Nada de destinos turísticos convencionais: foi para a
pequena cidade de Taperoá, no sertão da Paraíba, com cerca de 15 mil
habitantes, que o fotógrafo e engenheiro carioca Renato Rocha Miranda,
45, escolheu viajar.
O nome do município pode soar familiar para algumas
pessoas. Foi lá que o escritor Ariano Suassuna passou a infância e se
inspirou para escrever "O Auto da Compadecida", cujo pano de fundo é a
cidade. A viagem, realizada em dezembro junto com outras sete pessoas, foi parte do projeto "Brasil Indizível", criado por Miranda e pelo também fotógrafo carioca Flavio Veloso.
O objetivo da iniciativa é realizar expedições
fotográficas para regiões pouco conhecidas e culturalmente interessantes
do país, e ajudar a fomentar o turismo em pequenas cidades.
"O Brasil é indizível tanto do lado negativo quanto
do positivo. Tem problemas tradicionais, mas também belezas
inacreditáveis. O projeto é quase que um manifesto para as pessoas
conhecerem mais o país", afirma Miranda.
No fim da viagem, os registros do lugar, que vive uma
seca há cerca de cinco anos, foram expostos aos moradores para que
pudessem "mudar a imagem que tinham de si mesmos". "Muitos me
perguntaram por que eu estava fotografando Taperoá. Eu dizia: por que
não fotografar? A cidade é linda", conta.
E qual é o ponto alto do local? "O povo, sem dúvida.
Eles sabem todas as histórias sobre a região e seus personagens
históricos. A riqueza cultural deles é encantadora", diz ele.
Além de Taperoá, o grupo também esteve no município
de Cabaceiras, no mesmo Estado. Um dos atrativos do lugar é o Lajedo de
Pai Mateus e suas formações rochosas.
As próximas viagens do grupo serão para o Parque
Nacional Serra da Capivara, no Piauí, e para o distrito de Alter do
Chão, no Pará.
"As pessoas têm que se encantar com o Brasil real,
perdido no meio do nada, diferente daquele que aparece no noticiário. É
um estímulo para que continuem lutando para mudar a situação do país",
afirma Miranda.
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