sábado, 27 de agosto de 2016

Getúlio deportou a mulher judia de Luiz Carlos Prestes para a Alemanha nazista

Olga Benário, grávida de 7 meses, foi presa com o marido há 80 anos. Entregue ao governo de Hitler, foi morta numa câmara de gás do campo de concentração de Bernburg
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No dia 23 de setembro de 1936, a judia alemã Olga Benário deu adeus ao Brasil. Presa com o marido Luiz Carlos Prestes em 5 de março do mesmo ano, ela foi deportada, embarcou no navio La Coruña rumo à cidade de Hamburgo. Nem o fato de estar grávida impedira o presidente Getúlio Vargas, que assinara decreto de expulsão no dia 28 de agosto, de entregá-la à Alemanha Nazista de Adolf Hitler. Olga ainda apelou para ter a filha no Brasil. Sem sucesso. Acabou morrendo num campo de concentração, aos 34 anos, em abril de 1942.
A história da mulher do líder comunista virou livro e filme. Não é para menos. Olga chegara ao Brasil em abril de 1935, acompanhando Prestes, que planejava organizar uma revolução armada por aqui. Fingiram ser um casal de portugueses e permaneceram na clandestinidade. Em novembro daquele ano, explode a Intentona Comunista, prontamente reprimida pelo governo Vargas, que inicia uma repressão feroz aos opositores.

Após a prisão do casal, começa então o processo para deportá-la. Da Europa, a mãe e a irmã do líder comunista articulam uma campanha para manter Olga no Brasil — temiam por seu destino na Alemanha nazista. Olga recorre então à Corte Suprema dos Estados Unidos do Brasil — antigo nome do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, em 17 de junho, os ministros confirmam a ordem de expulsão dada por Vargas.
No recurso, o advogado chegou a dizer que Olga errou ao participar do levante comunista e que, por isso, deveria cumprir pena no Brasil. "O decreto de expulsão será a sentença de morte proferida ao mesmo tempo contra a mãe e o filho". No texto, ela alega ainda estar disposta a "curar Prestes da psicose bolchevista".
O apelo foi em vão. Ao chegar à Alemanha, Olga, então com sete meses de gestação, foi levada para uma prisão feminina da Gestapo, onde nasceu sua filha, Anita Leocádia, hoje historiadora. De lá, passou pelos campos de concentração de Lichtenburg, Ravensbrück e Bernburg, onde foi assassinada na câmara de gás em 23 de abril de 1942.




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