Fonte: educacao.estadao.com.br
Garantir acesso na rede
regular de ensino é fundamental para o desenvolvimento dessas crianças e jovens
Na semana passada postamos aqui a participação do Rodrigo Mendes,
superintendente do Instituto Rodrigo Mendes, no quadro De Olho na Educação, da
Rádio Estadão. O IRM é um dos parceiros do movimento Todos Pela Educação no
Observatório do Plano Nacional de Educação (OPNE), especialmente para o
monitoramento da meta 4, que estabelece a universalização do acesso à Educação
Básica e ao atendimento educacional especializado para a população de 4 a 17
anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino. O
apoio da sociedade no acompanhamento desse tema é especialmente importante
porque não há dados oficiais que permitam aferir qual o tamanho real dessa
população.
Os dados disponíveis, que
são do Censo Escolar (MEC/Inep), trazem informações apenas sobre a população já
matriculada. Esses dados indicam que o número de alunos com deficiência na
Educação Básica cresceu de 654.606, em 2007, para 886.815, em 2014. Esse
crescimento se deu pela inclusão de alunos em classes comuns – que atendem
alunos com e sem deficiência –, cujo percentual de participação nas matrículas
cresceu de 46,8% para 78,8%.
Na rede pública, que
concentra quatro quintos das matrículas de alunos com deficiência, a maioria
deles está em classes comuns e essa proporção subiu de 69,7% para 92,7%, entre
2007 e 2014. Já a rede privada tem a maior parte (74,2%) das matrículas em
escolas exclusivas – que atendem exclusivamente pessoas com deficiência –, mas
esse percentual caiu 13,2 pontos percentuais no mesmo período.
É importante, contudo,
destacar que a rede privada é composta por escolas particulares – consideradas,
neste caso, aquelas cujas escolha e pagamento das mensalidades são feitas pelas
famílias – e escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas. Essas
últimas podem ou não ser conveniadas com o poder público. As escolas
conveniadas recebem recursos do poder público para o atendimento gratuito das
crianças.
Nas escolas particulares,
predomina o atendimento em classes comuns (87,75), embora o percentual seja
menor do que na rede pública. Já na categoria de escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, 91,8% das matrículas de alunos com deficiência
são em escolas exclusivas. Vale destacar, ainda, que 97% dos estabelecimentos
dessa categoria são conveniados com o poder público. Em muitos casos, são
estabelecimentos que prestam atendimento especializado no contra turno escolar,
porém, é importante que esse atendimento não substitua a frequência escolar na
rede regular de ensino.
De acordo com Rodrigo
Mendes, em análise feita para o Observatório do PNE, “não bastasse ser um
direito, a Educação Inclusiva é uma resposta mais inteligente às demandas do
mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve
competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade
humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas
também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O
resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para
todos”. Confira esse texto na íntegra, aqui.
Para saber mais sobre a
meta 4 do Plano Nacional de Educação, acesse aqui o Observatório do PNE. Confira também outras análises
e opiniões sobre o tema da Educação Inclusiva, aqui.
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