A assinatura do
contrato para a retomada das obras remanescentes do Eixo Norte do
Projeto de Integração do Rio São Francisco, na última quinta-feira (20),
reacende a esperança de segurança hídrica em 94 municípios potiguares
na regiões Oeste, Central e do Seridó do Rio Grande do Norte. As águas
do “velho Chico”, que segundo cálculos do Ministério da Integração,
poderão chegar ao solo potiguar ainda este ano, beneficiarão cerca de 1
milhão e 100 mil pessoas, em áreas urbana e rural.
Entre os 17 municípios do Rio Grande do
Norte em situação de colapso, hoje, 16 serão contemplados pela
transposição. Mas há 77 municípios que, segundo a Caern, estão em
situação de rodízio. Desses, 57 serão atendidos pela água oriunda do rio
São Francisco.
Há duas formas de análise quanto à abrangência
da população a ser contemplada com a água do “velho Chico: considerando
a 'área de influência direta', que considera 19 municípios e uma
população de 216.918 habitantes; ou sob o aspecto da 'área de influência
indireta', que contempla 94 municípios e uma população de
aproximadamente 1,1 milhão de pessoas. O cálculo leva em conta as duas
bacias que receberão a água do São Francisco — Apodi e Piranhas-Açu.
O maior número de beneficiados está em municípios que receberão esta
água através da bacia Apodi, com 613 mil contemplados, aproximadamente, e
a maioria dos habitantes atendidos reside em área urbana. A enorme
diferença de municípios e população atendida — considerando a influência
direta e indireta — pode ser explicada porque a transposição vai
reabastecer reservatórios de onde partem as adutoras já implantadas há
alguns anos no Rio Grande do Norte.
Além do Rio Grande do Norte e Ceará, o Eixo
Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco vai levar água para
bacias hidrográficas de Pernambuco e Paraíba, beneficiando mais de 7
milhões de pessoas no total. Após a assinatura do contrato, na semana
passada, o passo seguinte será a assinatura da Ordem de Serviço para
início das obras remanescentes, o que deverá ocorrer já nesta semana.
O valor pactuado é de R$ 516,84 milhões. Os
pagamentos dos recursos federais às construtoras são realizados conforme
o andamento da obra, após apresentação das medições e apurações mensais
de serviços pela equipe técnica do ministério.
O Ministério da Integração Nacional analisou,
escolheu e desenvolveu o modelo de licitação em parceria constante com o
Tribunal de Contas da União (TCU) e a Advocacia-Geral da União (AGU). A
seleção das construtoras foi realizada por meio do Regime Diferenciado
de Contratações Públicas (RDC), de acordo com a Lei nº 12.462, de agosto
de 2011.
Com a contratação do consórcio consórcio
Emsa-Siton, que ficou em terceiro lugar na licitação do Ministério, a
previsão é de que cerca de quatro mil novos empregos sejam gerados. Com
260 quilômetros de extensão, as obras nesse trecho apresentam 94,63% de
execução.
Um outro consórcio, formado pela Passarelli,
Construcap e PB Engenharia, ficou em primeiro lugar na licitação e
entrou com ação judicial para suspender o processo. A Justiça não deu a
liminar, mas decidiu enviar o caso ao Ministério Público Federal por
conta da diferença de preços entre a primeira e a terceira proposta, de
R$ 75 milhões.
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