O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) será a
principal vítima do bloqueio adicional de recursos no Orçamento anunciado na
semana passada. Dados informados nesta quinta (27) pelo Ministério do
Planejamento mostram que o programa perderá R$ 7,4 bilhões em recursos, ou 27%
do previsto até então. Além de R$ 5,2 bilhões bloqueados no programa, ou 88% do
contingenciamento de R$ 5,9 bilhões anunciado na semana passada, o governo irá
redirecionar R$ 2,2 bilhões do PAC para atender a demandas de emergência dos
ministérios, como contratação de carros pipa e recursos para a Polícia
Rodoviária Federal. O restante do bloqueio virá do corte de emendas
obrigatórias de bancada (R$ 214,3 milhões a menos) e nas emendas obrigatórias
individuais (R$ 426,2 milhões a menos).Os ministérios das Cidades, Integração e
dos Transportes, que possuem projetos dentro do PAC, serão os maiores afetados
pela contenção de despesas públicas. Na semana passada, ao aumentar a
tributação dos combustíveis, o Ministério do Planejamento informou que seria
necessário bloquear R$ 5,9 bilhões adicionais nas despesas previstas para este
ano, o que faz com que a parcela congelada do Orçamento some pouco mais de R$
44 bilhões.
Segundo o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, toda as pastas
terão que apertar o cinto. Só deverá ser preservado o Ministério da Saúde, cujo
fluxo de despesas já está no limite do piso estabelecido em lei.Com o bloqueio,
o governo aposta no cumprimento da meta de deficit orçamentário deste ano, de
R$ 139 bilhões, apesar do ceticismo de analistas do mercado financeiro e de
setores políticos dentro da própria gestão Michel Temer.A contenção de despesas
vem provocando a suspensão de atividades públicas, como a emissão de
passaportes, além de afetar o trabalho em órgãos como a Funai e a fiscalização
de agências reguladoras. O desgaste levou parte do governo a considerar a
revisão da meta de deficit do ano, embora a ideia ainda sofra resistência no
Palácio do Planalto e entre os técnicos da área econômica.Em junho, segundo
dados do Tesouro Nacional, o rombo acumulado em 12 meses chegou a R$ 182,8
bilhões.
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