Olga Benário, grávida de 7
meses, foi presa com o marido há 80 anos. Entregue ao governo de Hitler, foi
morta numa câmara de gás do campo de concentração de Bernburg
A história da mulher do
líder comunista virou livro e filme. Não é para menos. Olga chegara ao Brasil
em abril de 1935, acompanhando Prestes, que planejava organizar uma revolução
armada por aqui. Fingiram ser um casal de portugueses e permaneceram na
clandestinidade. Em novembro daquele ano, explode a Intentona Comunista,
prontamente reprimida pelo governo Vargas, que inicia uma repressão feroz aos
opositores.
Após a prisão do casal,
começa então o processo para deportá-la. Da Europa, a mãe e a irmã do líder
comunista articulam uma campanha para manter Olga no Brasil — temiam por seu
destino na Alemanha nazista. Olga recorre então à Corte Suprema dos Estados
Unidos do Brasil — antigo nome do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, em 17 de
junho, os ministros confirmam a ordem de expulsão dada por Vargas.
No recurso, o advogado
chegou a dizer que Olga errou ao participar do levante comunista e que, por
isso, deveria cumprir pena no Brasil. "O decreto de expulsão será a
sentença de morte proferida ao mesmo tempo contra a mãe e o filho". No
texto, ela alega ainda estar disposta a "curar Prestes da psicose
bolchevista".
O apelo foi em vão. Ao
chegar à Alemanha, Olga, então com sete meses de gestação, foi levada para uma
prisão feminina da Gestapo, onde nasceu sua filha, Anita Leocádia, hoje
historiadora. De lá, passou pelos campos de concentração de Lichtenburg,
Ravensbrück e Bernburg, onde foi assassinada na câmara de gás em 23 de abril de
1942.
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