Investimento em parques eólicos de Santana do Livramento fracassou
devido a uma sucessão de equívocos administrativos, má gestão de recursos e até
um temporal que derrubou oito de 27 torres projetadas para funcionar com a
força do vento
Parte de estrutura milionária está à deriva na área rural do município da Fronteira Oeste
No interior de Santana
do Livramento, na região da Fronteira Oeste, quatro parques eólicos deixaram de
produzir energia e se converteram em monumentos ao desperdício de cerca de R$
300 milhões. Imobilizadas há um ano e meio, desde que um temporal botou abaixo
oito das 27 torres projetadas justamente para funcionar à base de vento, as
usinas não têm previsão de voltar a operar. Os
detalhes da história por trás da desativação dos cata-ventos indicam que
equívocos administrativos e impasses legais foram mais determinantes do que o
mau tempo para sucatear o projeto. Os
quatro parques eólicos paralisados, chamados Cerro Chato 4, 5, 6 e Cerro dos
Trindade, tinham capacidade instalada de 54 megawatts (MW), o suficiente para
abastecer cerca de 100 mil casas. Em vez de transformar vento
em eletricidade, as pás das duas dezenas de geradores que resistiram ao
vendaval de dezembro de 2014 permanecem estáticas. Um dos gigantes de metal,
fibra e plástico destruídos ainda se encontra espalhado no campo à espera de
remoção. Os outros sete já foram recolhidos como sucata de luxo. A
ventania apenas antecipou o fim das atividades nos quatro parques da empresa
Eólicas do Sul, que tem a estatal Eletrosul na composição societária e, como
resultado, também é um mau exemplo de gestão de recursos públicos. A Eletrosul
tem 49% de participação nos projetos, que foram financiados pelo BNDES.
Em meio à extensa área rural na Fronteira Oeste, gigantesca pá que um dia produziram energia |
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