A paralisação das obras de
construção da Barragem de Oiticicas completa nove dias, nesta quarta-feira
(05). O Movimento dos Atingidos e Atingidas pela obra decidiu forçar a
paralisação com a justificativa de que, enquanto a obra física da barragem já
se aproxima dos 40%, as sociais não tem ainda saído do papel.
As reivindicações do Movimento
são conhecidas do Governo do Estado, tanto que na carta aberta ao governador
Robinson Faria, protocolada na última sexta-feira (01) em seu gabinete, foi
exposto o sentimento de decepção com os descumprimentos de quase todos os
prazos assumidos pelo Governo com o Movimento. Dos 141 milhões de reais em
recursos federais, liberados para a construção da Barragem, 87,24% foram gastos
na obra física e supervisão, e apenas 12,7%, o equivalente a 18 milhões foram
investidos nas obras sociais.
E quando se esperava que o
Governo do Estado abrisse um canal de diálogo com os agricultores, o Movimento
diz ter sido surpreendido com a postura do secretário de Recursos Hídricos,
Mairton França, que em entrevistas a veículos de comunicação da região tem
tentado, não apenas criminalizar, mas acima de tudo responsabilizar o Movimento
por prejuízos que a obra venha a sentir, desde a sua mais recente paralisação.
“Ninguém aqui é contra a
Barragem, como o Governo deixa transparecer. Somos contra as irregularidades
que estão sendo feitas com os moradores de Barra de Santana. Somos pessoas
honestas, trabalhadoras e não merecemos passar por isso. Nada foi feito para
nós. O Governo jamais imaginava que um movimento de agricultores simples jamais
teria forças para parar uma obra como essa”, explicou.
Dentre as reivindicações feitas
pelo Movimento, uma delas é a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta,
entre os Governos Federal e Estadual e o Ministério Público Federal, com prazos
para a realização das obras sociais, em especial a construção da nova Barra de
Santana e o cemitério.
“Enquanto os nossos anseios
não foram atendidos, nós vamos continuar impedindo que a obra seja retomada. Se
durante três anos não foi feito nada para o povo dessa comunidade, não vai ser
em uma semana que irão fazer. Se a gente abrir o movimento, vamos ficar
desmoralizados. Ela vai continuar parada, até que os governos assinem esse TAC”,
finalizou Érica.
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