Fonte: G1
Atos ocorrem em ao menos 11 estados e no Distrito
Federal.
Semana passada, o STF decidiu que a prática é inconstitucional.
Vaqueiros e trabalhadores de vaquejadas protestam nesta
terça-feira (11) em ao menos 11 estados e no Distrito Federal contra a decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar a prática esportiva ilegal em
todo o país.
A vaquejada é uma tradição cultural nordestina na qual
um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam
derrubá-lo dentro de uma área estabelecida e marcada por cal. Segundo as regras
do esporte, a derrubada só é considerada válida se o boi cair, ficar com as 4
patas para cima e se estiver na área delimitada. Dependendo do local da queda,
pontos são somados ou não a dupla.
Na semana passada, o STF
derrubou uma lei no Ceará que legalizava a prática. Os ministros
consideraram que a atividade é inconstitucional e que impõe sofrimento ao
animal.
A Associação Brasileira de Vaquejada (ABVQ), por sua
vez, argumenta que a decisão do STF "não
acompanhou a evolução e adaptação do esporte", que já não causaria
mais sofrimentos ao animal. Eles também defendem os empregos que a modalidade
gera.
O regulamento de bem-estar animal da ABVQ prevê que
cavalos e gados que participam das competições não passem fome nem sede, que
tenham situações de estresse, medo e ansiedade minimizadas e que tenham áreas
adequadas para descanso, por exemplo.
Alguns estados firmam ainda termos com os Ministérios
Públicos e regulamentam outras ações, como a proibição do uso de luvas com
pregos, parafusos ou objetos cortantes; a proibição de bater no animal, de dar
choque, usar esporas ou chicotes, entre outras práticas.
Veja como estão os protestos em cada estado:
Acre
Criadores,
tratadores e domadores de cavalos saíram em cavalgada pelas ruas de
Rio Branco contra o veto à vaquejada. Havia cerca de 200 pessoas no ato,
segundo organizadores e a companhia de trânsito local.
Alagoas
Vaqueiros
de municípios alagoanos saíram as ruas de Maceió nesta terça para
protestar contra a proibição da vaquejada. Um grupo a cavalo saiu do Dique
Estrada, no Vergel, em direção ao Palácio República dos Palmares, no Centro.
No interior, manifestantes também contrários a proibição interditaram a rodovia
BR-423, no quilômetro 40. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de
100 manifestantes que protestam.
Bahia
Em Feira
de Santana, a 100 km de Salvador, o grupo pretende sair em carreata pela
BR-116 Sul, uma das principais rodovias do estado, e percorrer ruas até o
Parque de Exposições, na BR-324.
O presidente da Associação de Vaquejadas da Bahia,
Valmir Velozo, diz que o grupo está preocupado com a possibilidade de proibição
da prática no estado, após a decisão do Supremo no Ceará. "Muita gente
depende desses eventos no estado e no Brasil. No Brasil, são 720 mil empregos.
São 120 mil diretos e 600 mil indiretos", avalia.
Ceará
Vaqueiros
e apoiadores da vaquejada realizam um protesto na manhã desta
terça-feira em frente ao Clube do Vaqueiro, no Quarto Anel Viário, no Eusébio.
O grupo seguiu em um comboio de caminhões pela BR-116. A estimativa dos
organizadores é que o ato reuniu aproximadamente 80 caminhões. A organização
não estimou quantas pessoas participam do protesto. A Polícia Militar informou
que não divulga número de participantes em protestos.
Distrito Federal
Vaqueiros e criadores de gado do Distrito Federal levaram
cavalos à Esplanada dos Ministérios nesta terça contra a proibição da
prática. Segundo os organizadores, são cerca de 300 pessoas no ato. A PM estima
em 40. Os vaqueiros que participaram do protesto estimam que 700 mil pessoas,
que trabalham direta e indiretamente com o esporte, sejam afetadas pela
proibição do Supremo.
Maranhão
Vaqueiros
fizeram uma manifestação em São Luis em frente à sede da Assembleia
Legislativa do Maranhão, na Avenida Jerônimo de Albuquerque. Eles são contra a
decisão do STF que proibiu a vaquejada no Ceará. O ato público foi para
pressionar os parlamentares maranhenses a se manifestarem nesta discussão e
legalizarem a vaquejada.
Pará
Cerca
de 50 pessoas interditam parcialmente a BR-316, na altura do km 10,
desde as 10h20 desta terça, em Ananindeua, na região metropolitana de Belém.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, trata-se de boiadeiros que protestam
contra a decisão do STF que proibiu a prática de vaquejada. Ainda não há
informações sobre a liberação da rodovia.
Em Santarém,
os manifestantes se concentraram por volta das 16h em frente à sede do
sindicato rural local e saíram em montados a cavalos por ruas e avenidas da
cidade.
Paraíba
Na Paraíba, há manifestações
a favor da vaquejada na capital, João Pessoa, e em Campina Grande. Segundo
a organização, mais de 300 cavalos e mais de 500 pessoas estão participando do
ato em João Pessoa. Em Campina Grande, a organização estima 400 pessoas e 150
cavalos. A PM não acompanha os atos nas duas cidades.
Pernambuco
Vaqueiros
que atuam em Pernambuco estão ocupando, na manhã desta terça, o Jockey
Club do Recife. O grupo protesta contra a proibição da vaquejada.
Em Caruaru, no
Agreste pernambucano, um grupo de manifestantes deve percorrer as BRs 232 e 104
em protesto pela vaquejada.
Em Petrolina,
vaqueiros fizeram uma manifestação na ponte Eurico Gaspar Dutra, que liga as
cidades de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a Juazeiro, na Bahia. O trânsito
da BR-407 ficou interditado nos dois sentidos. Da ponte, os vaqueiros seguiram
em cavalgada para a Prefeitura de Petrolina, Zona Central da cidade, onde
continuaram o protesto.
Piauí
Em Teresina, cerca de 600 manifestantes, segundo a organização, se reúnem na
Avenida Marechal Castelo Branco, Zona Norte da capital, para protestar pela
legalização da vaquejada. A PM não informou o número de participantes. Em
todo o Piauí, são aproximadamente 100 mil vaqueiros.
Rio Grande do Norte
Em Natal,
um grupo de manifestantes protesta contra a proibição da vaquejada em
frente à Assembleia Legislativa. O ato é organizado pela Associação dos
Vaqueiros Amadores do Rio Grande do Norte (Assovarn) e tem o apoio de outros
segmentos ligados ao homem do campo.
Rondônia
Em Porto
Velho, dezenas de manifestantes seguiram pelas ruas da cidade até a frente
do Centro Político Administrativo do Governo do Estado, em iniciativa da
Associação dos Vaqueiros de Porto Velho (Aveep).
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