é só menino pobre e negro que comete infração, jovens de classe média e alta,
também. Além disso, nós temos que pensar nos motivos que levam esses jovens a
cometerem essas infrações e cuidar não apenas deles, mas de suas famílias
também”.
A coordenadora
informou que, ainda este ano, serão oferecidos cursos aos funcionários dos Centros
de Reabilitação, a fim de que possam oferecer um tratamento mais adequado aos
adolescentes e seus familiares.
De acordo com o
presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente,
Francisco Neto, deve-se avançar nessa luta de forma conjunta. “Não adianta cada
instituição fazer seu planejamento para a melhoria desse problema sem que haja
uma conexão com as demais”, comentou. Ele destacou também a elaboração do Plano
Decenal de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, o qual está sob
consulta pública até o dia 30 de setembro, e tem por objetivo efetivar o
cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Tomazia Isabel,
representante da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac/RN),
acredita que não devemos focar no sistema socioeducativo, e sim, nas
oportunidades que o estado e os municípios deveriam estar proporcionando às
nossas crianças e adolescentes. “Nos assustamos com a presença dos menores nas
facções criminosas, mas temos que lembrar que o Estado do RN fechou 40
escolas”, enfatizou.
Segundo
Gesaias Ciriaco, representante do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, dados
mostram que, em Natal, no ano passado, o conselho da zona leste registrou 1072
denúncias, desde expulsões de casa até abusos sexuais, por parte de crianças e
adolescentes entre 8 e 15 anos. “Quando se fala em ato infracional, eu vejo
essas mesmas crianças. O início da infração é a violação dos direitos que esses
menores sofrem”, explicou.
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