A composição da vacina contra febre aftosa vai
mudar. O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan)
definiu, junto com o Ministério da Agricultura, retirar a saponina, substância
apontada pela cadeia produtiva como a responsável pelo aparecimento de abscessos
na carne. Esses "caroços" levaram os Estados Unidos a suspender a
importação da carne in natura do Brasil no fim de junho.
Segundo Emilio Salani, vice-presidente executivo do
Sindan, a indústria iniciou o processo de retirada do adjuvante saponina. Seguindo
o cronograma de produção e validação do ministério, a nova vacina estará
disponível na campanha oficial de vacinação de novembro de 2018.
O anúncio
de Salani ocorreu durante reunião extraordinária da Cosalfa (Comissão
Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa), realizada em Brasília.
"O desenvolvimento de uma nova formulação implica investimentos pesados
por parte da indústria para adequação aos parâmetros de controle, porém
mantendo a mesma eficiência e pureza da formulação atual", diz Salani.
Em março, o ministério e a indústria já haviam
definido, para agosto de 2017, o início da fabricação de vacina contra aftosa
bivalente (vírus O 1 e A24), com a retirada do vírus C, já erradicado do
Brasil. Além disso, com a avaliação positiva dos testes oficiais de potência, a
indústria passará a produzir doses de 2 ml da vacina a partir de maio de 2018,
em substituição à dose atual, de 5 ml. Esta redução também atende à
reivindicação da cadeia produtiva.
"A indústria de saúde animal dá mais um
exemplo do seu compromisso com o sucesso do controle sanitário do rebanho
bovino brasileiro, reformulando a vacina e mantendo a mesma eficácia",
disse o vice-presidente executivo do Sindan.
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