Uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esteve na manhã de ontem na Escola Professor Antônio Pinto, no bairro Pitimbú, para realizar um atendimento de urgência nos professores, alunos e colegas de classe da adolescente que morreu na última quinta-feira com suspeita de ter contraído meningite meningocócica. Todos que mantiveram contato próximo com a vítima ficarão sob observação nos próximos dias, depois de terem recebido doses do antibiótico Rifampicina. O remédio age na prevenção dos sintomas e também foi encaminhado para a família da estudante.
A pasta pretende agora monitorar o aparecimento de novos casos da doença. Até o momento, a cidade já registra 19 notificações de meningite pneumocócica apenas nos primeiros 100 dias do ano. A enfermidade causa inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro, e podem ser transmitidas por vírus, bactérias e, com menos frequência, fungos.
A SMS ainda investiga as circunstâncias que levaram ao óbito da adolescente de 14 anos, que era moradora do bairro Planalto, mas estudava na Escola Professor Antônio Pinto, em Pitimbú. Na manhã de quarta-feira, ela se queixou de uma forte dor de cabeça enquanto estava na aula. A direção da unidade informou aos pais e liberou a aluna, que foi para casa acompanhada do irmão.
De acordo com a técnica de enfermagem e amiga da família, Gilneide Pereira Carneiro, a menina passou a tarde repousando. Como a dor não diminuiu, ela foi levada às pressas para a unidade de saúde do conjunto Cidade Satélite, onde exames clínicos apontaram a suspeita de meningite meningocócica.
Encaminhada para o Hospital Giselda Trigueiro, nas Quintas, a estudante foi internada durante a noite, mas não resistiu e faleceu ainda na manhã de quinta-feira. “Era uma menina boa, estudiosa e que vivia na igreja”, lembra Gilneide. “A família está arrasada”.
Apesar de terem sido feitos apenas exames clínicos, sem um diagnóstico laboratorial mais preciso, a SMS trabalha com a hipótese de meningite bacteriana, já que uma tia da vítima também está internada no Giselda Trigueiro com a doença. De acordo com informações da pasta, ela encontra-se medicada e em observação, sem risco iminente de morte.
Mesmo com o óbito da adolescente, a secretaria afirma não ter como comprovar laboratorialmente a causa da morte, uma vez que o velório da vítima ocorreu na própria quinta-feira e o corpo não passou pelo setor de Verificação de Óbito (VTO) para a coleta de amostras.
Dessa forma, não há registro de ocorrência de mortes em razão de meningite, este ano, em Natal. Pelo menos, nenhum que tenha sido comprovado laboratorialmente. No ano passado, a Secretaria de Saúde do município contabilizou 110 notificações da doença, com seis óbitos confirmados.
ESCOLA NÃO SABIA DE DOENÇA NA FAMÍLIA DA VÍTIMA
A direção da Escola Professor Antônio Pinto, onde a adolescente estudava, afirma que não tinha conhecimento do caso de meningite na família da estudante antes da confirmação da morte, na última quinta-feira. Por essa razão, a aluna foi encaminhada para casa, após passar mal em sala de aula.
O vice-diretor Walker Costa diz, inclusive, que a unidade não pode ser responsabilizada pelo fato, que foi uma fatalidade. “Não sabíamos que ela tinha um caso de meningite na família. A escola está isenta nessa situação. Foi só quando soubemos que entramos em contato com a vigilância sanitária, que nos deu orientação e convocou os alunos da turma dela para tomar o antibiótico”, conta. O encontro aconteceu ontem e pais e colegas de classe da menina foram medicados.
Além da aplicação do medicamento, a escola também passou por uma limpeza geral. Funcionários foram orientados para lavarem salas e corredores com detergente, uma vez que o agente infeccioso ainda poderia ser encontrado nos ambientes fechados por onde a adolescente passou nos últimos dias.
Segundo a diretora do colégio, Celismar Alvez, não se pode dizer que houve algum tipo de negligência da vigilância sanitária ou dos pais da menina por não terem comunicado a escola.
“Não sabemos das orientações que foram passadas para eles, por isso não acredito que tenha sido negligência, não”, afirma, ressaltando que também precisará tomar o Rifampicina, por ter prestado atendimento à menina, quando ela se queixou de dores de cabeça.
Em solidariedade à vítima e por determinação da vigilância epidemiológica do município, a escola suspendeu as aulas por 48h, ficando fechada na quinta e sexta-feira. Os alunos poderão retomar às salas, normalmente, na próxima segunda-feira (11).
De acordo com a direção, todas as recomendações feitas pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde estão sendo seguidas à risca.A vítima, que era aluna do ensino fundamental, passou mal quarta-feira passada na escola, que fica localizada no bairro Pitimbu. De acordo com pessoas que a acolheram, a dor que ela sentia já era bastante forte quando a estudante foi para casa, no meio da manhã.“Ela estava chorando muito no dia, se queixando de dor de cabeça. Acompanhamos ela até a coordenação da escola”, afirma um dos professores da menina.
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