M Cinistro do Turismo, Alessandro Teixeir com sua esposa Milena SantosFoto: Divulgação/MF Models Assessoria
A assessoria do ministro
reforçou nesta quarta que valia a nova nota da ABDI. O ministro disse via
assessoria de imprensa que "não há qualquer parentesco consanguíneo e o
cargo é de confiança". "Delfina atendia os pré-requisitos técnicos para
desempenhar a função", afirmou o ministro, por meio da assessoria.
Antes de demitir a
servidora, no primeiro posicionamento à reportagem, a ABDI também defendeu a
"inquestionável experiência profissional e currículo para ocupar o
referido cargo". "Sendo graduada em administração de empresas,
fluente em inglês e espanhol. Com experiência de atuação nas áreas de relações
internacionais, licitações nacionais e internacionais, contratos e convênios
administrativos, além de vasto conhecimento nas áreas de petroquímica,
aeronáutica e metalurgia", dizia a primeira nota enviada pela assessoria
de imprensa.
Na ABDI, Teixeira tinha
duas secretárias, sendo uma delas a tia de Milena. Uma terceira secretária foi
retirada da função e alocada em outra unidade. A saída dele da agência,
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC), não alterou a realidade de Delfina: ela ainda aparece como coordenadora
de gabinete no órgão.
ABDI: SALÁRIOS TURBINADOS
Uma reportagem publicada pelo GLOBO em 28
de fevereiro revelou que a ABDI virou reduto de um grupo que
atuou na campanha à reeleição de Dilma, com salários turbinados e pagamentos de
altas diárias em viagens internacionais. Militantes da campanha trocaram cargos
no governo por funções na agência com remunerações equivalentes ao dobro do que
recebiam.
Ao assumir o comando da
ABDI em fevereiro de 2015, com salário de R$ 39,3 mil, Teixeira abrigou no
órgão mais três militantes da campanha, ocupantes de cargos de assessoramento
especial da diretoria cujas remunerações variam de R$ 19,4 mil a R$ 25,9 mil. É
mais do que o dobro do valor pago a esses assessores quando eles ocupavam
cargos comissionados no Palácio do Planalto ou no Ministério do Planejamento.
Em junho do ano passado, o
presidente da ABDI e demais diretores decidiram editar uma resolução — mantida
sob sigilo e sem publicidade no site da agência — reajustando o valor das
diárias para viagens internacionais da diretoria executiva. No continente
americano, o valor saltou de US$ 400 para US$ 700. Fora da América, as diárias
saltaram de € 320 para € 700.
Ministros de Estado, por
exemplo, recebem entre 220 e 460 de diária, podendo optar por dólar ou euro e
com variação de valor conforme o destino da viagem. Na ABDI, presidente e
diretores podem viajar em classe executiva — assessores que os acompanham
também têm direito ao benefício.
Nenhum comentário :
Postar um comentário