Sem socorro, ela agonizou
por cerca de seis horas até morrer, diz promotoria.
Ao ser preso, engenheiro alegou que tiro foi acidental e ocorreu durante briga.
Ao ser preso, engenheiro alegou que tiro foi acidental e ocorreu durante briga.
Fisioterapeuta Caillane Marinho com o namorado Diego Lima, suspeito do crime (Foto: Arquivo Pessoal) |
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o engenheiro agrônomo Diego Henrique Lima, de 30 anos, por matar a namorada, a fisioterapeuta Caillane Marinho, de 27, dentro de casa, em Vianópolis, no sul de Goiás. De acordo com a promotoria, ele atirou contra a vítima de forma livre e consciente, por não aceitar o fim do relacionamento.
Autores da denúncia, os
promotores de Justiça Jean Cleber e Julimar Silva destacam no processo que “o
denunciado utilizou meio cruel ao não buscar ou permitir o socorro à vítima”.
Segundo a investigação, Caillane foi baleada por volta das 15h30, mas só morreu
pelo menos seis horas depois, entre 21h30 e 23h30 do dia 8 de outubro. Diego só
comunicou o crime na manhã seguinte.
O MP-GO denuncia o
agrônomo pelo crime de homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, meio
cruel e feminicídio. Ele segue preso na Unidade Prisional de Vianópolis.
Procurado pelo G1, o
advogado de Diego, Luiz Inácio Medeiros, não atendeu as ligações até a
publicação desta reportagem para se pronunciar sobre a denúncia.
Crime
A fisioterapeuta foi encontrada morta na manhã do dia 9 de outubro. Segundo as investigações, ela estava no quarto da residência, onde morava com o namorado há cerca de dois meses, com uma marca de tiro na cabeça. O engenheiro agrônomo passou a ser procurado pela polícia, mas só se apresentou no dia 14. Como tinha um mandado de prisão em aberto, ele foi preso.
A fisioterapeuta foi encontrada morta na manhã do dia 9 de outubro. Segundo as investigações, ela estava no quarto da residência, onde morava com o namorado há cerca de dois meses, com uma marca de tiro na cabeça. O engenheiro agrônomo passou a ser procurado pela polícia, mas só se apresentou no dia 14. Como tinha um mandado de prisão em aberto, ele foi preso.
Ao se entregar à Polícia
Civil, Diego alegou que o disparo que matou a namorada foi acidental e
aconteceu durante uma briga. Ele disse que pegou uma arma para se matar, mas
que Caillane tentou tirar o armamento dele e acabou baleada.
No entanto, o delegado
Marcos Vinícius Costa, responsável pelo inquérito, afirma que essa versão é
falsa. “O laudo pericial diz que foi homicídio doloso. O tiro acertou entre a
nuca e a orelha. Como uma pessoa tentar tirar a arma da outra de costas? Não
tem como o disparo ter sido acidental”, defende.
O engenheiro afirmou ainda
que, durante a confusão, outro disparo foi realizado e atingiu a cabeça dele
raspão. Em seguida, alegando que estava "desesperado", pegou sua
caminhonete e fugiu para uma propriedade pertencente a ele, próximo da cidade.
O delegado acredita que
Diego tentou ocultar provas. “A casa tem circuito de câmera dentro e fora. As
imagens poderiam ajudar nas investigações. Mas o aparelho que registra as
imagens não estava lá. O suspeito alega que o equipamento estava com defeito,
mas o técnico que fez a instalação disse que não havia nenhum problema”,
completou Costa, que concluiu
o inquérito policial sobre o caso.
Relação conturbada
Ao contrário do que várias testemunhas relataram, Diego disse à polícia que o casal não tinha uma relação conturbada. "Ele afirmou que o namoro era bom, sem muitas brigas e que os dois pretendiam ainda ter um filho", destacou.
Ao contrário do que várias testemunhas relataram, Diego disse à polícia que o casal não tinha uma relação conturbada. "Ele afirmou que o namoro era bom, sem muitas brigas e que os dois pretendiam ainda ter um filho", destacou.
O delegado pontuou, na
época do depoimento do engenheiro, que o motivo da briga que culminou com o
homicídio foi uma discussão sobre um relacionamento anterior dele. O suspeito
ainda é casado, no papel, com outra mulher.
Testemunhas relataram,
porém, que o
casal tinha um relacionamento complicado. A mãe de Caillane chegou a
afirmar à polícia que, no dia do crime, almoçou com a filha e ela relatou a
intenção de terminar o relacionamento.
Amigos da vítima também
reforçam a tese de uma relação conturbada. Um publicitário, que não quis se
identificar, afirmou que o namorado era muito ciumento. "Eles estavam
juntos há seis meses e morando juntos há dois. Eu nunca gostei dele porque ela
se afastou muito da gente depois que se conheceram. Na última quinta-feira (6
de outubro), ela me disse que estava triste e que queria terminar",
afirmou.
Carta
Cerca de duas semanas antes do crime, Diego escreveu uma carta para a namorada. No texto, o homem pede desculpas à jovem, diz que a ama e afirma: "Não te mereço e deixei tudo acabar".
Cerca de duas semanas antes do crime, Diego escreveu uma carta para a namorada. No texto, o homem pede desculpas à jovem, diz que a ama e afirma: "Não te mereço e deixei tudo acabar".
Diego ainda afirma na
carta que "escreve com sinceridade" e que "nunca foi bom em dar
satisfação". Por fim, no trecho que ainda está legível, o suspeito se
declara: "Se estou passando isso tudo, é porque realmente te amo". Em
seguida, ele completa em tom resignado: "Mas se sempre você tem dúvida é
porque te passei isso. Mas pode deixar, eu te entendi e vou te entender".
Caillane deixou uma filha
de 7 anos que, segundo os parentes, está muito
abalada com a morte da mãe.
Nenhum comentário :
Postar um comentário