Câmara gasta em média R$
100 milhões todo os anos no serviço médico.
Menos de 4% dos municípios gastam mais com saúde do que a Câmara
Menos de 4% dos municípios gastam mais com saúde do que a Câmara
O que todo mundo queria
era ter um atendimento médico como o do serviço da Câmara dos
Deputados. Não falta dinheiro e sobra material para o atendimento. O
Departamento Médico da Câmara tem ambulância, tem tomógrafo, tudo novinho.
A Câmara gasta em média R$
100 milhões todos os anos no serviço médico. Para efeito de comparação, menos
de 4% dos municípios brasileiros gastam mais com saúde do que a Câmara. E olha
que os servidores contam ainda com plano de saúde.
O Departamento Médico da
Câmara fica pertinho dos dois maiores hospitais de Brasília. Distante é a
realidade entre a rede pública e o que se vê no departamento.
Tomógrafo, que no SUS tem
sido luxo, a Câmara tem, pagou R$ 2,5 milhões. Chegou no ano passado. UTI móvel
fica à disposição e a ambulância é novinha, foi comprada por mais de R$ 134
mil, segundo a Câmara, para atender atuais e ex-deputados, servidores,
incluindo aposentados e os dependentes deles.
Em um levantamento da ONG
Contas Abertas, tem várias outras compras. Colares cervicais, em 2014 foram
400; 206 usados. Aí, agora, em 2016, mais 440 colares; 190 foram usados. Teve
também aparelho para medir gordura, kits de exames diversos.
No departamento tem 82
médicos de 17 especialidades e mais emergência. Nessa estrutura completa da
Câmara, os atendimentos mais comuns são pressão alta, dor de cabeça, infecções
de vias aéreas superiores, como nariz e laringe, diarreia e inflamação do
sistema gastrointestinal. Essas informações são do próprio Departamento Médico.
Do início do ano até
agora, o gasto da Câmara foi de R$ 86 milhões com serviços médico,
odontológico, exames, aparelhos, equipamentos e ressarcimento de despesas pagas
pelos funcionários. E eles, que têm direito ao atendimento e ao ressarcimento,
têm também plano de saúde. Em 2015, todo esse gasto passou de R$ 92,5 milhões.
"Já gastaram perto de
R$ 100 milhões nesse tipo de atendimento, o que deveria ser o tipo de
atendimento para todo brasileiro, mas na prática não funciona assim”, afirmou
Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas.
Em uma comparação com
municípios, a Câmara gasta mais com saúde que várias prefeituras. Das 4.792 que
informaram ao Tesouro Nacional o que foi para saúde, só 180 cidades gastaram
mais.
“Acaba acontecendo o
seguinte: aquele cidadão que está sendo mal atendido em seu munícipio, no seu
estado, ele acaba pagando para que alguns, uma casta, tenha atendimento de
primeiro mundo, é isso que está acontecendo”, completou Gil Castelo Branco.
A Câmara disse que passa
muita gente no departamento, 18 mil pessoas por dia, e que é responsável pelo
atendimento em casos de emergência. Explicou ainda que encomendou muitos
colares cervicais, que servem para torcicolo, mas que são pagos apenas quando
utilizados. E que a ambulância transporta por mês cerca de 70 pessoas para
hospitais da cidade. Se levar em conta apenas os dias da semana, dá duas
viagens por dia.
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