Manoel mora em Salvador, e antes da limpeza, só tinha espaço para cama.
Psiquiatra fala de distúrbio que provoca acumulo de objetos.
"Junto porque devagarinho vou vendendo as coisinhas", é o que explica Manoel Barbosa sobre os objetos que acumulava na casa onde mora, no bairro da Ribeira, em Salvador. Há uma semana, o imóvel ganhou novo cenário. Foram retirados do local cerca de 10 toneladas de entulhos. Quinho, como também é conhecido Manoel, foi convencido a se desfazer dos objetos acumulados que não tinham serventia para ele.
"Eu tinha dado minha palavra à psicóloga. Eu tinha que fazer o que é melhor para mim e eu estou feliz assim", revelou.
De acordo com a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps) foi necessária ajuda de oito agentes de limpeza para retirar os entulhos, que totalizaram 10 toneladas. O trabalho durou mais de três dias.
Desde o ano passado, uma equipe que envolve órgãos de saúde, limpeza e assistência social da prefeitura monitora 19 casos de acumuladores compulsivos como parte da luta contra o Aedes Aegypti. Essa equipe conseguiu fazer com que Quinho, como Manoel é conhecido, acetasse a se desfazer dos objetos.
"Tem um foco muito grande de acumuladores na Cidade Baixa. Está sendo feito um trabalho em parceria com as unidades da prefeitura para a gente conseguir eliminar também esses focos que existem nesses imóveis", explicou Claudia Cavalcante, coordenadora de apoio às ações sociais da prefeitura.
Antes da limpeza, quem passava pela frente da casa de Manoel podia observar objetos como bonecas e quadros já na fachada, mas não imagina o que havia dentro do imóvel. Eram tanta coisa que Manoel guardava, que só tinha espaço para montar uma cama de solteiro para dormir. Alguns objetos que guardava em casa ele recolhia na rua, outros recebeu como doação.
Cada parte da casa era ocupada por muitos onjetos, entre roupas, entulhos, relógios, quadros, colchões, o que até dificultava o acesso a alguns cômodos do imóvel como cozinha e banheiro. Segundo Manoel Barbosa, nem ele sabia tudo o que guardava. "Eu programei essa cama aqui na sala porque o quarto já está cheio", explicou sobre o pequeno espaço escolhido para dormir antes da retirada dos entulhos da casa
Com a limpeza, a casa de Quinho mudou de cara. O imóvel "ganhou" uma sala e o quarta nem parece o mesmo, que mal cabia uma cama pequena. A assistente social Cristiana Oliveira, que faz parte da equipe do programa dedicado a acumuladores, explica a importância de conscientizar essas pessoas a não guardar objetos desnecessários, principalmente em grandes quantidades, para se ter uma vida melhor.
"A partir do momento que a gente conscientiza o acumulador de que ele necessita evacuar o espaço, que ele precisa ter uma qualidade de vida melhor, a gente dá início ao processo de encaminhamento aos órgãos do Caps [Centros de Atendimento Psicossocial], unidade de saúde mental, e dependendo do vínculo familiar a gente atende no Cras [Centro de Referência de Assistência Social] também para que possa fazer a mediação do fortalecimento do vínculo familiar", explicou a assitente social, Cristiana Oliveira.
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