O feriado da Páscoa é
prolongado em dois dias para o Judiciário brasileiro. Ao contrário do que
acontece com a maioria da população, que só poderá relaxar a partir desta
sexta-feira (25), a folga dessa esfera do Poder começou na quarta-feira (23). O
custo dos dias não trabalhados não é barato: R$ 525,1 milhões.
O orçamento total
previsto para o Judiciário em 2016 soma R$ 38,4 bilhões, isto é, R$ 105 milhões
por dia. O levantamento do Contas Abertas leva em consideração as dotações de
recursos federais autorizadas para o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior
Tribunal de Justiça (STJ), a Justiça Federal, a Justiça Militar, a Justiça
Eleitoral, a Justiça do Trabalho, a Justiça do Distrito Federal e o Conselho
Nacional de Justiça neste ano.
A Lei 5.010, de 1966, baixada durante a ditadura
militar, dá à Justiça Federal e aos tribunais superiores feriados extras, além
dos oficiais. São eles: o intervalo entre 20 de dezembro e 6 de janeiro; a
Semana Santa mais longa; carnaval com a segunda-feira enforcada; o 11 de
agosto, em que se comemora a fundação dos cursos jurídicos; 1º e 2 de novembro,
dias de Todos os Santos e de Finados; e o 8 de dezembro, o Dia da Justiça. Na Justiça
do Trabalho, com o maior orçamento para este ano (R$ 17,1 bilhões), o feriadão
custa R$ 234 milhões. A folga no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sai por R$
15,9 milhões. Já na Justiça Federal e na Justiça Eleitoral os gastos são de R$
133,8 milhões e R$ 93,5 milhões na folga, respectivamente. Em todos os
tribunais, no entanto, é possível que algum ministro dê uma decisão sozinha em
um processo, mesmo no período de folga. Apesar disso, embora alguns setores das
Cortes permaneçam funcionando durantes esses dias, sem os juízes e ministros, a
produtividade real é baixa. O valor para cobrir o descanso dos ministros e
juízes pode ser ainda maior. Isso porque em alguns Tribunais a folga chegou a
sete dias. É o caso do STF, que não teve julgamentos durante a semana inteira.
A rotina da Corte é de sessões da Primeira Turma e da Segunda Turma nas tardes
de terça-feira. Nas quartas e quintas-feiras à tarde, há julgamentos no
plenário. Todas as sessões foram canceladas nesta semana. Os sete dias de folga
do Supremo Tribunal Federal (STF) custam R$ 10,6 milhões aos cofres públicos.
As sessões só serão retomadas normalmente na semana que vem. O trabalho, é
claro, ficará ainda mais acumulado. Existem hoje na fila de julgamentos do
plenário 763 processos. Ao todo, são 55.583 processos no tribunal aguardando
solução.
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